A recessão
vivida em nosso país é uma das piores da história e sem qualquer perspectiva de
melhora. O desemprego aumentou drasticamente e está havendo perda de poder de
compra das famílias, mesmo com inflação baixa.
Esse
agravamento da crise foi resultado da enorme instabilidade política que se
seguiu às eleições de 2014, que atingiu fortemente a economia. De lá para cá,
houve corte dos investimentos do governo e de suas empresas estatais, em
especial da Petrobras; redução de crédito por parte dos bancos, principalmente
os públicos; imposição de reduzir programas sociais pelos próximos 20 anos;
desmonte da política de conteúdo nacional.
O
Brasil está sendo vendido, destruído. A construção civil pesada e a engenharia
nacional já foram. O pré-sal e a Petrobrás estão sendo entregues a preços
aviltados. Vêm aí a venda das terras para estrangeiros e a abertura do espaço
aéreo para o capital internacional. Prepara-se a privatização dos bancos
públicos e, como disse o ilegítimo Michel Temer, de "tudo o que for possível".
No campo externo, o Brasil se apequena e volta a sacrificar a sua soberania.
Nesse
quadro, Lula e o PT, apesar da campanha de desconstrução e ódio que sofrem,
apesar de estarem sendo acusados e caçados, surgem como luzes de esperança que
podem apontar a saída democrática para a crise brasileira. Foi isso que trouxe
a última pesquisa Vox Populi/CUT, divulgada em 18 de abril. Lula e o PT têm a
preferência dos votos e da simpatia do povo brasileiro.
Já
governamos o Brasil, sabemos o que fazer para gerar emprego e recuperar renda.
E mesmo nesse cenário turbulento da política e da crise institucional
brasileira, em que a Operação Lava Jato está mais preocupada em buscar consenso
da opinião pública para condenar Lula e o PT do que buscar a verdade, temos a obrigação
de apontar caminhos e soluções para a crise e estarmos presentes no cenário
político nacional.
É por
isso que as bancadas do PT na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, com
apoio da Fundação Perseu Abramo, realizam o Seminário "Estratégias para a
Economia Brasileira – desenvolvimento, soberania e inclusão". O debate tem
por objetivo formular uma estratégia inclusiva de desenvolvimento em resposta
ao projeto neoliberal que tomou conta do País. Além dos parlamentares,
economistas, lideranças sociais, teremos a presença de Lula no debate.
No
seminário apresentaremos, também, um conjunto de medidas, emergenciais, para
recuperar a economia, o emprego e a renda do povo brasileiro, que começam por
proteger os trabalhadores, seus direitos e patrimônio, passam por fortalecer as
empresas brasileiras para gerar empregos, recuperar a capacidade de
investimento do Estado Brasileiro em todas as esferas, investir em
infraestrutura, recuperar o papel central da Petrobras e reduzir
estruturalmente os juros, barateando o crédito no País.
Em
momento de crise econômica como este, é preciso medidas que coloquem dinheiro
na economia, na mão do povo, como fez o presidente Lula na crise de 2008/09. Ao
invés de cortes, ajustes, discurso de austeridade, Lula fez política fiscal
anticíclica. Acelerou o PAC, aumentou o gasto social em 10%, colocando dinheiro
nas mãos dos mais pobres.
Com
Lula a Petrobras deu um salto nos investimentos. Usou a política de conteúdo
local, gerando milhares de empregos, fazendo plataformas, navios, sonda, tudo
aqui no país.
Lula
fez muito mais. Usou os bancos públicos, BNDES, Banco do Brasil, Caixa
Econômica, para dar crédito mais barato ao setor produtivo e aos consumidores.
Isso movimentou a economia. Alavancou o desenvolvimento. Os bancos públicos
hoje estão com juros maiores que os privados e o BNDES está sendo esvaziado.
Devolveu R$ 100 bilhões ao Tesouro e ficará sem a Taxa de Juros de Longo Prazo.
Não financiará mais grandes investimentos.
Temos
de aproveitar essa experiência para resgatar o Brasil da crise e irmos adiante.
Precisamos de um novo ciclo de investimentos e avanços sociais. Para isso temos
de ter justiça tributária, os mais ricos têm de contribuir mais. Tributar
lucros e dividendos e grandes fortunas é imperativo. Os juros têm de cair. Não
podemos consumir 35% do orçamento pagando juros aos rentistas e retirando
direitos sociais dos trabalhadores. Esse debate é um dos objetivos do nosso
seminário.
Nem o
PT, nem Lula, nem nenhum de nós têm o direito de se abater, de esmorecer, diante
da perseguição implacável que vivemos. Temos de enfrentar a situação e apontar
saídas para a recessão que atinge o Brasil, apresentando um conjunto de medidas
como alternativas às reformas em curso.
Da senadora
Gleisi Hoffmann (PT)