SP
247 – É devastadora para José Serra e
para o PSDB a delação da Odebrecht. Ao contrário de que se imaginava, os
pagamentos feitos na Suíça, na conta do tesoureiro Ronaldo Cezar Coelho, não
diziam respeito a doações eleitoras.
Eram
propina mesmo, em razão do pagamento pelo governo de São Paulo de R$ 191,6
milhões à empreiteira, referentes a uma suposta dívida que poderia ser
contestada na Justiça.
"Segundo
Carlos Armando Paschoal, conhecido como CAP, os intermediários dos pagamentos a
Serra foram duas pessoas próximas ao tucano: primeiro Márcio Fortes,
ex-tesoureiro do PSDB, que recebia em reais no Brasil, e depois o empresário
Ronaldo Cezar Coelho, que utilizou contas na Suíça", informa o jornalista Reynaldo TurolloJúnior.
"Os
pagamentos aconteceram, ainda segundo o delator e os papéis apresentados, entre
2009 e 2010, em troca de o governo de São Paulo ter pago a uma das empresas do
grupo Odebrecht R$ 191,6 milhões que haviam ficado pendentes de obra na rodovia
Governador Carvalho Pinto. O débito do Estado com a Odebrecht já vinha se
arrastando na Justiça havia cerca de oito anos, ainda segundo o delator, e
poderia ter continuado sub judice, mas o governo paulista fez acordo com a
empreiteira em troca dos repasses para o PSDB", diz ainda a reportagem.
Antes
dessa delação, o PSDB sustentava que o pagamento de R$ 23 milhões na Suíça
dizia respeito a doações eleitorais. Agora, sabe-se que foi propina. No
entanto, como o Poder Judiciário não tomou qualquer providência a respeito até
hoje, Ronaldo Cezar Coelho teve até a oportunidade de aderir ao programa que
lhe permitiu repatriar os recursos ilícitos.
Em
nota, Serra se defendeu. "O senador reitera que não cometeu nenhuma
irregularidade e que suas campanhas foram conduzidas pelo partido, na forma da
lei. A abertura do inquérito pelo Supremo Tribunal Federal servirá como
oportunidade de demonstrar essas afirmações e a lisura de sua conduta",
afirmou, em nota.
Confira,
abaixo, um dos recibos entregues pela Odebrecht:
Reprodução
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