Senador Roberto Requião (PMDB-PR) apresentou uma proposta, que, segundo
ele, tira o Brasil da crise, do subdesenvolvimento, da desigualdade e da
dependência econômico-financeira; as alternativas giram em torno de câmbio
controlado e conversão da dívida pública em investimentos, integrar o
território nacional, melhor distribuição de renda, industrializar o País,
urbanização e mais estratégias de inserção internacional; confira as
explicações do parlamentar sobre cada um dos tópicos
O senador Roberto Requião
(PMDB-PR) apresentou, no plenário, nesta quinta-feira (6) uma proposta, que,
segundo ele, tira o Brasil da crise, do subdesenvolvimento, da desigualdade e
da dependência econômico-financeira. Para chegar à proposta, o senador fez uma
análise dos vários grupos de economistas, sociólogos e pensadores que, ao longo
das últimas décadas, pensaram um projeto para o Brasil.
De acordo com
o parlamentar, existem cinco pressupostos para um novo projeto de país.
"O primeiro é que se constituiu, ao longo dos últimos anos, uma
enorme dívida pública que inviabiliza qualquer ação estatal que necessite
de investimentos e que poderia servir e ter êxito na solução dos entraves para
promover o desenvolvimento do país", diz ele.
"O
Segundo é que no século XXI houve uma melhor distribuição de
renda, resultado da implantação de políticas sociais, possibilitada,
também, pela melhor relação de trocas no comércio internacional, que elevou o
preço das commodities.
O terceiro pressuposto é o fato de o País ter integrado ao
litoral significativa parcela de seu interior, tendo até deslocado sua
capital federal a mais de mil quilômetros da
costa", continuou.
O
congressista disse que "o quarto pressuposto é que o Brasil conta
com uma indústria, ampla e diversificada, a mais completa do Hemisfério
Sul e da América Latina". "O quinto pressuposto é o Brasil ter
se transformado em um país urbano. Mais de 84% de sua população vivem
em aglomerados urbanos e mais de 45% moram em grandes metrópoles".
Propostas com base nos pressupostos
Ao formular
suas propostas com base nos pressupostos, Requião afirmou que a
"impagável dívida pública, ao invés de se tornar um impedimento ao
exercício da ação estatal, via ajuste fiscal e cortes orçamentários, deveria
ser vista como um elemento promotor de investimentos, pela sua ordenada e
planejada alocação na atividade produtiva".
"A
construção de um projeto nacional exige câmbio competitivo e controlado,
uma nova política monetária que traga os juros aos níveis internacionais e a
troca da lógica da atração da poupança externa pela enorme poupança interna,
que será liberada pela conversão da dívida pública em
investimentos", acrescentou.
A segunda
alternativa é melhoria da distribuição de renda, de acordo com o senador.
"Um dos elementos centrais para a melhoria permanente na distribuição de
renda é a construção de um sistema educacional que garanta, no mínimo, uma
década e meia de bancos escolares à população e que vocacione a maior
parte dos formandos para as ciências naturais e engenharia", disse.
"A reformulação de currículos, a valorização do magistério, o fomento à
pesquisa científica precisam ser pilares neste modelo de educação em
massa. Montar uma economia não dependente da mão-de-obra barata para ser
bem-sucedida, exige um novo tipo de trabalhador, um trabalhador educado e com
maior renda", disse.
A terceira
solução é integrar é o Brasil integrar seu território. "O País foi
incapaz de prover acesso dos meios modernos de logística à metade do território
nacional". "A formação da infraestrutura seja social, aquela que
envolve ações nas áreas de educação, saúde, segurança e saneamento, seja a
econômica, vocacionada para energia, transportes e comunicações requerem,
necessariamente, planejamento de longo prazo e a elaboração detalhada de
projetos de engenharia. Mas requer, antes de tudo, a elaboração de um
plano de ocupação do território, que envolva desde ações de ordenamento
territorial até política de ocupação fundiária", continuou.
Mais três propostas
O parlamentar
afirmou que é preciso industrializar o Brasil. "Incentivar setores que
formam a moderna capacidade industrial de um País, quais sejam o
eletroeletrônico, o de química fina, o de biotecnologia, dentre outros, de
forma a balancear melhor o produto industrial". "Uma das peças
centrais de qualquer projeto de industrialização são as vantagens competitivas
estáticas do país. E uma dessas principais vantagens com que conta o Brasil é o
mercado interno, a capacidade de gerar massa crítica, ganhos de escala, para
permitir a busca do mercado internacional".
O
peemedebista também propõe a urbanização do País. "Urbanizar vai muito
além de colocar gente nas cidades. Significa construir moradias, mecanismos de
suporte como escolas e hospitais, de convivência como praças, de lazer como
cinemas e teatros, de segurança como delegacias, fornecer transportes públicos
que adequem deslocamentos", afirmou. "Parte central de qualquer
urbanização é a construção da coesão social".
A última
proposta é "a inserção internacional do país e a conquista do mercado
externo, seja política ou econômica, necessitam de uma estratégia geopolítica e
de um conjunto de ações diplomáticas".
"Ações
planejadas são necessárias para a conquista de novos mercados, para a montagem
de grandes parcerias no mundo, para a atração de investimentos. Exemplos de
ações bem-sucedidas e praticadas recentemente pela nossa diplomacia foram a
investida brasileira na África, a constituição do Banco dos BRICS e a formação
da UNASUL", complementou.
Fonte: Brasil 247