domingo, 5 de março de 2017

Câmara aumenta cargos de confiança para deputados

Diretores da Casa trabalham até no sábado para concluir proposta encomendada por Rodrigo Maia que ampliará número de vagas a serem preenchidas por funcionários escolhidos por parlamentares e partidos. Mudança foi costurada na campanha da nova Mesa Diretora

A pedido de Maia, diretores das áreas de Recursos Humanos e Pessoal da Câmara se reuniram, neste sábado (4), para discutir uma proposta a ser apresentada à Mesa Diretora na próxima semana 

Sem alarde, o novo comando da Câmara prepara, a toque de caixa, mudanças na estrutura administrativa da Casa para garantir aos deputados o direito de contratar mais funcionários de sua confiança e ampliar as vagas destinadas às lideranças partidárias. A manobra, que deve inicialmente criar de 200 a 300 novos cargos de livre nomeação, faz parte das promessas de campanha da chapa vencedora, do atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Os parlamentares têm pressa em aprovar as modificações, que também estão atreladas à distribuição das comissões, a serem instaladas nos próximos dias.
A pedido de Maia, diretores das áreas de Recursos Humanos e Pessoal da Câmara se reuniram, neste sábado (4), para discutir uma proposta a ser apresentada à Mesa Diretora na próxima semana. Caberá a esse órgão, e não ao plenário, decidir sobre o assunto. A estratégia se baseia na combinação de duas modificações. A ideia é transformar cerca de 100 funções comissionadas (FCs), privativas de servidores efetivos da Casa – concursados e os funcionários que entraram na casa antes da exigência de concurso público – em cargos de natureza especial (CNEs), para funcionários contratados livremente pelos parlamentares, por secretarias ou lideranças. Além da conversão das FCs em CNEs, também se articula a divisão desses cargos comissionados, de modo a multiplicar o número de contratados.
Os CNEs são divididos em diferentes níveis de remuneração. Um CNE 7, por exemplo, ganha R$ 18 mil. Já um CNE 15 recebe cerca de R$ 3 mil. Pela proposta, cujo detalhes ainda não foram divulgados, além da transformação das FCs em CNEs, será possível dividir os CNEs – os novos e os já existentes – em vários. Um CNE 7 poderia ser transformado em vários CNEs 15 e permitir a contratação de até seis servidores de confiança. Integrantes da Mesa Diretora que defendem as medidas argumentam que as mudanças não vão implicar aumento de gasto público. Alegam que o mesmo valor será repartido entre mais pessoas.
Mas não será bem assim, advertem servidores efetivos: a Câmara gastará mais com outros benefícios, como auxílio-creche e alimentação, para mais funcionários. Ou seja, seis servidores de R$ 3 mil (CNE 15) custarão mais que os R$ 18 mil de um CNE 7, para ficarmos com o mesmo exemplo. Com a mudança nas regras, apoiadores de Rodrigo Maia pretendem ampliar seu espaço na área legislativa, como as lideranças partidárias, as novas secretarias e comissões temáticas da Casa.
Reação de servidores efetivos
Um grupo de servidores efetivos questiona a legalidade e a moralidade da manobra. Em nota, a Frente Ampla de Trabalhadoras e Trabalhadores do Serviço Público pela Democracia afirma que o objetivo maior da proposta encabeçada pela Mesa Diretora é aumentar o “cabide de empregos” na Câmara e “desmontar” a estrutura administrativa da Câmara, reduzindo o peso dos concursados e ampliando o dos assessores indicados politicamente.
“O desmonte da estrutura administrativa da Câmara dos Deputados, iniciado pela Mesa Diretora presidida por Eduardo Cunha (PMDB), prossegue a passos largos na gestão de Rodrigo Maia (DEM). Órgãos da Casa tradicionalmente técnicos, encarregados de garantir a lisura do processo democrático, estão se tornando estruturas fantasmas povoadas de apadrinhados políticos daqueles que estão no comando”, denuncia a frente.
O grupo questiona a falta de estudo para embasar a decisão da Mesa. “Não se trata de reestruturação destinada a melhorar a eficiência dos órgãos, nem a tornar as chefias mais efetivas. Não houve qualquer estudo prévio sobre o funcionamento administrativo da Câmara. Trata-se, isso sim, do achincalhamento dos servidores de carreira da Câmara visando a intensificar a já desigual proporção de apadrinhados políticos na Casa. Trata-se de ingerência direta da Mesa Diretora na política de recursos humanos.”
Segundo a frente, há quatro vezes mais indicados políticos que servidores do quadro na Casa atualmente. “A Câmara conta hoje com 3.644 vagas de servidores efetivos em seu quadro, das quais 3.081 estão ocupadas por servidores ativos. A Mesa e as lideranças dos partidos contam com 1.671 vagas de CNEs, das quais 1.621 estão ocupadas. Em seus gabinetes, os deputados contam com 10.334 Secretários Parlamentares – também de livre nomeação. A atual Mesa, aliada de Eduardo Cunha, pretende agravar ainda mais essa distorção”, prossegue a nota.
Há informações de que essa gana por cargos já se estende aos terceirizados da Casa. Hoje, trabalham na Câmara dos Deputados 2.868 funcionários terceirizados, contratados para serviços diversos: limpeza, segurança, copa, recepção, telefonia e eletricidade, mecânica, jardinagem, design gráfico, tecnologia de informação etc. Os melhores salários são os dos encarregados, o que, segundo circula entre os servidores, seria o principal objeto de cobiça.
A direção-geral da Casa informou à reportagem na sexta-feira que estudava “formas de otimizar o trabalho e reorganizar o pessoal”. A assessoria do presidente da Casa, Rodrigo Maia, também foi procurada, mas ainda não houve retorno.
“Coisa de outro mundo”

Fernando Giacobo (PR)- deputado federal do Paraná é
apontado como principal articulador das mudanças

Apontado como principal articulador das mudanças, o primeiro-secretário da Câmara, Fernando Giacobo (PR-PR), diz que o assunto não pode ser tratado “como se fosse coisa de outro mundo” e nega que a reestruturação que deverá garantir mais cargos de confiança para os parlamentares tenha sido solicitada pela Mesa, conforme apurou o Congresso em Foco. Ele também rechaça que a reorganização faça parte de promessas assumidas na eleição do novo comando da Casa.
“Acredito que o presidente Rodrigo Maia não tem compromisso de dar cargo para ninguém por causa de eleição. Eu muito menos, até porque fui candidato único. Não tive disputa nenhuma. Há reclamações por pessoas que estão com medo de perder as funções comissionadas. Mas ninguém vai cometer nenhum tipo de injustiça”, declarou.
De acordo com Giacobo, a mudança não vai implicar aumento de gastos. “Essa conversa é improcedente. A Casa não vai ter nenhum acréscimo de despesa a não ser corte de gastos. Tiramos daqui e realocamos ali. Não tem absolutamente nada com corte de FC para criar CNE.”
Como novo “prefeito” da Câmara, o deputado diz que pretende economizar R$ 1 bilhão dos quase R$ 6 bilhões previstos para o orçamento deste ano. “Nossa ideia é devolver parte do orçamento ao Executivo para que ele possa aplicar em algumas ações que vão ser politicamente acertadas com a Câmara. Nesse primeiro semestre, vamos economizar em torno de R$ 450 milhões”, promete.

FONTE: CONGRESSO EM FOCO

Nos pênaltis, Flu bate Fla em clássico eletrizante e leva Taça Guanabara


O Fla-Flu deste domingo (05) foi digno de uma final de campeonato no Estádio Nilton Santos (Engenhão). Após cinco gols e duas viradas, o Fluminense sofreu o empate por 3 a 3 do Flamengo na etapa final e precisou dos pênaltis para conquistar a Taça Guanabara.
O desenrolar do clássico foi digno de roteiro de cinema, com o Fluminense abrindo contagem aos quatro minutos com Wellington Silva. William Arão empatou aos oito, e Éverton virou aos 23. O Tricolor voltou a estar na frente com Henrique Dourado e Lucas, mas Guerrero empatou em cobrança de falta. Nos pênaltis, porém, Réver e Rafael Vaz perderam, e Marcos Junior converteu a cobrança que deu a 10ª Taça Guanabara ao Tricolor.
O Fluminense volta a conquistar o troféu após cinco anos. O título garante ao Tricolor uma vaga na semifinal do Campeonato Carioca. A festa nas Laranjeiras deve durar até domingo (12), quando a equipe abre a Taça Rio contra o Boavista. O Flamengo, por sua vez, precisa esfriar a cabeça logo, pois estreia na Copa Libertadores contra o San Lorenzo nesta quarta-feira (08).

Wellington Silva vai bem e Júlio César se redime

Autor do primeiro gol do clássico, o camisa 11 do Flu fez vários desarmes e ainda encaixou uma linda assistência para Lucas fazer o terceiro do Tricolor no tempo normal. Ele ditou o ritmo da equipe, sendo a melhor arma ofensiva até ser substituído antes dos pênaltis por Marquinhos Calazans. Júlio César, por sua vez, foi mal com a bola rolando e se redimiu nos pênaltis. O goleiro saiu mal em dois lances de bola aérea, mas na decisão da marca da cal defendeu cobrança de Réver e abriu caminho para o Flu ser campeão. 

Fluminense para no segundo tempo

A defesa tricolor, que ainda não tinha sofrido gols na Taça Guanabara, não repetiu bom desempenho. Os gols de William Arão e Éverton saíram muito por culpa da má marcação, que deixou Guerrero livre duas vezes e não acompanhou o rebote em ambas. Ofensivamente o time explorou muito bem os espaços da defesa rival, principalmente em contragolpes. Na etapa final a correria foi trocada pela cadência. O Flu se portou bem ao controlar a velocidade da partida, mas foi castigado com novo empate na reta final. Sorte que o título veio nos pênaltis.

Flamengo tira empate da cartola, mas falha nos pênaltis

Dois dos gols do Fluminense saíram em contra-ataques construídos até com certa naturalidade. Os lances expuseram a fragilidade da defesa rubro-negra no primeiro tempo, quando o ritmo foi mais acelerado. Após o intervalo, quando precisou correr atrás do placar, o Flamengo encontrou muita dificuldade para criar. Teve em Guerrero o seu herói, com ótima cobrança de falta. Na decisão por pênaltis, porém, os zagueiros Réver e Rafael Vaz cobraram muito mal e permitiram que o Flu vencesse as cobranças por 4 a 2.

Ficha Técnica

Fluminense 3 (4) x (2) 3 Flamengo
Data:
 05/03/2017
Local: Estádio Nilton Santos, Rio de Janeiro-RJ
Hora: 16h00 (de Brasília)
Público: 24.451 pagantes (27.549 presentes)
Árbitro: Wagner Nascimento Magalhães
Assistentes: Rodrigo Figueiredo Correa e Luiz Claudio Regazone
Cartões Amarelos: Richarlison (Fluminense); Éverton e Trauco (Flamengo)
Cartão Vermelho: não houve
Gols: Wellington Silva aos 4', William Arão aos 8', Éverton aos 23', Henrique Dourado aos 32' e Lucas aos 40 minutos do primeiro tempo. Guerrero aos 39 minutos do segundo tempo.
Fluminense: Júlio César; Lucas, Renato Chaves, Henrique e Léo; Orejuela; Pierre; Richarlison; Sornoza (Marquinho); Wellington Silva (Marquinhos Calazans); Henrique Dourado (Marcos Junior). Treinador: Abel Braga.
Flamengo: Alex Muralha; Pará, Réver, Rafael Vaz e Trauco (Felipe Vizeu); Willian Arão (Berrío), Rômulo e Diego; Mancuello (Gabriel), Éverton e Guerrero. Treinador: Zé Ricardo.

 



Com erros do juiz, misto do São Paulo goleia o Santo André

Proposta ofensiva de Rogerio Ceni vai se consolidando
no tricolor no Campeonato Paulista.
A polêmica arbitragem de Luiz Flávio de Oliveira marcou o duelo entre São Paulo e Santo André, na tarde deste domingo, no Morumbi. Jogando diante de 20 mil pessoas, o time misto do Tricolor venceu por 4 a 1, com dois gols irregulares, em duelo válido pela sétima rodada do Campeonato Paulista. Com o resultado, a equipe treinada por Rogério Ceni chegou à oitava partida de invencibilidade no ano, com seis vitórias e dois empates.
Primeiro, Cícero completou para a rede em posição de impedimento. Depois, quando o time da casa vencia por 2 a 1 e tomando pressão do adversário, Luiz Araújo tocou a bola com o braço antes de marcar o terceiro do São Paulo, que foi a campo com um time misto, já que no meio de semana tem um compromisso importante pela Copa do Brasil.
Líder do Grupo B, com 14 pontos ganhos, o Tricolor volta a atuar pelo Paulista no próximo sábado, às 16 horas (de Brasília), quando fará o clássico contra o Palmeiras, no Palestra Itália. Já o Santo André buscará a reabilitação diante do Botafogo-SP, no mesmo dia, mas às 15 horas, no Bruno José Daniel. Antes, porém, o São Paulo recebe o ABC, de Natal, na quarta-feira, às 19h30, pelo jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil.
O jogo – Em sua primeira descida ao ataque, o São Paulo abriu o placar. Aos quatro minutos, após cobrança curta de escanteio, Luiz Araújo cruzou à meia altura para a área, a bola passou por Lugano, e Cícero, completamente impedido, só empurrou para a rede, marcando o seu primeiro gol no Estadual, o quarto na temporada.
Com a vantagem, o São Paulo perdeu a obrigação de sufocar o Santo André e chamou o adversário para o seu campo de defesa, apostando nos contra-ataques. Sem levar perigo, o time do ABC até ensaiou uma pressão e animou a sua pequena torcida, que de imediato foi silenciada pelas vaias tricolores.
Em um desses contra-ataques, o time da casa ampliou o marcador aos 26, quando Junior Tavares disparou em velocidade pela esquerda e tocou para Luiz Araújo, que encontrou Cueva livre no meio da área. O peruano recebeu e tocou para o gol. Com apenas duas finalizações, o São Paulo foi para o intervalo aplaudido por sua torcida.
Confortável no placar, o São Paulo começou o segundo tempo desligado e cometeu uma série de falhas. Primeiro com Junior Tavares, que perdeu a bola em frente à área, dando chance para Henan finalizar. Depois, Sidão hesitou ao sair do gol após cobrança de escanteio e quase viu Baraka descontar.
No terceiro erro, contudo, o Tricolor foi punido. Após cobrança de falta para o meio da área, a bola passou por Lugano, e achou Leonardo, que completou para o gol com o pé. No lance, Sidão voltou a sair mal. No momento de maior tensão no Morumbi, Ceni decidiu mexer no time e colocou Wellington, Thiago Mendes e Wellington Nem nos lugares de Jucilei, Araruna e Cueva.
O São Paulo manteve a mesma postura de contra-ataque e o alívio veio aos 30 minutos, graças a mais um erro de arbitragem. Wellington Nem recebeu na direita, passou pela marcação, invadiu área e bateu cruzado, encontrando Luiz Araújo, que deu um carrinho para desviar para o fundo do gol. A bola, porém, tocou na mão do atacante antes de entrar, mas Luiz Flávio de Oliveira validou o lance.
Com o Santo André batido em campo, o Tricolor deu números finais à partida aos 43 minutos, quando Thiago Mendes fez ótimo cruzamento pela direita e Gilberto subiu sozinho parta testar firme no canto direito de Zé Carlos, chegando ao seu quinto gol no Estadual, o sexto no ano, sendo o artilheiro isolado do São Paulo em 2017.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 4 X 1 SANTO ANDRÉ
Local: Estádio Cícero Pompéu de Toledo, no Morumbi, em São Paulo
Data: 5 de fevereiro de 2017, domingo
Horário: 16h00 horas (de Brasília)
Árbitro: Luiz Flavio de Oliveira
Assistentes: Alex Alexandrino e Leandro Matos Feitosa
Público: 20.694 espectadores
Renda: R$ 558.115,00
Cartão Amarelo: Lugano, Cueva e Gilberto (São Paulo)
Gols:
SÃO PAULO: Cícero, aos 4 minutos do 1º tempo, e Cueva, aos 26 minutos do 1º tempo; Luiz Araújo, aos 30 minutos do 2º tempo
SANTO ANDRE: Leonardo, aos 15 minutos do 2º tempo
SÃO PAULO: Sidão; Buffarini, Lugano, Douglas e Junior Tavares; Jucilei (Wellington), Araruna (Thiago Mendes) e Cícero; Cueva (Wellington Nem), Luiz Araújo e Gilberto
Técnico: Rogério Ceni
SANTO ANDRÉ: Zé Carlos; Cicinho (Jean), Reniê, Leonardo e Baraka; Fernando Neto, Claudinho, Dudu Vieira e Henan; Eduardo Ramos (Paulinho) e Serginho (Edmilson)
Técnico: Sérgio Soares


DAGOBERTO: DO CAMPO PARA HAMBURGUERIA

Cinco vezes campeão brasileiro, Dagoberto, ex-São Paulo, Cruzeiro e Atlético-PR, atualmente está sem clube. Curtindo a família em Curitiba (PR), o atacante trocou temporariamente a bola pelo hambúrguer, e hoje só fará o caminho inverso se o projeto que lhe for apresentado valer mesmo a pena.

Enquanto a esperada proposta aparece, Dagoberto curte a vida, especialmente com a família. O feriado de Carnaval, por exemplo, foi passado com ela, em uma praia do Paraná. "Eu estou jogando muito tênis, muito futevôlei [risos]. Estou curtindo a família, estamos na praia aqui neste Carnaval no interior do Paraná e mais nada. Eu tive algumas reuniões, viajei para a Espanha e Alemanha também com a família e eu creio que vai pintar alguma coisa nos próximos meses. Mas não estamos com muita pressa, não", revela o atacante.
A melhor hamburgueria de Curitiba?
Após ter sucesso em boa parte dos clubes por onde passou, Dagoberto repete a dose, mas agora fora das quatro linhas. Dono de uma hamburgueria de sucesso em Curitiba, chamada Fábrica Gourmet, ele acaba de abrir a segunda loja na cidade.
"Acabamos de abrir a segunda loja e está muito bom, tudo artesanal, uma coisa de primeira. Estou no meio já faz quatro anos, estamos ganhando a primeira [hamburgueria] em Curitiba todo ano, então está bem show, com muita qualidade, de alto nível, e o boca a boca da galera está um fenômeno, então a gente começa a mexer por um lado paralelo e que está muito gostoso também", diz Dagoberto, para então voltar ao assunto futebol.
"É o que eu falei: só volto para o futebol se for alguma coisa interessante e um projeto interessante para a família, acima de tudo. Eu sei ainda o que posso fazer no futebol, mas tem que ser uma coisa interessante, uma coisa melhor. Eu tenho 33 anos, guerreiro, tenho muita coisa ainda, graças a Deus, então a galera que está curiosa pela hamburgueria", afirma.
E a ideia de Dagoberto é ampliar ainda mais a rede, por lugares que conhece bem: "Pretendo levar para Salvador, quem sabe? Estive morando lá, joguei no Vitória, e a galera tem pedido para eu levar para lá. E São Paulo é um objetivo futuro também, com certeza", completou.

FONTE: UOL ESPORTES 


Mulher gata de Tiririca chama atenção em camarote da Sapucaí, e ele brinca: 'Acham que é minha filha'



Convidado VIP de um badalado camarote da Sapucaí para assistir ao Desfile das Campeãs neste sábado, o deputado federal Tiririca foi um dos artistas mais assediados pelo público do espaço. Quem também chamou muito atenção por lá foi a mulher dele, Nana Magalhães, de 38 anos, e com quem o humorista está casado há 20. Ela usava um shortinho curto e atraiu olhares pela beleza.

"As pessoas pensam que ela é minha filha, porque eu a chamo de 'filha'", brinca Tiririca, de 51 anos, acrescentando que não tem ciúmes da esposa.

"Só não deixo elogiarem muito (risos). Mas não rola ciúme, não. Nem da minha parte nem da dela. Temos um relacionamento de muita confiança e uma filha de 7 anos. E o que é bonito é para se mostrar mesmo".


FONTE: EXTRA

COM ZAGA RESERVA, SÃO PAULO ENTRA EM CAMPO DAQUI A POUCO EM BUSCA DE EMBALO NO PAULISTÃO

Tiago Mendes, Junior Tavares e Luiz Araújo
tem presença confirmada para logo mais
O desafio do São Paulo nesta tarde será não dar qualquer brecha para a zebra e confirmar seu favoritismo nesta sétima rodada do Campeonato Paulista. Às 16 horas (horário de Brasília), o Tricolor recebe o Santo André no estádio do Morumbi e um duelo que chama atenção pela realidade de cada equipe. Enquanto o São Paulo é líder do Grupo B com 11 pontos e está invicto há sete jogos na temporada, o Ramalhão tem apenas seis pontos, venceu um único jogo até aqui e ocupa apenas a terceira colocação do Grupo C.
Claro que existe todo o respeito pelo adversário, mas a preocupação entre os são-paulinos é mais com a própria equipe do que com o time do ABC. Motivos para o sinal de alerta ficar ligado não faltam. O time de Rogério Ceni já foi goleado pelo Audax, empatou com Mirassol e Novorizontino depois de abrir dois gols de vantagem e precisou de um pênalti nos minutos finais para superar o São Bento em casa.
Por isso, mais do que vencer, neste domingo a missão é se impor, não correr riscos e matar a partida com autoridade para que qualquer desconfiança fique de lado. A goleada sobre o PSTC, que deu ao São Paulo a classificação na Copa do Brasil, é um fator de motivação.
Cícero, autor de três gols na quarta, está de volta ao Estadual depois de cumprir suspensão no último fim de semana. Rodrigo Caio e João Schmidt serão poupados. Maicon trata uma pancada que sofrera no tornozelo e está fora. Breno e Lugano devem ganhar nova chance na zaga, e Araruna no meio. No ataque, Wellington Nem tenta recuperar seu espaço, mas ainda não está 100% fisicamente e deve ser preterido da escalação inicial.
De qualquer forma, a tarefa do Santo André é das mais complicadas. Sem vencer há quatro rodadas, o Ramalhão demitiu o técnico Toninho Cecílio e contratou Sérgio Soares para mais uma passagem pelo clube. O desafio no Morumbi marcará a reestreia de Soares. Em campo, a motivação pode vir justamente dá única vitória do time até aqui, já que foi justamente contra o Corinthians, dono da melhor campanha da competição, em plena Arena de Itaquera. Repetir o feito em cima do São Paulo é a grande meta da equipe.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO X SANTO ANDRÉ
Local: Estádio Cícero Pompéu de Toledo, no Morumbi, em São Paulo
Data: 5 de fevereiro de 2017, domingo
Horário: 16h00 horas (de Brasília)
Árbitro: Luiz Flavio de Oliveira
Assistentes: Alex Alexandrino e Leandro Matos Feitosa
SÃO PAULO: Sidão; Bruno, Lugano, Breno e Junior Tavares; Araruna, Thiago Mendes e Cícero; Cueva, Luiz Araújo e Lucas Pratto
Técnico: Rogério Ceni
SANTO ANDRÉ: Zé Carlos; Jean, Reniê, Leonardo e Paulinho (Diogo Orlando); Dudu Vieira, Eduardo Ramos (Claudinho), Garré e Serginho; Deivid (Henan) e Edmilson.
Técnico: Sérgio Soares

Três jovens morrem e outros três ficam feridos em acidente em Marialva

Veículo com seis pessoas seguia em direção a Maringá. Informações dão conta que o motorista perdeu o controle do véiculo, saiu da pista, colidiu em uma árvore e caiu na ribanceira.


Três pessoas morreram e outras três ficaram feridas, em um grave acidente que ocorreu na madrugada deste domingo (5), por volta das 4h, na rodovia BR-376, entre Mandaguari e Marialva.
De acordo com informações, seis pessoas estavam em um veículo GM Corsa, placas AHF-2082 de Mandaguari, em que o motorista perdeu o controle e saiu da pista, colidiu em uma árvore e caiu em uma ribanceira.
Um rapaz e duas moças morreram na hora do acidente. Já Lucas André, 18 anos completados no último dia primeiro de março, e mais duas jovens sobreviveram e foram encaminhados para o Hospital Santa Casa de Maringá.
Os jovens não portavam documentos, e isso está prejudicando a identificação dos mortos e das jovens que ficaram gravemente feridas.
Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Lucas André

teria subido a ribanceira e pedido ajuda para os carros que passavam no local. Um dos motoristas pensou que ele queria se matar e apenas parou no Posto da PRF e avisou os policiais de plantão. Somente quando chegaram no local, que foi constatado o acidente.
Em tempo
Os familiares das vítimas reconheceram os corpos das vítimas no Instituto Médico Legal (IML) de Maringá. Thalia Pinheiro Siabre, 16 anos, moradora do Jardim Esplanada; Beatriz Souza, 16, moradora do Jardim Progresso e Adson Santana, 18 anos, morador do Esplanada tiveram a morte confirmada.


ICMS E IPVA 

Em seis anos Apucarana e Arapongas “engordou” o Tesouro do Estado em mais de R$ 1,3 bilhão

Somente nos dois primeiros meses de 2017 os dois municípios juntos já alimentou as burras do governo Beto Richa em quase R$ 50 milhões


Apucarana alimentou o Caixa do Estado em
mais de R$ 550 milhões
A pouca e tímida dedicação do Governo do Estado aos municípios da região, chama a atenção para o volume de tributos de ICMS e IPVA, recolhidos pelos contribuintes aos cofres do Paraná, entre 2011 e 2016, por conta do dever constitucional. Dos 100% pagos ao estado em ICMS, 25% ou 1/4 retorna aos municípios contra 50% do IPVA.

Dados disponíveis no Portal de Gestão do Dinheiro Público mostra que os municípios de Apucarana e Arapongas juntos, já depositaram mais de R$ 1,3 bilhão nos seis anos de mandato do governador Beto Richa, entre janeiro de 2011 e dezembro de 2016.

Apucarana engordou a conta em mais de R$ 550 milhões, dois quais R$ 483 milhões pagos de ICMS e outros R$ 69 milhões em tributos do IPVA recolhidos pelos contribuintes.
De Arapongas, município com receita um pouco maior, o estado já sugou mais de R$ 780 milhões. O ICMS gerou arrecadação de R$ 713 milhões contra R$ 69 milhões arrecadados pelo IPVA.

Arapongas contribuiu com mais de R$ 780 milhões
Até mesmo pequenos municípios, com população na faixa de 10 mil habitantes, como Cambira, por exemplo, cumpre sua parte com tesouro do estado. O pequeno município já contribuiu com mais de R$ 70 milhões, sendo R$ 67 de ICMS e a diferença em IPVA.

Somente nos dois primeiros meses do ano, os três municípios, somados abasteceram os cofres do estado em mais de R$ 50 milhões. Apucarana, em R$ 22 milhões, Arapongas, em R$ 27 milhões e Cambira, em outros R$ 2 milhões.

A média mensal de contribuição de Apucarana verificada no período é de R$ 46 milhões enquanto a média de Arapongas passa de R$ 65 milhões.

Os valores recolhidos pelos contribuintes provoca questionamentos sobre o volume de contrapartida em investimentos para obras e programas que promovam o desenvolvimento dos municípios e coloca sob suspeita a capacidade do governo em gerir os recursos do povo paranaense.

Cambira com cerca de 10 mil habitantes  recolheu
mais de R$ 70 milhões. 
Perguntas como: Quanto gasta o Governo do Estado, com saúde, educação, segurança pública e infraestrutura, individualmente nos municípios? Gasta mais ou gasta menos que o volume arrecadado?
A resposta merece ser descrita pelas administrações municipais, como forma de esclarecer à população a real qualidade da gestão do governador Beto Richa em zelar do povo paranaense.





DETENTO EM USO DE TORNOZELEIRA ELETRÔNICA É ASSASSINADO A TIROS EM ARAPONGAS

Um rapaz de 22 anos foi morto a tiros durante a noite desse sábado (04), na cidade de Arapongas. O corpo da vítima, posteriormente identificada como Vinicius Patruceli, foi encontrado em via pública na Rua Piuí de Topete, nas imediações do Conjunto Tereza Bononi.
Uma equipe do Sistema de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) chegou a ser acionada, no entanto nada pode fazer a não ser constatar o óbito do indivíduo que usava tornozeleira eletrônica e apresentava perfurações causadas por melo menos 4 disparos de arma de fogo.
Equipes da Polícia Militar (PM) e Civil também estiveram no local e investigam a autoria e motivação do crime.
Vinicius Patruceli era detento na cadeia pública de Arapongas, escapou pelo telhado e foi capturado pela Guarda Municipal (GM) em junho do ano passado e encaminhado novamente à cadeia. Agora estava em liberdade monitorada por conta de uso de tornozeleira eletrônica.
Recentemente em evento realizado na Câmara de Vereadores reunindo agricultores, o delegado chefe da 17ª Subdivisão Policial de Apucarana, Dr. José Aparecido Jacovós reclamou da falta de vagas nas cadeias públicas e a liberdade de bandidos com uso de tornozeleiras.  Segundo Jacovós os bandidos em liberdade assistida por uso de tornozeleiras voltam a delinquir e avisou para o risco desse fato se transformar numa bola de nove. 

FHC DIZ QUE BRASIL, SEM DEMOCRACIA, REFORÇOU DEMOCRACIA NO MERCOSUL


Em artigo publicado neste domingo, 5, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que, sob o comando do senador José Serra (PSDB-SP), que deixou o governo de Michel Temer prestes a ser investigado por receber R$ 23 milhões em uma conta secreta na Suíça na campanha de 2010, o Brasil reforçou a democracia no Mercosul; "O Itamaraty, sob a batuta de José Serra, reviu posições e revigorou alguns de nossos antigos propósitos. Dentre estes, o fortalecimento da cláusula democrática no Mercosul e a consequente cobrança de novos rumos na Venezuela", diz; o que FHC não diz, no entanto, é que o Brasil perdeu autoridade de falar em democracia sobre a Venezuela ou qualquer outro país, depois que retirou do poder uma presidente da República que não cometeu crime, num golpe parlamentar levado a cabo pelo partido do próprio ex-presidente, para colocar em seu lugar um grupo de políticos atolados em escândalos de corrupção.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu em artigo neste domingo, 5, o legado do senador José Serra (PSDB-SP) à frente do Itamaraty. Acusado de ter recebido R$ 23 milhões em uma conta secreta na Suíça na campanha presidencial de 2010, Serra pediu exoneração do cargo alegando problemas de saúde. Em seu lugar, Michel Temer indicou o também senador tucano Aloysio Nunes (PSDB-SP). 
Para Fernando Henrique, Serra fortaleceu a cláusula democrática do Mercosul, justamente quando o Brasil deixou de ser uma democracia, no golpe parlamentar de 2016, apoiado pelo próprio FHC, que alçou Temer ao poder. "O Itamaraty, sob a batuta de José Serra, reviu posições e revigorou alguns de nossos antigos propósitos. Dentre estes, o fortalecimento da cláusula democrática no Mercosul e a consequente cobrança de novos rumos na Venezuela", afirma. 
O ex-presidente tucano critica o "rearranjo da ordem global", exemplificado na política de Donald Trump e saída da Grã Bretanha da União Europeia. "O rearranjo atual da ordem global não tem força para estancar o que as mudanças culturais e tecnológicas tornaram irreversível: as consequências do aumento da produtividade e a integração produtiva. As mudanças em curso decorrem mais das questões de poder do que das econômicas. Isso não nos leva a descuidar de nossa base produtiva, mas induz-nos a não descuidar dos meios disponíveis de poder, que incluem capacidade de defesa e visão estratégica", afirma. 
"É o que esperamos do governo ao nomear um novo ministro para as Relações Exteriores: que não se esqueça de que entraremos em um jogo 'de gente grande", afirma.
Leia abaixo a íntegra do artigo de Fernando Henrique Cardoso.
Jogo de gente grande
Por Fernando Henrique Cardoso

No carnaval passeei com casais amigos por Florença e vizinhanças. Há mais de meio século, eu, minha mulher Ruth, Bento e Lucia Prado e Arthur Giannotti passeáramos pela mesma região com a fascinação da primeira vez e a energia da juventude. Lá, de onde escrevo este artigo, passamos o 31 de dezembro de 1961.
Desta vez, com o mesmo deslumbramento, revi o que pude das cidades toscanas. Em 1961 vivíamos o clima da Guerra Fria — russos e americanos se enfrentavam por procuração, como na "crise dos mísseis" em Cuba — e as marcas da guerra quente estavam presentes na Europa bombardeada. Agora, nem mesmo a eventual tensão belicosa que os dias de Trump deixam entrever assusta o Ocidente.
A memória se esfuma: passa-se por um ou outro cemitério americano em solo italiano e só os mais velhos, imagino, ainda se lembram do que foi a luta dos Aliados contra o Eixo totalitário. Em poucos brasileiros ressoam os nomes de Monte Cassino e Monte Castello, marcos do heroísmo dos soldados brasileiros.
É bom, entretanto, não esquecer. Desfrutando o gênio de Masaccio ou o colorido e a perspectiva dos afrescos de Ghirlandaio, a poucos passos um do outro na Santa Maria Novella, é bom darmo-nos conta de que o que o passado construiu pode romper-se e não só na arte.
Vale a pena recordar que a História é mãe e madrasta ao mesmo tempo.
Os sinais do futuro podem não ser do nosso agrado, mas com eles teremos de nos haver.
O pós-guerra, a despeito das diferenças entre comunistas e capitalistas, resultou na criação das Nações Unidas e na corresponsabilização dos vencedores da guerra pela ordem global e pela paz mundial.
O arcabouço político que precedeu a globalização econômica está se modificando, e a continuidade do que pareceria imutável no espírito ocidental depois de tanta violência e morte, o internacionalismo, não pode mais ser tomado como algo definitivo.
Será que os eleitores do Brexit ou os rebelados do Rust Belt, que atribuem suas perdas à globalização e aos imigrantes, acaso se deram conta de que estão destruindo o que as gerações passadas fizeram com tanto esforço? Provavelmente não e pouco importa.
O que é certo é que o "equilíbrio de poder" que americanos, chineses, russos e europeus construíram depois da guerra de 1939-45 está abalado. E não pela "desglobalização" ou pelas crises da economia — que sempre pesam — mas pela visão do mundo e do poder que os governantes da geração atual parecem acalentar.
Os Estados Unidos com Trump se retraem dos compromissos internacionais: o "America first" de Trump visa mais o fortalecimento da economia doméstica do que o predomínio mundial.
Os chineses se expandem na economia e se fortalecem regionalmente, mas sem empenho em construir o mundo à sua semelhança, como tinham os americanos.
A Rússia se contenta em intervir de onde era excluída, de "sua" área imperial e das zonas onde historicamente os otomanos deram as cartas.
E por aí vão refazendo caminhos os antigos donos do mundo, deixando a Europa escabreada.
Diante disso, o que cabe aos que ainda não têm voz decisiva no capítulo global, como nós brasileiros, é dar-nos conta de nossos interesses e ver estrategicamente, sem alinhamentos automáticos nem mesmo ideológicos (pois disso não se trata como na luta contra o Totalitarismo ou o Comunismo), para que lado vai o mundo e como melhor nos situamos nele.
Este "pragmatismo responsável" não deve se eximir de tomar partido, entretanto, na defesa dos direitos humanos e da democracia quando for o caso.
Não deve tão pouco deixar de avaliar friamente os interesses econômicos de nosso povo. Se até Larry Summers, ex-ministro da Fazenda dos Estados Unidos e pilar do pensamento liberal de mercado, para compensar as angústias da globalização, apresentou um texto ao Berggruen Institute falando de "nacionalismo responsável", por que não deveríamos repensar nossas chances, interesses e responsabilidades quando uma nova ordem mundial começa a esboçar-se?
O Itamaraty, sob a batuta de José Serra, reviu posições e revigorou alguns de nossos antigos propósitos. Dentre estes, o fortalecimento da cláusula democrática no Mercosul e a consequente cobrança de novos rumos na Venezuela.
Precisamos intensificar os liames com os vizinhos da América do Sul no lado do Pacífico e, principalmente, dar maior força a nossa ligação com a Argentina. Da mesma forma, necessitamos de sólida reaproximação com o México, flechado por Trump; devemos ampliar nossas convergências, não só econômicas mas políticas, com aquele país.
O muro proposto separa não apenas o México: separa os latino-americanos e os americanos adversos à insensatez de Trump.
Começamos a vislumbrar que as mudanças no tabuleiro internacional não vão na direção de um novo Hegemon, mas abrem espaço para alianças regionais que podem transcender o hemisfério. Neste, por escolha dos Estados Unidos, estão distantes os tempos da Alca.
Quem sabe um acordo com o Mercosul se torne viável, com os alemães à frente e os ingleses correndo à parte, mas também interessados em, ao se distanciarem de Bruxelas, não perderem espaços no mundo.
China e Índia, que crescem 7% ao ano, precisarão cada vez mais de comida e minérios de que dispomos.
O rearranjo atual da ordem global não tem força para estancar o que as mudanças culturais e tecnológicas tornaram irreversível: as consequências do aumento da produtividade e a integração produtiva. As mudanças em curso decorrem mais das questões de poder do que das econômicas. Isso não nos leva a descuidar de nossa base produtiva, mas induz-nos a não descuidar dos meios disponíveis de poder, que incluem capacidade de defesa e visão estratégica.
É o que esperamos do governo ao nomear um novo ministro para as Relações Exteriores: que não se esqueça de que entraremos em um jogo "de gente grande".

FONTE: BRASIL 247


GASPARI: TRANSPOSIÇÃO DE LULA É UM SUCESSO


"As coisas boas também acontecem", diz o colunista Elio Gaspari, ao comentar o sucesso da transposição das águas do São Francisco, que já chegaram ao sertão de Pernambuco e da Paraíba; "Os quilômetros de canais que atravessam o semiárido estarão para Lula assim como Brasília está para Juscelino Kubitschek", diz ainda o jornalista, que critica Michel Temer por ter tentado tirar o crédito de Lula pela obra; "Quem transpôs a ideia para a vida real, arrostando anos de críticas, foi a jararaca petista", afirma Gaspari

O jornalista Elio Gaspari se rendeu ao sucesso da transposição do São Francisco, obra do ex-presidente Lula, e disse que "as coisas boas também acontecem", em seu artigo Transposição de águas está em curso, falta transpor a intolerância. (Veja o artigo no final do texto).
"Desde janeiro, as águas do São Francisco saem do lago da barragem de Itaparica, em Pernambuco, percorrem 222 quilômetros pelo chamado Eixo Leste e entram na Paraíba. Na próxima quinta-feira (9), elas chegarão ao açude de Poções, no município de Monteiro, de onde descerão por gravidade para o reservatório de Boqueirão, que abastece Campina Grande e outras 18 cidades", diz o jornalista. "Ao contrário do que diziam os adversários do projeto, a transposição das águas do São Francisco não foi 'a Transamazônica do Lula."
Ele diz ainda que está será uma obra central na história do País. "Os quilômetros de canais que atravessam o semiárido estarão para Lula assim como Brasília está para Juscelino Kubitschek", afirma.
Por fim, Gaspari também criticou Michel Temer por ter tentado tirar o mérito de Lula pela obra, dizendo que o projeto começou "há 15 anos", no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – o que é uma mentira.

"Temer esqueceu o nome de Lula e fez uma conta astuciosa. O primeiro projeto de transposição de águas do São Francisco para terras do semiárido é de 1847. Há '15 anos' (portanto, em 2002, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso), continuava-se no mundo dos debates e dos projetos centenários. Quem transpôs a ideia para a vida real, arrostando anos de críticas, foi a jararaca petista", diz ele.

Transposição em curso; falta transpor a intolerância

Durante o consulado petista, Lula encantou-se com a ideia de transposição das águas do rio São Francisco e transformou-a numa das joias de sua coroa. A obra demorou dez anos e custou o dobro do que se previa, salpicada por mordidas de empreiteiras. Apesar de tudo isso, uma parte do projeto está ficando pronta. As coisas boas também acontecem.
Desde janeiro, as águas do São Francisco saem do lago da barragem de Itaparica, em Pernambuco, percorrem 222 quilômetros pelo chamado Eixo Leste e entram na Paraíba. Na próxima quinta-feira (9), elas chegarão ao açude de Poções, no município de Monteiro, de onde descerão por gravidade para o reservatório de Boqueirão, que abastece Campina Grande e outras 18 cidades.
Ao contrário do que diziam os adversários do projeto, a transposição das águas do São Francisco não foi "a Transamazônica do Lula". A ideia foi vista com um certo preconceito regional e uma greve de fome de um bispo transformou em problema algo que era solução. No capítulo dos grandes projetos petistas, o do trem-bala, que ligaria o Rio a São Paulo apanhou muito menos que o da transposição. Com uma diferença: a velha ideia das águas do São Francisco era boa e deu certo. Felizmente, o trem-bala ficou no papel.
Os quilômetros de canais que atravessam o semiárido estarão para Lula assim como Brasília está para Juscelino Kubitschek. (Também vai para a conta do estilo petista de operar, a transposição de R$ 200 milhões para o bolso de maganos metidos na obra do Eixo Leste.)
Em janeiro passado, quando inaugurou uma estação de bombeamento no município de Floresta, em Pernambuco, o presidente Michel Temer pareceu generoso: "Quero render homenagens aos governos anteriores que tiveram a ideia, desde 15 anos atrás, de fazer a transposição". Deu também uma aula de ciência política: "Aqui no Brasil é assim, quando você faz uma obra o sujeito esquece quem começou".
Temer esqueceu o nome de Lula e fez uma conta astuciosa. O primeiro projeto de transposição de águas do São Francisco para terras do semiárido é de 1847. Há "15 anos" (portanto, em 2002, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso), continuava-se no mundo dos debates e dos projetos centenários. Quem transpôs a ideia para a vida real, arrostando anos de críticas, foi a jararaca petista. Temer tem o mérito de estar concluindo uma obra que estava encalhada no final do governo de Dilma Rousseff. Tendo seu quinhão no êxito, não deve fazer com Lula o que ele fez com Fernando Henrique, jamais reconhecendo o valor da moeda estável que lhe entregou em 2003.

FONTE: BRASIL 247