domingo, 5 de março de 2017

COM ZAGA RESERVA, SÃO PAULO ENTRA EM CAMPO DAQUI A POUCO EM BUSCA DE EMBALO NO PAULISTÃO

Tiago Mendes, Junior Tavares e Luiz Araújo
tem presença confirmada para logo mais
O desafio do São Paulo nesta tarde será não dar qualquer brecha para a zebra e confirmar seu favoritismo nesta sétima rodada do Campeonato Paulista. Às 16 horas (horário de Brasília), o Tricolor recebe o Santo André no estádio do Morumbi e um duelo que chama atenção pela realidade de cada equipe. Enquanto o São Paulo é líder do Grupo B com 11 pontos e está invicto há sete jogos na temporada, o Ramalhão tem apenas seis pontos, venceu um único jogo até aqui e ocupa apenas a terceira colocação do Grupo C.
Claro que existe todo o respeito pelo adversário, mas a preocupação entre os são-paulinos é mais com a própria equipe do que com o time do ABC. Motivos para o sinal de alerta ficar ligado não faltam. O time de Rogério Ceni já foi goleado pelo Audax, empatou com Mirassol e Novorizontino depois de abrir dois gols de vantagem e precisou de um pênalti nos minutos finais para superar o São Bento em casa.
Por isso, mais do que vencer, neste domingo a missão é se impor, não correr riscos e matar a partida com autoridade para que qualquer desconfiança fique de lado. A goleada sobre o PSTC, que deu ao São Paulo a classificação na Copa do Brasil, é um fator de motivação.
Cícero, autor de três gols na quarta, está de volta ao Estadual depois de cumprir suspensão no último fim de semana. Rodrigo Caio e João Schmidt serão poupados. Maicon trata uma pancada que sofrera no tornozelo e está fora. Breno e Lugano devem ganhar nova chance na zaga, e Araruna no meio. No ataque, Wellington Nem tenta recuperar seu espaço, mas ainda não está 100% fisicamente e deve ser preterido da escalação inicial.
De qualquer forma, a tarefa do Santo André é das mais complicadas. Sem vencer há quatro rodadas, o Ramalhão demitiu o técnico Toninho Cecílio e contratou Sérgio Soares para mais uma passagem pelo clube. O desafio no Morumbi marcará a reestreia de Soares. Em campo, a motivação pode vir justamente dá única vitória do time até aqui, já que foi justamente contra o Corinthians, dono da melhor campanha da competição, em plena Arena de Itaquera. Repetir o feito em cima do São Paulo é a grande meta da equipe.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO X SANTO ANDRÉ
Local: Estádio Cícero Pompéu de Toledo, no Morumbi, em São Paulo
Data: 5 de fevereiro de 2017, domingo
Horário: 16h00 horas (de Brasília)
Árbitro: Luiz Flavio de Oliveira
Assistentes: Alex Alexandrino e Leandro Matos Feitosa
SÃO PAULO: Sidão; Bruno, Lugano, Breno e Junior Tavares; Araruna, Thiago Mendes e Cícero; Cueva, Luiz Araújo e Lucas Pratto
Técnico: Rogério Ceni
SANTO ANDRÉ: Zé Carlos; Jean, Reniê, Leonardo e Paulinho (Diogo Orlando); Dudu Vieira, Eduardo Ramos (Claudinho), Garré e Serginho; Deivid (Henan) e Edmilson.
Técnico: Sérgio Soares

Três jovens morrem e outros três ficam feridos em acidente em Marialva

Veículo com seis pessoas seguia em direção a Maringá. Informações dão conta que o motorista perdeu o controle do véiculo, saiu da pista, colidiu em uma árvore e caiu na ribanceira.


Três pessoas morreram e outras três ficaram feridas, em um grave acidente que ocorreu na madrugada deste domingo (5), por volta das 4h, na rodovia BR-376, entre Mandaguari e Marialva.
De acordo com informações, seis pessoas estavam em um veículo GM Corsa, placas AHF-2082 de Mandaguari, em que o motorista perdeu o controle e saiu da pista, colidiu em uma árvore e caiu em uma ribanceira.
Um rapaz e duas moças morreram na hora do acidente. Já Lucas André, 18 anos completados no último dia primeiro de março, e mais duas jovens sobreviveram e foram encaminhados para o Hospital Santa Casa de Maringá.
Os jovens não portavam documentos, e isso está prejudicando a identificação dos mortos e das jovens que ficaram gravemente feridas.
Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Lucas André

teria subido a ribanceira e pedido ajuda para os carros que passavam no local. Um dos motoristas pensou que ele queria se matar e apenas parou no Posto da PRF e avisou os policiais de plantão. Somente quando chegaram no local, que foi constatado o acidente.
Em tempo
Os familiares das vítimas reconheceram os corpos das vítimas no Instituto Médico Legal (IML) de Maringá. Thalia Pinheiro Siabre, 16 anos, moradora do Jardim Esplanada; Beatriz Souza, 16, moradora do Jardim Progresso e Adson Santana, 18 anos, morador do Esplanada tiveram a morte confirmada.


ICMS E IPVA 

Em seis anos Apucarana e Arapongas “engordou” o Tesouro do Estado em mais de R$ 1,3 bilhão

Somente nos dois primeiros meses de 2017 os dois municípios juntos já alimentou as burras do governo Beto Richa em quase R$ 50 milhões


Apucarana alimentou o Caixa do Estado em
mais de R$ 550 milhões
A pouca e tímida dedicação do Governo do Estado aos municípios da região, chama a atenção para o volume de tributos de ICMS e IPVA, recolhidos pelos contribuintes aos cofres do Paraná, entre 2011 e 2016, por conta do dever constitucional. Dos 100% pagos ao estado em ICMS, 25% ou 1/4 retorna aos municípios contra 50% do IPVA.

Dados disponíveis no Portal de Gestão do Dinheiro Público mostra que os municípios de Apucarana e Arapongas juntos, já depositaram mais de R$ 1,3 bilhão nos seis anos de mandato do governador Beto Richa, entre janeiro de 2011 e dezembro de 2016.

Apucarana engordou a conta em mais de R$ 550 milhões, dois quais R$ 483 milhões pagos de ICMS e outros R$ 69 milhões em tributos do IPVA recolhidos pelos contribuintes.
De Arapongas, município com receita um pouco maior, o estado já sugou mais de R$ 780 milhões. O ICMS gerou arrecadação de R$ 713 milhões contra R$ 69 milhões arrecadados pelo IPVA.

Arapongas contribuiu com mais de R$ 780 milhões
Até mesmo pequenos municípios, com população na faixa de 10 mil habitantes, como Cambira, por exemplo, cumpre sua parte com tesouro do estado. O pequeno município já contribuiu com mais de R$ 70 milhões, sendo R$ 67 de ICMS e a diferença em IPVA.

Somente nos dois primeiros meses do ano, os três municípios, somados abasteceram os cofres do estado em mais de R$ 50 milhões. Apucarana, em R$ 22 milhões, Arapongas, em R$ 27 milhões e Cambira, em outros R$ 2 milhões.

A média mensal de contribuição de Apucarana verificada no período é de R$ 46 milhões enquanto a média de Arapongas passa de R$ 65 milhões.

Os valores recolhidos pelos contribuintes provoca questionamentos sobre o volume de contrapartida em investimentos para obras e programas que promovam o desenvolvimento dos municípios e coloca sob suspeita a capacidade do governo em gerir os recursos do povo paranaense.

Cambira com cerca de 10 mil habitantes  recolheu
mais de R$ 70 milhões. 
Perguntas como: Quanto gasta o Governo do Estado, com saúde, educação, segurança pública e infraestrutura, individualmente nos municípios? Gasta mais ou gasta menos que o volume arrecadado?
A resposta merece ser descrita pelas administrações municipais, como forma de esclarecer à população a real qualidade da gestão do governador Beto Richa em zelar do povo paranaense.





DETENTO EM USO DE TORNOZELEIRA ELETRÔNICA É ASSASSINADO A TIROS EM ARAPONGAS

Um rapaz de 22 anos foi morto a tiros durante a noite desse sábado (04), na cidade de Arapongas. O corpo da vítima, posteriormente identificada como Vinicius Patruceli, foi encontrado em via pública na Rua Piuí de Topete, nas imediações do Conjunto Tereza Bononi.
Uma equipe do Sistema de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) chegou a ser acionada, no entanto nada pode fazer a não ser constatar o óbito do indivíduo que usava tornozeleira eletrônica e apresentava perfurações causadas por melo menos 4 disparos de arma de fogo.
Equipes da Polícia Militar (PM) e Civil também estiveram no local e investigam a autoria e motivação do crime.
Vinicius Patruceli era detento na cadeia pública de Arapongas, escapou pelo telhado e foi capturado pela Guarda Municipal (GM) em junho do ano passado e encaminhado novamente à cadeia. Agora estava em liberdade monitorada por conta de uso de tornozeleira eletrônica.
Recentemente em evento realizado na Câmara de Vereadores reunindo agricultores, o delegado chefe da 17ª Subdivisão Policial de Apucarana, Dr. José Aparecido Jacovós reclamou da falta de vagas nas cadeias públicas e a liberdade de bandidos com uso de tornozeleiras.  Segundo Jacovós os bandidos em liberdade assistida por uso de tornozeleiras voltam a delinquir e avisou para o risco desse fato se transformar numa bola de nove. 

FHC DIZ QUE BRASIL, SEM DEMOCRACIA, REFORÇOU DEMOCRACIA NO MERCOSUL


Em artigo publicado neste domingo, 5, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que, sob o comando do senador José Serra (PSDB-SP), que deixou o governo de Michel Temer prestes a ser investigado por receber R$ 23 milhões em uma conta secreta na Suíça na campanha de 2010, o Brasil reforçou a democracia no Mercosul; "O Itamaraty, sob a batuta de José Serra, reviu posições e revigorou alguns de nossos antigos propósitos. Dentre estes, o fortalecimento da cláusula democrática no Mercosul e a consequente cobrança de novos rumos na Venezuela", diz; o que FHC não diz, no entanto, é que o Brasil perdeu autoridade de falar em democracia sobre a Venezuela ou qualquer outro país, depois que retirou do poder uma presidente da República que não cometeu crime, num golpe parlamentar levado a cabo pelo partido do próprio ex-presidente, para colocar em seu lugar um grupo de políticos atolados em escândalos de corrupção.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu em artigo neste domingo, 5, o legado do senador José Serra (PSDB-SP) à frente do Itamaraty. Acusado de ter recebido R$ 23 milhões em uma conta secreta na Suíça na campanha presidencial de 2010, Serra pediu exoneração do cargo alegando problemas de saúde. Em seu lugar, Michel Temer indicou o também senador tucano Aloysio Nunes (PSDB-SP). 
Para Fernando Henrique, Serra fortaleceu a cláusula democrática do Mercosul, justamente quando o Brasil deixou de ser uma democracia, no golpe parlamentar de 2016, apoiado pelo próprio FHC, que alçou Temer ao poder. "O Itamaraty, sob a batuta de José Serra, reviu posições e revigorou alguns de nossos antigos propósitos. Dentre estes, o fortalecimento da cláusula democrática no Mercosul e a consequente cobrança de novos rumos na Venezuela", afirma. 
O ex-presidente tucano critica o "rearranjo da ordem global", exemplificado na política de Donald Trump e saída da Grã Bretanha da União Europeia. "O rearranjo atual da ordem global não tem força para estancar o que as mudanças culturais e tecnológicas tornaram irreversível: as consequências do aumento da produtividade e a integração produtiva. As mudanças em curso decorrem mais das questões de poder do que das econômicas. Isso não nos leva a descuidar de nossa base produtiva, mas induz-nos a não descuidar dos meios disponíveis de poder, que incluem capacidade de defesa e visão estratégica", afirma. 
"É o que esperamos do governo ao nomear um novo ministro para as Relações Exteriores: que não se esqueça de que entraremos em um jogo 'de gente grande", afirma.
Leia abaixo a íntegra do artigo de Fernando Henrique Cardoso.
Jogo de gente grande
Por Fernando Henrique Cardoso

No carnaval passeei com casais amigos por Florença e vizinhanças. Há mais de meio século, eu, minha mulher Ruth, Bento e Lucia Prado e Arthur Giannotti passeáramos pela mesma região com a fascinação da primeira vez e a energia da juventude. Lá, de onde escrevo este artigo, passamos o 31 de dezembro de 1961.
Desta vez, com o mesmo deslumbramento, revi o que pude das cidades toscanas. Em 1961 vivíamos o clima da Guerra Fria — russos e americanos se enfrentavam por procuração, como na "crise dos mísseis" em Cuba — e as marcas da guerra quente estavam presentes na Europa bombardeada. Agora, nem mesmo a eventual tensão belicosa que os dias de Trump deixam entrever assusta o Ocidente.
A memória se esfuma: passa-se por um ou outro cemitério americano em solo italiano e só os mais velhos, imagino, ainda se lembram do que foi a luta dos Aliados contra o Eixo totalitário. Em poucos brasileiros ressoam os nomes de Monte Cassino e Monte Castello, marcos do heroísmo dos soldados brasileiros.
É bom, entretanto, não esquecer. Desfrutando o gênio de Masaccio ou o colorido e a perspectiva dos afrescos de Ghirlandaio, a poucos passos um do outro na Santa Maria Novella, é bom darmo-nos conta de que o que o passado construiu pode romper-se e não só na arte.
Vale a pena recordar que a História é mãe e madrasta ao mesmo tempo.
Os sinais do futuro podem não ser do nosso agrado, mas com eles teremos de nos haver.
O pós-guerra, a despeito das diferenças entre comunistas e capitalistas, resultou na criação das Nações Unidas e na corresponsabilização dos vencedores da guerra pela ordem global e pela paz mundial.
O arcabouço político que precedeu a globalização econômica está se modificando, e a continuidade do que pareceria imutável no espírito ocidental depois de tanta violência e morte, o internacionalismo, não pode mais ser tomado como algo definitivo.
Será que os eleitores do Brexit ou os rebelados do Rust Belt, que atribuem suas perdas à globalização e aos imigrantes, acaso se deram conta de que estão destruindo o que as gerações passadas fizeram com tanto esforço? Provavelmente não e pouco importa.
O que é certo é que o "equilíbrio de poder" que americanos, chineses, russos e europeus construíram depois da guerra de 1939-45 está abalado. E não pela "desglobalização" ou pelas crises da economia — que sempre pesam — mas pela visão do mundo e do poder que os governantes da geração atual parecem acalentar.
Os Estados Unidos com Trump se retraem dos compromissos internacionais: o "America first" de Trump visa mais o fortalecimento da economia doméstica do que o predomínio mundial.
Os chineses se expandem na economia e se fortalecem regionalmente, mas sem empenho em construir o mundo à sua semelhança, como tinham os americanos.
A Rússia se contenta em intervir de onde era excluída, de "sua" área imperial e das zonas onde historicamente os otomanos deram as cartas.
E por aí vão refazendo caminhos os antigos donos do mundo, deixando a Europa escabreada.
Diante disso, o que cabe aos que ainda não têm voz decisiva no capítulo global, como nós brasileiros, é dar-nos conta de nossos interesses e ver estrategicamente, sem alinhamentos automáticos nem mesmo ideológicos (pois disso não se trata como na luta contra o Totalitarismo ou o Comunismo), para que lado vai o mundo e como melhor nos situamos nele.
Este "pragmatismo responsável" não deve se eximir de tomar partido, entretanto, na defesa dos direitos humanos e da democracia quando for o caso.
Não deve tão pouco deixar de avaliar friamente os interesses econômicos de nosso povo. Se até Larry Summers, ex-ministro da Fazenda dos Estados Unidos e pilar do pensamento liberal de mercado, para compensar as angústias da globalização, apresentou um texto ao Berggruen Institute falando de "nacionalismo responsável", por que não deveríamos repensar nossas chances, interesses e responsabilidades quando uma nova ordem mundial começa a esboçar-se?
O Itamaraty, sob a batuta de José Serra, reviu posições e revigorou alguns de nossos antigos propósitos. Dentre estes, o fortalecimento da cláusula democrática no Mercosul e a consequente cobrança de novos rumos na Venezuela.
Precisamos intensificar os liames com os vizinhos da América do Sul no lado do Pacífico e, principalmente, dar maior força a nossa ligação com a Argentina. Da mesma forma, necessitamos de sólida reaproximação com o México, flechado por Trump; devemos ampliar nossas convergências, não só econômicas mas políticas, com aquele país.
O muro proposto separa não apenas o México: separa os latino-americanos e os americanos adversos à insensatez de Trump.
Começamos a vislumbrar que as mudanças no tabuleiro internacional não vão na direção de um novo Hegemon, mas abrem espaço para alianças regionais que podem transcender o hemisfério. Neste, por escolha dos Estados Unidos, estão distantes os tempos da Alca.
Quem sabe um acordo com o Mercosul se torne viável, com os alemães à frente e os ingleses correndo à parte, mas também interessados em, ao se distanciarem de Bruxelas, não perderem espaços no mundo.
China e Índia, que crescem 7% ao ano, precisarão cada vez mais de comida e minérios de que dispomos.
O rearranjo atual da ordem global não tem força para estancar o que as mudanças culturais e tecnológicas tornaram irreversível: as consequências do aumento da produtividade e a integração produtiva. As mudanças em curso decorrem mais das questões de poder do que das econômicas. Isso não nos leva a descuidar de nossa base produtiva, mas induz-nos a não descuidar dos meios disponíveis de poder, que incluem capacidade de defesa e visão estratégica.
É o que esperamos do governo ao nomear um novo ministro para as Relações Exteriores: que não se esqueça de que entraremos em um jogo "de gente grande".

FONTE: BRASIL 247


GASPARI: TRANSPOSIÇÃO DE LULA É UM SUCESSO


"As coisas boas também acontecem", diz o colunista Elio Gaspari, ao comentar o sucesso da transposição das águas do São Francisco, que já chegaram ao sertão de Pernambuco e da Paraíba; "Os quilômetros de canais que atravessam o semiárido estarão para Lula assim como Brasília está para Juscelino Kubitschek", diz ainda o jornalista, que critica Michel Temer por ter tentado tirar o crédito de Lula pela obra; "Quem transpôs a ideia para a vida real, arrostando anos de críticas, foi a jararaca petista", afirma Gaspari

O jornalista Elio Gaspari se rendeu ao sucesso da transposição do São Francisco, obra do ex-presidente Lula, e disse que "as coisas boas também acontecem", em seu artigo Transposição de águas está em curso, falta transpor a intolerância. (Veja o artigo no final do texto).
"Desde janeiro, as águas do São Francisco saem do lago da barragem de Itaparica, em Pernambuco, percorrem 222 quilômetros pelo chamado Eixo Leste e entram na Paraíba. Na próxima quinta-feira (9), elas chegarão ao açude de Poções, no município de Monteiro, de onde descerão por gravidade para o reservatório de Boqueirão, que abastece Campina Grande e outras 18 cidades", diz o jornalista. "Ao contrário do que diziam os adversários do projeto, a transposição das águas do São Francisco não foi 'a Transamazônica do Lula."
Ele diz ainda que está será uma obra central na história do País. "Os quilômetros de canais que atravessam o semiárido estarão para Lula assim como Brasília está para Juscelino Kubitschek", afirma.
Por fim, Gaspari também criticou Michel Temer por ter tentado tirar o mérito de Lula pela obra, dizendo que o projeto começou "há 15 anos", no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – o que é uma mentira.

"Temer esqueceu o nome de Lula e fez uma conta astuciosa. O primeiro projeto de transposição de águas do São Francisco para terras do semiárido é de 1847. Há '15 anos' (portanto, em 2002, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso), continuava-se no mundo dos debates e dos projetos centenários. Quem transpôs a ideia para a vida real, arrostando anos de críticas, foi a jararaca petista", diz ele.

Transposição em curso; falta transpor a intolerância

Durante o consulado petista, Lula encantou-se com a ideia de transposição das águas do rio São Francisco e transformou-a numa das joias de sua coroa. A obra demorou dez anos e custou o dobro do que se previa, salpicada por mordidas de empreiteiras. Apesar de tudo isso, uma parte do projeto está ficando pronta. As coisas boas também acontecem.
Desde janeiro, as águas do São Francisco saem do lago da barragem de Itaparica, em Pernambuco, percorrem 222 quilômetros pelo chamado Eixo Leste e entram na Paraíba. Na próxima quinta-feira (9), elas chegarão ao açude de Poções, no município de Monteiro, de onde descerão por gravidade para o reservatório de Boqueirão, que abastece Campina Grande e outras 18 cidades.
Ao contrário do que diziam os adversários do projeto, a transposição das águas do São Francisco não foi "a Transamazônica do Lula". A ideia foi vista com um certo preconceito regional e uma greve de fome de um bispo transformou em problema algo que era solução. No capítulo dos grandes projetos petistas, o do trem-bala, que ligaria o Rio a São Paulo apanhou muito menos que o da transposição. Com uma diferença: a velha ideia das águas do São Francisco era boa e deu certo. Felizmente, o trem-bala ficou no papel.
Os quilômetros de canais que atravessam o semiárido estarão para Lula assim como Brasília está para Juscelino Kubitschek. (Também vai para a conta do estilo petista de operar, a transposição de R$ 200 milhões para o bolso de maganos metidos na obra do Eixo Leste.)
Em janeiro passado, quando inaugurou uma estação de bombeamento no município de Floresta, em Pernambuco, o presidente Michel Temer pareceu generoso: "Quero render homenagens aos governos anteriores que tiveram a ideia, desde 15 anos atrás, de fazer a transposição". Deu também uma aula de ciência política: "Aqui no Brasil é assim, quando você faz uma obra o sujeito esquece quem começou".
Temer esqueceu o nome de Lula e fez uma conta astuciosa. O primeiro projeto de transposição de águas do São Francisco para terras do semiárido é de 1847. Há "15 anos" (portanto, em 2002, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso), continuava-se no mundo dos debates e dos projetos centenários. Quem transpôs a ideia para a vida real, arrostando anos de críticas, foi a jararaca petista. Temer tem o mérito de estar concluindo uma obra que estava encalhada no final do governo de Dilma Rousseff. Tendo seu quinhão no êxito, não deve fazer com Lula o que ele fez com Fernando Henrique, jamais reconhecendo o valor da moeda estável que lhe entregou em 2003.

FONTE: BRASIL 247
SEGURANÇA

MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE MARINGÁ RECEBEM NOVAS VIATURAS POLICIAIS

Jandaia do Sul, Mandaguari e Bom Sucesso estão entre os 16 municípios contemplados 

Foram entregues 16 viaturas para uso da PM em dezesseis municípios da região de Maringá. Investimentos superior a R$ 1 milhão provenientes de emendas parlamentares e do Governo do Estado.

A governadora em exercício Cida Borghetti entregou neste sábado (4), em Maringá, mais 16 viaturas da Polícia Militar e da Polícia Civil do Paraná. Essas são as primeiras viaturas de um lote de 100 veículos que está sendo distribuído às forças policiais do estado.

Os investimentos são de mais de R$ 1 milhão provenientes de emendas parlamentares e de investimentos do Governo do Estado. “Neste momento de crise, o Paraná se destaca com grandes investimentos. Somos um estado diferenciado e exemplo para todo o país. Os prefeitos saem daqui hoje com viaturas novas e prontas para atender a segurança pública dos seus municípios”, disse Cida.

Mandaguari foi contemplado com uma viatura. O
prefeito Romualdo Batista, o Batistão participou
da cerimônia de entrega em Maringá.

Os novos veículos irão reforçar a frota da segurança nos municípios de Ângulo, Bom Sucesso, Itambé, Japurá, Lobato, Mandaguari, Doutor Camargo, Ourizona, Santa Fé, São Jorge do Ivaí, Terra Rica, Jandaia do Sul, Mandaguaçu, Marialva, Paiçandu e Sarandi.

O governo do Paraná adquiriu mais de 3.500 viaturas policiais, desde 2011. Outras 1.100 deverão ser entregues nos próximos meses. De acordo com o secretário de Segurança Pública, Wagner Mesquita a frota de viaturas tem que ser renovada constantemente. “A viatura policial tem um desgaste muito grande. Após dois anos de trabalho ininterrupto, a manutenção dessa viatura é economicamente inviável. Por isso é necessário sempre fazer investimentos nesta ferramenta trabalho essencial do policial”, afirmou.


Raimundinho prefeito de Bom Sucesso, recebeu
a chave da viatura destinada ao destacamento
da PM em seu município
O comandante do 4.º Batalhão da Polícia Militar, tenente coronel Ênio Soares Santos, disse que as novas viaturas serão incorporadas no trabalho já desenvolvido na região. “Temos 25 municípios sob nossa responsabilidade e daremos continuidade ao trabalho intenso que temos desenvolvido em toda a área do Batalhão. Temos feito nosso trabalho e estamos conscientes da nossa responsabilidade”, afirmou.

Além das 100 viaturas oriundas de emendas parlamentares, ao longo dos últimos anos, outras 975 foram adquiridas, por meio de parcerias com órgãos governamentais (estaduais e federais) e outras fontes.

INVESTIMENTOS - A Secretaria da Segurança aumentou o orçamento em R$ 103 milhões, em 2016, para a compra de 8 mil coletes balísticos, equipamentos, armas, munição, e a ampliou o contingente da Polícia Militar, com a incorporação de mais 2.736 novos soldados.
Outro grande investimento foi o montante de R$ 360 milhões financiados junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID, que está sendo empregado em algumas vertentes desse trabalho.

Estiverem presentes no evento o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, os secretários estaduais de Planejamento, Cylleneo Pessoa Pereira Júnior, Comunicação Márcio Villela, Casa Militar, coronel Adilson Castilho Casitas, os deputados estaduais, Dr. Batista e Evandro Júnior, o prefeito de Maringá, Ulisses Maia e demais autoridades e lideranças.


FONTE: AEN/PR

sábado, 4 de março de 2017

NASSIF DEFENDE FRENTE DE ESQUERDA COM LULA E CIRO


"Se Lula se candidata, Ciro terá posição central no novo governo. Se, pelo contrário, a frente do golpe conseguir inabilitar a candidatura de Lula, a vaga é de Ciro. Há ainda a hipótese, nada remota, de Lula poder ser candidato, mas abdicar em favor de Ciro. E a hipótese concreta de que, lançando antecipadamente Ciro, ele se torne rapidamente alvo de todas as pós-verdades da mídia", diz o jornalista Luis Nassif, que prega a união entre os dois presidenciáveis
Com o fracasso do petismo, com sua estratégia de conciliação, as esquerdas retornaram aos tempos heroicos, aquele do “em cada cabeça uma tendência”. Não chegam às baixarias da direita, de envolver famílias, apelar para insinuações sexuais, mas são muito mais dispersivas.
Em geral, dedicam mais energias a combater os grupos do mesmo campo de luta do que os adversários; têm uma dificuldade imensa em identificar os pontos centrais de uma estratégia política, perdendo-se em quizílias e detalhes irrelevantes, e, também, uma virtude/vício enorme, de questionamento permanente das estruturas vigentes na própria esquerda.
Do PT nasceu o PSTU, revolucionários, depois, o PSOL, todos brandindo, em geral, um antipetismo maior ainda do que o anti-neoliberalismo. E se somam a esse universo sindicatos, grupos sociais com agenda própria, como o MST (Movimentos dos Sem Terra) e MSTU (Movimentos dos Sem Teto Urbanos), outros menores, espalhados pelos quatro cantos, mais objetivos do que os agrupamentos políticos, mas sem condições de oferecer o projeto unificador das demandas.
O amálgama geral deveria ser o projeto de país, os princípios de uma política econômica desenvolvimentista e social – e há inúmeros diagnósticos espalhados entre as universidades (Unicamp, UFRJ, UFMG, EE-FGV), mas sem liga com as bases – e um candidato competitivo em 2018.
O caminho óbvio é a constituição de uma frente de esquerdas, não mais o predomínio de um partido. Mas há uma gama enorme de desafios pela frente.
Primeiro, os desafios concretos:
1.     A incapacidade do partido maior, o PT, liderar a frente, e mesmo de se alinhar com os novos tempos, devido à  estratificação ocorrida em sua estrutura de comando. No PT, a mudança virá de fora para dentro.
2.     O surgimento de novos grupos sociais criados a partir das redes sociais, que abominam qualquer forma de verticalização de comando, mas que tem a vitalidade do novo, como tinham os movimentos sociais dos anos 80. E que até hoje não encontraram espaço adequado na frente de esquerdas. A maneira como o PT jogou ao mar o MPL (Movimento Passe Livre) é um clássico do pensamento autofágico da esquerda, com o velho devorando o novo. A maneira como Luciana Genro, do PSOL, despeja sua ira exclusivamente sobre o PT, outro clássico de como o novo não se liberta da ira freudiana de destruir o pai.
3.     A dificuldade em consolidar um projeto de país que expurgue da social-democracia as concessões absurdas feitas ao mercado - em nível global, saliente-se -, mas que, ao mesmo tempo, não embarque na visão de um socialismo utópico.
4.     O fracasso das políticas de conciliação e a dificuldade em definir as novas bandeiras, que ampliem o campo de alianças e não limitem as esquerdas a uma militância de guetos.
Os dois discursos que melhor sintetizam os novos tempos são os de Lula e Ciro Gomes, ambos com alguma diferença de nuance.
O de Lula sensibiliza uma base maior, pelo simbolismo do seu nome, pelas lembranças da fase áurea do país e por sua posição nas pesquisas eleitorais para 2018. O de Ciro sensibiliza os que julgam impossível um pacto de convivência com os setores que deram o golpe, tendo em vista o fracasso da política de conciliação de Lula e Dilma.
A política é mais sujeita aos movimentos dos ventos do que supõem os mais radicais. Ambos não sairão candidatos ao mesmo tempo. O arco da esquerda ou estará com Lula ou com Ciro, e o outro apoiará. Nem a definição se dará agora.
Hoje em dia, o direito de preferência é de Lula. Amanhã, poderá ser de Ciro.
Lula terá que  passar pelas armadilhas da Lava Jato e da sua própria exaustão com a política, normal em que perdeu seu grande ponto de apoio emocional e jamais teve um minuto de folga a vida inteira.
Se Lula se candidata, Ciro terá posição central no novo governo. Se, pelo contrário, a frente do golpe conseguir inabilitar a candidatura de Lula, a vaga é de Ciro. Há ainda a hipótese, nada remota, de Lula poder ser candidato, mas abdicar em favor de Ciro. E a hipótese concreta de que, lançando antecipadamente Ciro, ele se torne rapidamente alvo de todas as pós-verdades da mídia.
Todas essas hipóteses dependem de um conjunto de circunstâncias que ainda estão indefinidas:
1.     Qual a tendência que se imporá nas forças golpistas com o aprofundamento da crise: implosão, novo arco de alianças para enfrentar o fenômeno Bolsonaro ou adesão a uma ultradireita feroz?
2.     Tentativa de reforçar o Estado de exceção defendido, entre outros, pelo Ministro Luís Roberto Barroso, do STF,  ou a busca de um novo consenso?
3.     Como se comportarão as Forças Armadas?
Por tudo isso, a estratégia das esquerdas, no presente, não definirá antecipadamente o candidato em 2018.
O foco das esquerdas, no momento, é sair da defensiva, se aglutinar em torno de algumas teses centrais, estimular as discussões em torno de um programa de governo. E a única pessoa capaz de promover essa articulação é Lula. Poderiam ser os governadores de esquerda, reunidos em torno de um Conselho, mas aí se trata de um desenho inédito que ainda não conta com uma liderança aglutinadora.
Lula paira acima das idiossincrasias das esquerdas e do próprio PT. Em que pese ter sofrido o maior bombardeio jornalístico da história, continua vivo e as lembranças dos anos de ouro do lulismo são o instrumento mais forte para aglutinação de grupos sociais, políticos e até empresariais.
Sua candidatura tem inúmeras vulnerabilidades, a maior das quais é o profundo sentimento anti-Lula que a mídia conseguiu incrustar em largas faixas da população. Mas são restrições para serem avaliadas mais perto das eleições.
Por ora, a única maneira de consolidar um arco de esquerdas – fundamental para alicerçar qualquer veleidade política não só de Lula, como de Ciro – é unir-se em torno de Lula.
Daí a importância do teste do Manifesto.
JORNAL GGN


TREM E CAMINHÃO SE CHOCAM EM ARAPONGAS



Mais uma violenta colisão envolvendo um trem da América Latina Logística (ALL) e um caminhão foi registrada no cruzamento entre as ruas Guaratinga e Pavão, no Parque Industrial de Arapongas. O acidente chamou a atenção de motoristas e pedestres que trafegavam pela região.
Por volta das 17 horas , equipes da Sistema de Atendimento Móvel de Urgência e do Corpo de Bombeiros foram acionadas para atender a ocorrência, no entanto ninguém ficou ferido e os danos foram apenas materiais.
De acordo com relato de testemunhas, o condutor do caminhão teria invadido a linha férrea sem perceber a aproximação da locomotiva.
Reincidência
No dia 23 de dezembro do ano passado, um acidente bastante parecido foi registrado no mesmo local.
Na ocasião o caminhão que estava carregado de móveis ficou completamente destruído e parte da carga acabou saqueada. Com informações das redes sociais e do portal dia a dia. Fotos do facebook


MERCADO LUCRATIVO

Maioria das cervejas mais consumidas no país é feita com milho transgênico

Indústria se aproveita da legislação falha, que não exige rotulagem especial, nem especificação dos "cereais não maltados", omitindo do consumidor o símbolo relacionado a medo, doenças e incertezas



A lei determina que alimentos ou bebidas com mais de 1% de ingredientes transgênicos devem ser rotulados; O T indicativo da presença de plantas geneticamente modificadas não aparece em nenhuma cerveja.


Bebida alcoólica mais consumida pelos brasileiros, a cerveja pode conter em sua formulação muito mais do que água, cevada e lúpulo. As letras miúdas no rótulo das garrafas ou impressas na própria lata, em cores metálicas, que dificultam a leitura, dão algumas pistas: "cereais não maltados" ou "malteados". O consumidor comum fica sem saber que ingredientes exatamente são afinal. Especialistas em nutrição, entretanto, não têm dúvidas. Em geral é o milho, o mais barato dos grãos, o escolhido pelos fabricantes para compor, com os demais ingredientes, uma bebida que pode ser vendida mais em conta para que não tenham de abrir mão da elevada margem de lucro.
"Como a legislação não exige a especificação de cada ingrediente que constitui a cerveja, as empresas utilizam o termo genérico 'cereais não maltados'. Ao não colocar a denominação específica, deixam dúvidas quanto à composição. Portanto, é possível partir do princípio de que o milho está sendo utilizado sem que haja indicação da sua presença", diz a nutricionista Rayza Dal Molin Cortese, pós-graduanda em Nutrição pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Um estudo do Laboratório de Ecologia Isotópica do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da Universidade de São Paulo, divulgado em 2013, respalda a suposição de Rayza. Ao analisar 77 marcas, das quais 49 produzidas no Brasil e 28 importadas de países da Europa, América do Sul e do Norte e da China, os pesquisadores do Cena/USP concluíram que apenas 21 delas podem exibir o selo "puro malte" por utilizar somente grãos de cevada.
Puro malte?

Entre as nacionais, foi detectado milho na composição de 16 marcas, em quantidades equivalentes a 50% do mix de cereais adicionados à cevada. Essa proporção, aliás, contraria a legislação brasileira, que limita a quantidade de milho, arroz, trigo, centeio, aveia e sorgo a 45% do total da cevada utilizada. E justificaria a troca de nome dessas bebidas prevista em lei: cerveja de milho, cerveja de arroz etc., acrescentando-se o nome do cereal com maior presença na formulação.
Mas seria essa opção adotada por um mercado gigante como o cervejeiro brasileiro, que movimenta todo ano algo em torno de R$ 74 bilhões, cerca de 1,6% do PIB, conforme pesquisa divulgada em março de 2016 pela Fundação Getúlio Vargas?
Dar nome aos cereais – especialmente se for milho – pode não ser considerado "bom negócio" para o milionário grupo de produtores da bebida alcoólica mais vendida no Brasil – cerca de 14 bilhões de litros por ano. Mas faz toda a diferença para os brasileiros que consomem, per capita, todo ano, o correspondente a 62 litros de cerveja.
Primeiro porque mais de 80% do milho cultivado no Brasil, segundo especialistas ouvidos pela reportagem, está em lavouras transgênicas, semeadas com grãos modificados geneticamente. Com o argumento de aumentar a produtividade, a indústria das sementes alterou o DNA de plantas como o milho para supostamente aumentar a produtividade.
Na realidade, essa biotecnologia as transformou para duas coisas: resistir a quantidades cada vez maiores de agrotóxicos utilizados para matar plantas e indesejáveis à monocultura, que poderiam vir a comprometer essa propalada produtividade; ou para que passem a ter dentro delas proteínas inseticidas, capazes de exalar venenos contra um ataque de insetos.
Incertezas
O problema é que, como essas plantas úteis para o equilíbrio ambiental e indesejáveis para a produção de larga escala vão adquirindo resistência contra alguns princípios ativos de agrotóxicos pulverizados, passam a ser aplicados outros venenos, mais potentes e em quantidades maiores.
As consequências à saúde humana, animal e ambiental devido a tamanha alteração genética em grãos que serão usados direta ou indiretamente na produção de alimentos ainda não foram dimensionadas o suficiente pela ciência. Dos poucos estudos, os resultados são preocupantes, para não dizer alarmantes.
O biólogo, pesquisador aposentado da Embrapa e ex-membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) José Maria Gusman Ferraz, destaca uma pesquisa divulgada em 2012 por pesquisadores franceses que abalou a opinião pública e o mercado de transgênicos em todo o mundo. Chefiados por Gilles-Eric Séralini, da Universidade de Caen Normadie, na França, os cientistas constataram danos ao fígado e rins e distúrbios hormonais em ratos alimentados com o milho transgênico NK603, da Monsanto. Além desses efeitos graves, foi detectado o desenvolvimento de inúmeros tipos de tumores.
O impacto da grande repercussão fez a pesquisa ser questionada e retirada da revista que a publicou originalmente (Food and Chemical Toxicology). Não só: a publicação teve seu corpo editorial reformulado, com a entrada de um nome forte indicado pela Monsanto. Os mesmos resultados, porém, foram publicados em detalhes depois na Environmental Sciences Europe, mostrando todos os danos causados.
Na época, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e outras entidades ambientalistas, de saúde e em defesa da agricultura orgânica, entre outras, pediram a suspensão da liberação comercial dessa variedade do milho.
"Mesmo com este estudo indicando claramente o risco, a CTNBio aprovou sua liberação comercial no país, em um claro desrespeito ao princípio da precaução, que preconiza que se existir possibilidade de risco, a empresa proponente tem de provar que o risco não existe", afirma Gusman. "Um grupo minoritário dentro da comissão solicitou que, se existiam dúvidas, o estudo deveria ser refeito antes da sua liberação para comercialização. Mas como sempre, foi voto vencido pela maioria – ligada ao agronegócio –, que desprezou esta e outras evidências de que havia sim risco à saúde na liberação comercial."
Além de professor convidado da Unicamp, onde conduz pesquisas em agroecologia, Gusman se dedica à campanha contra o mosquito transgênico, desenvolvido em laboratório para combater o Aedes aegypti, já solto no interior de São Paulo – outro caso envolto em irregularidades no processo de liberação, com problemas e dúvidas nas pesquisas, o que torna as populações lcoais cobaias de interesses de transnacionais.  
Outro estudo, segundo ele, também acende o alerta contra os transgênicos. Conduzido na Faculdade de Medicina de Tanta, no Egito, constatou que outra variedade de milho da Monsanto, o MON810, alterou profundamente as estruturas que compõem o intestino das cobaias. Surgiram lesões proliferativas e hemorrágicas nas mucosas intestinais, responsáveis pela absorção de nutrientes necessários para o funcionamento do organismo. O milho correspondia a apenas 30% da dieta dos ratos. 
Mais venenos
Como lavouras transgênicas são sinônimo do uso de altas doses de agrotóxicos, os especialistas alertam para os perigos dos agroquímicos à saúde e à vida dos agricultores e de quem vive perto das áreas pulverizadas, para aqueles que trabalham nas indústrias de venenos, e para quem ingere alimentos e água carregados de resíduos desses agroquímicos.
Por isso essas substâncias são problema de saúde pública, embora as autoridades de saúde pouco ou nada façam para reduzir, ainda que gradativamente, o uso de produtos tão nocivos. Esses venenos já foram relacionados a diversas doenças, entre elas câncer de vários tipos; alterações endocrinológicas e reprodutivas, como quadros de menstruação, menopausa e andropausa precoce, além de alterações no sistema reprodutor; e até neurológicas, facilitando o desenvolvimento do Mal de Parkinson, por exemplo, conforme pesquisas recentes.
Também podem provocar alterações na gestação que levam ao nascimento de bebês com malformações; distúrbios emocionais incapacitantes, como a depressão; quadros de intoxicação agudas, que conforme o veneno pode matar por asfixia, ou mesmo crônicas, devido a exposições frequentes ou ao acúmulo de resíduos no organismo. Tudo isso num quadro em que algumas dessas doenças podem conviver sem que suas causas sejam associadas aos venenos agroquímicos. O Ministério da Saúde estima que para cada caso notificado, com nexo-causal, há 50 outros totalmente ignorados.
Consumidor desinformado
Para especialistas e ativistas contra os transgênicos e seus perigos, todos os alimentos – bebidas inclusive – com quaisquer vestígios de transgênicos, deveriam receber o selo com a letra T em preto dentro de um triângulo amarelo, símbolo internacional da presença de organismos geneticamente modificados.
Mas a legislação, que no Brasil é criada por setores alinhados com o agronegócio que controlam o Congresso Nacional e setores do governo federal, não vai nessa direção. A nutricionista Rayza Cortese, que pesquisa organismos geneticamente modificados e a rotulagem de alimentos comercializados no Brasil, afirma que a legislação para o tema, estabelecida pelo decreto 4.680/2003, estabelece que "todos os alimentos (e as bebidas alcoólicas são consideradas alimentos) e ingredientes alimentares que contenham ou sejam produzidos a partir de OGMs, com presença acima de 1% do produto, devem ser rotulados". No entanto, o símbolo não aparece em nenhuma embalagem de cervejas que contenham milho.
E isso apesar de o Idec ter obtido, no Supremo Tribunal Federal (STF), a garantia de rotulagem com o triângulo amarelo em alimentos com ingredientes geneticamente modificados, independentemente da quantidade. Em maio do ano passado, o STF voltou a garantir a indicação no rótulo de alimentos que utilizam ingredientes geneticamente modificados, independentemente da quantidade presente.
A exigência estava suspensa desde 2012, por uma decisão provisória do ministro Ricardo Lewandovski, que atendeu ao pedido da União e da Associação Brasileira de Indústria de Alimentos (Abia).
"A decisão é importante porque enfraquece o projeto de lei que tramita no Congresso para derrubar a obrigatoriedade da informação no rótulo. Sem essa rotulagem, o consumidor tem negado seu direito à informação para decidir na hora da compra, conforme prevê o Código de Defesa do Consumidor", diz a pesquisadora em alimentos do Idec, Ana Paula Bortoletto.
A Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), que representa a Ambev, a Brasil Kirin, o Grupo Petrópolis e a Heineken – os quatro maiores fabricantes – afirma, em nota à reportagem da RBA, reproduzida em sua íntegra a seguir que "a indústria brasileira da cerveja é reconhecida pela alta qualidade de seus produtos e receitas que conquistaram o gosto do consumidor brasileiro – o que faz o país ser um dos maiores mercados de cerveja do mundo. O respeito ao consumidor é um dos principais valores do setor cervejeiro. É por isso, que aprimoramos sempre os processos, usamos os melhores ingredientes, adotamos as técnicas mais avançadas e inovamos sempre.
"As receitas, obviamente, variam de acordo com a marca e o tipo da cerveja. Os detalhes dessas formulações não são abertos ao consumidor, já que são informações confidenciais e que precisam ser protegidas para preservar o ambiente concorrencial do setor. Cada ingrediente é usado para trazer características ao produto. A utilização de cereais não-malteados na fabricação de cervejas não é uma exclusividade do Brasil. Isso acontece em diversos países. Um dos principais objetivos é conferir características como leveza e refrescância. 
"Vale lembrar que as legislações brasileira e do Mercosul permitem que sejam usados cereais não-malteados na produção de cervejas, como milho, aveia, sorgo, arroz etc. Contudo, esse uso não é indiscriminado. A legislação estabelece a participação máxima de 45% destes insumos no chamado extrato primitivo (a parte sólida da cerveja). O setor cervejeiro no Brasil cumpre rigorosamente essa norma. Os padrões de qualidade e segurança da cerveja brasileira são regulados e fiscalizados pelo Ministério da Agricultura, Anvisa, entre outros órgãos.
"As discussões em torno dos organismos geneticamente modificados fazem parte deste grande esforço. Por isso, as cervejarias acompanham de perto a questão e seguem todas as normais legais sobre o uso e rotulagem desses insumos. As cervejarias associadas à Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil)- da qual participam Ambev, Brasil Kirin, Grupo Petrópolis e Heineken - realizaram testes de detecção de DNA transgênico que comprovam a ausência de organismos geneticamente modificados em seus produtos. Além disso, nossos produtos atendem às recomendações nacionais e internacionais mais rígidas de segurança, do início ao fim dos processos produtivos, não representando, portanto, qualquer risco à saúde do consumidor."

 FONTE: RBA