terça-feira, 18 de junho de 2024

Deputado Arilson pede impeachment de Ratinho Jr.


O pedido de impeachment do governador Ratinho Jr. foi apresentado nesta terça-feira (18/06) pelo deputado estadual Arilson Chiorato (PT) à Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP). No entendimento do parlamentar, o documento que embasa o pedido aponta infrações políticas e administrativas ocorridas durante o processo de privatização das escolas públicas. Um abaixo-assinado também foi disponibilizado pelo parlamentar, permitindo a manifestação popular ao pedido de impeachment.

São cinco tópicos descritos na denúncia, como privatização de serviço essencial sem autorização constitucional, abuso e desvio de finalidade da publicidade institucional, perseguição a servidores e dirigentes sindicais, disparos em massa de vídeos contra greve usando dados internos de pais de alunos e imposição de sigilo a documentos da Secretaria Estadual de Educação (Seed).

“O governador Ratinho Jr. cometeu crimes que atentam contra o exercício dos direitos políticos, (a livre manifestação), individuais (a livre sindicalização, perseguição política e uso de dados) e sociais (o direito à educação). Também feriu a lei orçamentária estadual (previsão de contratação de empresas para terceirização)”, pontua o deputado Arilson.

“Além disso, o governador Ratinho Jr. também atentou contra a probidade da administração ao realizar contratação sem licitação, usar a máquina estadual contra o livre exercício do direito de greve e desvio de finalidade da publicidade institucional. Todos esses apontamentos foram embasados em denúncias recebidas”, afirma o parlamentar.

O deputado, que entrou com o pedido de impeachment, comenta sobre os principais pontos do documento. “O principal é o projeto de privatização de serviços essenciais sem autorização constitucional. O projeto de privatização já existe em duas escolas do Paraná! Além de ser um fracasso, relatado pelos próprios professores dos colégios, o processo de contratação das empresas não passou pela aprovação dos deputados, o que é inconstitucional”.

O segundo tópico é sobre o abuso e desvio de finalidade da publicidade institucional. “O Ratinho Jr. está usando a propaganda institucional do Governo para se defender, fazer política e enganar a população sobre a privatização das escolas públicas! Ele está gastando dinheiro público para atacar os argumentos da comunidade escolar contra o fim da educação pública! Quantos milhões foram gastos nisso?”, questiona.

O terceiro argumento, que embasa o pedido de impeachment, é a perseguição aos servidores e dirigentes sindicais. “Pediu a prisão da presidente da APP-Sindicato, afastou diretoras que participaram da greve, fraudou listas de chamadas para enganar os paranaenses dizendo que a greve teve baixa adesão. E pediu abertura de inquérito policial acusando a APP de atentar contra o estado democrático. Ele quer criminalizar os educadores”, ressalta o parlamentar.

Quarto ponto: disparo em massa de vídeos contra greve usando dados internos de pais de alunos. “Usou dados internos do Governo do Paraná para disparar vídeos aos pais dos alunos contra a greve dos professores. Lembrando que isso já aconteceu em 2022, quando o governo enviou mensagens golpistas pró-Bolsonaro”.

O quinto tópico é a imposição de sigilo por cinco anos aos documentos da Secretaria de Estadual de Educação. “Mesmo que após pressão popular tenha causado o recuo do Governo, a improbidade administrativa de ocultar informações públicas está configurada. O que tem a esconder o privatizador Ratinho Jr.? É um direito de todo paranaense saber o que se passa no Palácio Iguaçu”, afirma o parlamentar.


Abaixo-Assinado – O documento pode ser assinado neste link (https://chng.it/8FjgJhBJwy). “Essa foi mais uma maneira encontrada para tornar o processo democrático, pois permite a participação de todos”, pontua o deputado Arilson.

Fonte: Site Reverbero com informações da Assessoria

Dino suspende mais duas leis municipais que proíbem linguagem neutra nas redes de ensino

 

De acordo com o relator do caso, a Constituição determina que cabe à União legislar sobre as diretrizes e bases da educação nacional.

Flávio Dino
Flávio Dino (Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF)

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu outras duas leis municipais que proibiam o uso da linguagem neutra nas redes de ensino. Desta vez, as legislações foram das cidades de Navegantes (SC) e Rondonópolis (MT).

De acordo com Dino, relator do caso, a Constituição determina que cabe à União legislar sobre as regras e bases da educação nacional. O magistrado enfatizou que, em casos semelhantes, a Corte já decidiu pela inconstitucionalidade de leis estaduais e municipais que tratam do ensino da linguagem neutra.

A nova decisão resulta de ações protocoladas no STF pela Aliança Nacional LGBTI+ e pela Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas.

Fonte: Brasil 247 com informações de CartaCapital

Mauro Cid e pai negam ter conhecido nova joia descoberta pela PF

 

As investigações apontam desvio de joias do acervo presidencial, em um esquema ilegal operado por aliados de Jair Bolsonaro

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (Foto: Edilson Rodrigues-Agência Senado)

 O tenente-coronel Mauro Cid afirmou nesta terça-feira (18) não ter conhecimento sobre a venda de uma nova joia encontrada pela Polícia Federal como um dos itens negociados nos Estados Unidos por aliados de Jair Bolsonaro (PL). Trata-se de um bracelete. Em depoimento à PF, o militar e o seu pai negaram saber sobre a negociação do objeto, apontou uma reportagem publicada no jornal O Globo

De acordo com investigadores, Mauro Cid e o pai dele trabalharam para desviar do acervo presidencial outros quatro conjuntos de presentes dados a Bolsonaro durante viagens oficiais à Arábia Saudita e ao Bahrein. Ele recebeu os presentes como chefe de Estado entre 2019 e 2021.

Por lei, joias recebidas por governos de outros países devem pertencer ao Estado brasileiro, não podendo ser incorporadas a patrimônio público. O inquérito do suposto desvio das joias está na fase final de conclusão e deve ser finalizado até o fim deste mês.

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Mauro César Loureira Cid, pai de Mauro Cid, ex-ajudante de Ordens de Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação/Alesp

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Plano Safra deste ano "certamente" será maior que o de 2023, diz Haddad

 

O ministro afirmou que o valor do Plano será fechado nesta semana

MInistro da Fazenda, Fernando Haddad
MInistro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: REUTERS/Carla Carniel)

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira que o Plano Safra 2024/2025 "certamente" será maior que o do ano passado, mas que ainda são necessários cálculos para apontar o valor total, que deve ser anunciado na próxima semana.

Em entrevista a jornalistas na saída da Fazenda após se reunir com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, Haddad disse que o valor do Plano será fechado nesta semana e seguirá para análise do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na segunda-feira da próxima semana, com o anúncio na terça-feira.

Haddad também afirmou que se reunirá com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nesta semana para discutir as dívidas dos Estados com a União.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Beto Faro, senador do PT: 'gestão de Campos Neto no Banco Central causa perplexidade'

 

O senador ressaltou que a autonomia do BC não pode ter interferências políticas. Presidente do BC deu sinais de aproximação com Tarcísio de Freitas, ex-ministro de Bolsonaro

Beto Faro
Beto Faro (Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado)

 O senador Beto Faro (PT-PA), em pronunciamento nesta terça-feira (18), manifestou preocupação com a conduta de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), e as repercussões na economia do país. O senador ressaltou que a autonomia conferida ao BC por lei complementar tem como objetivo garantir um ambiente econômico estável, com decisões baseadas em critérios técnicos, livres de interferências políticas. Mas aliados do governo Lula (PT) denunciam que o atual dirigente de autoridade monetária está sabotando e precisa dar explicações por causa da lentidão na redução dos juros, e por conta de sinais de aproximação com políticos oposicionistas ao Partido dos Trabalhadores, a exemplo do governador dem São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Jair Bolsonaro. 

"Essas ações não apenas geram incertezas desnecessárias, mas também podem comprometer a eficácia das políticas econômicas do governo federal", afirmou o senador. "Nesse contexto, é pertinente questionar os motivos por trás dessa postura do atual presidente do BC: que outros interesses, que não o zelo pela estabilidade monetária e pelo emprego, estariam motivando essas ações? O presidente do BC tem protagonizado atitudes que causam perplexidade". 

Aliados do governo do presidente Lula têm cobrado mais rapidez na queda dos juros, para estimular o acesso ao crédito, aquecer o poder de consumo, e aumentar o crescimento econômico. Atualmente, a taxa básica de juros, a Selic, está em 10,50% ao ano, após decisão dos integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom), ligado ao Banco Central. O percentual representou uma diminuição de 0,25 ponto percentual. Foi o sétimo corte seguido na taxa básica de juros, que começou a recuar em agosto de 2023.

No começo das reduções, a Selic estava em 13,75% ao ano. Desde então, o comitê vinha reduzindo a Selic no mesmo ritmo: 0,5 ponto percentual a cada encontro. Com a decisão do mês passado, o corte na Selic foi de apenas 0,25 p.p.

O dirigente do Banco Central chegou a sinalizar que pode ser ministro da Fazenda em um eventual governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), caso o governador de São Paulo seja candidato a presidente da República e ganhe a eleição de 2026.

No entanto, Faro destacou que, desde o início do governo Lula, Campos Neto tem participado de eventos públicos e emitido declarações controversas que, na sua opinião, geram volatilidade nos mercados financeiros. Para o senador, essas ações comprometem a eficácia das políticas econômicas do governo federal.

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Foto: REUTERS/Adriano Machado

"A militância com setores especuladores tenta, de um lado, pôr fim à trajetória de queda da taxa Selic, alimentando a volta do crescimento dos juros. De outro lado, conspira contra a retomada da atividade econômica no governo Lula, forjando uma realidade fictícia de situação fiscal descontrolada no Brasil", complementou.

Faro também mencionou a participação de Campos Neto em um jantar político na residência do apresentador Luciano Huck e questionou a atitude do presidente do BC. Segundo o parlamentar, essa postura pode indicar a existência de uma agenda oculta ou a pressão externa que ameaça a independência da instituição e a confiança dos mercados.

"Cabe a nós a responsabilidade de acompanhar de perto a atuação de Campos Neto e adotar eventuais medidas necessárias para garantir que a postura do presidente do BC esteja alinhada com os princípios de autonomia e responsabilidade que guiam a instituição. Não podemos nos furtar de nossa responsabilidade de zelar pela estabilidade e previsibilidade econômica do Brasil. Não podemos aceitar que um agente público atue contra o país com posturas inadequadas ao cargo exercido, minando a credibilidade do país e gerando graves problemas para o povo brasileiro".

* Com informações da Agência Senado

 

Datafolha: Lula enfrenta desafios entre evangélicos com 44% de reprovação

 

No grupo, 22% dos eleitores acham que o governo é ótimo ou bom

Luiz Inácio Lula da Silva
Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A pesquisa DataFolha publicada nesta terça-feira (18) revelou que 44% dos eleitores evangélicos entrevistados avaliam a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como ruim ou péssima. Em contrapartida, 22% dos eleitores do grupo acham que o governo é ótimo ou bom.

Entre os católicos, 45% dos entrevistados aprovam o trabalho do terceiro mandato de Lula, enquanto 25% o reprovam e 28% o consideram regular.

No levantamento geral, a porcentagem de eleitores que aprovam o presidente alcançou 36%, frente a 31% que o reprovam. Os números permanecem estáveis em comparação com o levantamento anterior, mesmo ao analisar especificamente os grupos evangélico e católico. De acordo com a Folha de S. Paulo, a tendência é de inversão dos índices negativos, que cresciam desde dezembro.

O estudo foi realizado entre os dias 4 e 13 de junho, ouvindo 2.088 eleitores em 113 cidades. A margem de erro no levantamento geral é de dois pontos percentuais para mais ou para menos; entre os católicos, a margem alcança 3% e entre evangélicos, 4%.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

 


Em suas viagens, Lula prioriza cidades estratégicas para o PT e pré-candidatos aliados

 Petistas tentam reverter o desempenho fraco nas últimas eleições municipais


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem concentrado suas agendas de viagens nacionais em cidades de interesse eleitoral para o PT.  Levantamento de O Globo revela que, das 29 localidades visitadas por Lula desde o início do ano, o PT tem candidatos ou está costurando alianças em 21 delas, representando 72% do total.


Após dedicar o primeiro ano de seu governo a agendas internacionais, Lula anunciou no ano passado que passaria a focar em viagens pelo Brasil. A decisão ocorre em um momento em que o PT tenta reverter o desempenho fraco nas últimas eleições municipais, quando não elegeu nenhum prefeito de capital, além de buscar alianças estratégicas com vistas às eleições de 2026, quando Lula provavelmente tentará a reeleição.


Dos 29 municípios visitados por Lula em 2023, o PT já aprovou candidaturas em 14, sendo que 13 dessas cidades possuem mais de 200 mil eleitores. Em 12 desses municípios, os candidatos do PT participaram de eventos ao lado do presidente. A conquista dessas prefeituras é considerada estratégica para fortalecer o partido no cenário político e para as alianças em 2026.


Esses números ainda podem aumentar, uma vez que os dados serão atualizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em julho. A expectativa é que cidades como Magé, visitada por Lula em fevereiro, passem a integrar o grupo de municípios com mais de 200 mil eleitores.


Foco no Rio e Recife


Inicialmente, o Planalto planejava que Lula visitasse todos os estados do país no primeiro semestre de 2023 para acompanhar entregas do governo, o que não ocorreu. Entre as cidades mais visitadas estão Rio de Janeiro e Recife, onde o PT busca emplacar os vices dos prefeitos Eduardo Paes e João Campos, respectivamente.


Em uma dessas visitas, em abril, Lula aconselhou Campos a “acelerar” as obras na capital pernambucana para inaugurá-las antes do período eleitoral. Paes também tem sido presença constante nas agendas do presidente, participando de cinco dos seis eventos realizados no Rio.


Recentemente, Lula exonerou André Ceciliano, secretário de Assuntos Federativos da Secretaria de Assuntos Institucionais, para que ele fique à disposição do PT, que tenta colocá-lo como vice na chapa de Paes.

Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo

Após críticas de Lula a Campos Neto, Lira defende autonomia do Banco Central

 A relação tensa entre o governo e a política monetária do BC tem sido um tema recorrente desde o início da gestão de Lula


O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu nesta terça-feira (18) a autonomia do Banco Central (BC), em resposta às críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto. Lula acusou Campos Neto de ter um “lado político” que prejudica o país, referindo-se à política de juros mantida pelo BC.


Em entrevista à rádio CBN, Lula criticou a postura de Campos Neto, especialmente após ele se reunir com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A relação tensa entre o governo e a política monetária do BC tem sido um tema recorrente desde o início da gestão de Lula.


Arthur Lira, sem mencionar diretamente Lula ou Campos Neto, destacou a importância da autonomia do BC como uma conquista de sua gestão na Câmara, afirmando que essa medida aumentou a credibilidade da política monetária brasileira. “A Câmara tem apoiado reformas econômicas e impedido retrocessos. A autonomia do Banco Central, às vésperas do Copom, aumentou a credibilidade da nossa política monetária”, declarou Lira durante o evento “CNN Talks”.


As declarações de Lula vieram no primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que define a taxa de juros do país, atualmente em 10,5%. Lula questionou a influência de Tarcísio de Freitas sobre o BC e criticou a independência do presidente do Banco Central, comparando a situação ao ex-juiz Sergio Moro, insinuando que Campos Neto estaria “com o rabo preso a compromissos políticos”.


Lula insinuou que o encontro entre Campos Neto e Tarcísio indicava uma conivência com a alta taxa de juros, ao dizer: “Não é que ele encontrou com o Tarcísio em uma festa. A festa foi do governo de São Paulo para ele. Certamente porque o governador de São Paulo está achando maravilhosa a taxa de juros de 10,5%”.


Fonte: Agenda do Poder com informações do Metrópoles

Datafolha revela que 40% dos brasileiros estão otimistas com futuro da economia; 28% se dizem pessimistas

 Já 27% creem que a situação ficará como está


A mais recente pesquisa Datafolha, divulgada nesta terça-feira (18), indica que a população está otimista com os rumos da economia. Para 40% dos entrevistados, a situação econômica do Brasil vai melhorar, enquanto 28% afirmam que deverá piorar.


Já 27% creem que a situação ficará como está.  Os que não sabem somam 5%.


 Em relação a situação atual, 42% dos entrevistados dizem que a situação piorou nos últimos meses, enquanto 27% afirmam que melhorou. Para 29%, a situação ficou como estava.


Também foi perguntado pelo Datafolha como ficou a vida dos entrevistados após a posse de Lula em janeiro de 2023.


Para 26% dos entrevistados, a vida melhorou após a posse de Lula em janeiro de 2023, enquanto 21% dizem que piorou. Mais da metade, 52%, dizem que a situação permanece igual. De acordo com o instituto, os índices são compatíveis coma rodada anterior, feita em março.


Fonte: Agenda do Poder

Após encontro com líderes, Lira desengaveta PEC que concede anistia a partidos por irregularidades em cotas de mulheres e negros

 Apesar do amplo apoio na Câmara, a PEC da Anistia não encontrou no ano passado respaldo tão evidente entre os senadores


O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), colocou na pauta de votações desta terça-feira (18) a chamada PEC da Anistia, que pretende conceder o maior perdão da história para irregularidades cometidas por partidos políticos, incluindo o descumprimento das cotas eleitorais para negros e mulheres.


A decisão de Lira veio após uma reunião com líderes partidários em sua residência oficial, em Brasília. A Câmara tentou votar a PEC em outubro do ano passado em uma comissão especial, mas a oposição à medida impediu a votação. Como a comissão não votou dentro do prazo, o presidente da Câmara pode levar a questão diretamente ao plenário.


A PEC da Anistia conta com o apoio de praticamente todos os partidos, desde o PT de Lula até o PL de Jair Bolsonaro, com oposição apenas do PSol e do direitista Novo. A proposta já foi aprovada pela CCJ da Câmara e estava em uma comissão especial. Houve três tentativas de votação na comissão no ano passado, mas divergências em pontos específicos adiaram a decisão.


Para que uma emenda à Constituição seja aprovada, é necessário o voto de pelo menos 60% dos deputados federais e senadores, em dois turnos de votação em cada Casa legislativa.

Apesar do amplo apoio na Câmara, a PEC da Anistia não encontrou no ano passado um respaldo tão evidente entre os senadores. No entanto, o fato de Lira ter ressuscitado o tema pode indicar uma mudança de cenário, já que deputados afirmavam que só voltariam a analisar a proposta se tivessem garantia de que o Senado não a barraria.


A PEC perdoa especialmente o não cumprimento das cotas de estímulo à participação de negros e mulheres na política pelos partidos, além de enfraquecer essas políticas. A proposta visa isentar os partidos políticos de qualquer irregularidade cometida na aplicação das verbas eleitorais em 2022.


Isso inclui a destinação de verbas a candidatos pretos e pardos, que deveriam ter recebido um valor proporcional — ou seja, 50% — ao investido em candidatos brancos. Essa determinação consta de decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF). A PEC reduz esse patamar para 20%, concentrando 80% do dinheiro público de campanha nas mãos de candidatos brancos.

O texto também coloca limitações à punição dos partidos pela Justiça Eleitoral, como a restrição de bloqueio de verba em 10% do fundo partidário em caso de penalidades. Além disso, há o perdão para os partidos que não cumpriram o mínimo de 30% de candidaturas femininas, caso a punição do Judiciário envolva a cassação do mandato de mulheres.


A PEC institui uma reserva de vagas para mulheres no Legislativo de 15%, uma medida positiva para pequenas cidades, mas que já está superada em nível nacional — em 2022, as mulheres eleitas deputadas federais representaram 17,7% da Câmara. Apesar de baixa, a faixa de 15% enfrentava resistência de partidos que a consideravam inviável para 2024 em pequenas cidades.


Ademais, a proposta permite a volta de uma antiga manobra dos partidos para driblar a cota: a de lançar uma chapa apenas de homens, deixando as 30% de vagas reservadas para mulheres em branco.


Recentemente, a Câmara tem promovido a votação de propostas polêmicas, como a aprovação, na semana passada, da tramitação em urgência do PL Antiaborto por Estupro, que visa equiparar ao homicídio os abortos realizados após 22 semanas de gestação. A reação contrária de setores da sociedade fez com que a proposta, apoiada por grande parte da bancada religiosa, perdesse força, pelo menos por enquanto.


Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S. Paulo.

Por unanimidade, ministros do STF aceitam denúncia e transformam irmãos Brazão e delegado em réus pelo caso Marielle

 Moraes destacou que há provas suficientes de autoria e materialidade dos crimes


Os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram por unanimidade nesta terça-feira (18) pelo recebimento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra cinco acusados pelos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, pela tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves, além de participação em organização criminosa. Com a decisão, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, além do delegado Rivaldo Barbosa, tornam-se réus no caso.


Detalhamento do voto


Ao apresentar seu voto, o ministro Alexandre de Moraes rejeitou todas as alegações da defesa dos acusados, incluindo a suposta incompetência do STF para julgar os crimes e alegações de cerceamento de defesa. Moraes destacou que há provas suficientes de autoria e materialidade dos crimes, além de uma descrição detalhada dos atos criminosos na denúncia da PGR.


— Há provas suficientes de autoria e materialidade e a PGR expôs os fatos criminosos, a qualificação dos acusados. Se esses indícios serão confirmados durante a ação penal, para isso teremos o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa aos acusados — afirmou Moraes.


Provas e Delação Premiada


Moraes também enfatizou o papel crucial da delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, que serviu como meio de obtenção de provas corroboradas pelas investigações da Polícia Federal. Lessa confessou ter assassinado Marielle Franco e afirmou que foi contratado pelos irmãos Brazão.


— A delação premiada de Ronnie Lessa, detalhada em 17 tópicos específicos, fornece sustentáculo para a denúncia apresentada ao STF. As provas e indícios recolhidos pela Polícia Federal corroboram as afirmações do colaborador — disse Moraes.


Próximos Passos


Os demais ministros da Primeira Turma — Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux — seguiram a mesma linha de Moraes em seus votos. Com a aceitação da denúncia, abre-se uma ação penal contra os investigados, que negam qualquer envolvimento nos crimes.


Detalhes da Denúncia


A PGR denunciou, em maio, o deputado federal Chiquinho Brazão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa, e o policial militar Ronald Pereira por homicídio qualificado. Os irmãos Brazão e Robson Calixto Fonseca, conhecido como Peixe e assessor de Domingos, foram denunciados por organização criminosa.


Contexto e motivações


Segundo a PGR, Marielle Franco era vista como “a principal opositora e o mais ativo símbolo da resistência aos interesses econômicos dos irmãos Brazão”. A morte de Marielle foi planejada para eliminar um obstáculo significativo e intimidar outros políticos da oposição.

Os cinco denunciados estão presos preventivamente. A conclusão das investigações foi facilitada pela delação premiada de Ronnie Lessa, que detalhou o envolvimento dos irmãos Brazão e de Rivaldo Barbosa na organização e execução do crime, garantindo a impunidade dos responsáveis.


A decisão do STF de aceitar a denúncia marca um avanço significativo no caso Marielle Franco, trazendo à tona as complexas tramas políticas e criminais que envolveram o assassinato da vereadora e reforçando a busca por justiça.


Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo