Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, afirmou na última sexta-feira (31) que houve um “novo começo nas relações” entre seu país e os Estados Unidos, após uma reunião com o enviado especial do novo governo de Donald Trump, Richard Grenell. O encontro resultou na libertação de seis cidadãos estadunidenses que estavam presos no país sob acusações de conspiração. A soltura foi celebrada pelo presidente republicano, que classificou os homens como “reféns”.
A visita de Grenell a Caracas marca a primeira viagem oficial da administração Trump às Américas, um gesto de grande simbolismo político. O enviado dos EUA se reuniu com Maduro e outros líderes do regime para discutir uma “agenda zero”, proposta pelo governo venezuelano para reconstruir o diálogo entre os dois países.
Horas após o encontro, Grenell publicou em suas redes sociais uma foto ao lado dos seis estadunidenses libertados, com a legenda: “Estamos voltando para casa com esses cidadãos americanos”.
O governo dos EUA não divulgou os nomes dos homens nem detalhes sobre as acusações que pesavam contra eles. Anteriormente, a gestão Maduro havia alegado que capturou mercenários dos Estados Unidos envolvidos em supostas tentativas de desestabilizar o governo.
As relações entre Washington e Caracas estavam tensas desde as eleições presidenciais de julho de 2023, quando Maduro foi declarado vencedor em meio a denúncias de fraude. Apesar de reconhecer o opositor Edmundo González como presidente eleito da Venezuela, a Casa Branca mantém contato com o sucessor de Hugo Chávez por questões estratégicas.
Um dos principais interesses dos EUA é selar um acordo com a Venezuela para facilitar a deportação de imigrantes venezuelanos em situação irregular. Atualmente, não há um tratado bilateral que permita essa prática. Além disso, os Estados Unidos dependem da cooperação do país sul-americano para intensificar os controles contra o tráfico de drogas que chega ao país.
Maduro classificou o encontro com Grenell como “muito positivo” e expressou esperança de que o diálogo possa continuar. “Demos um primeiro passo, e esperamos que possa ser mantido”, disse o ditador.
Apesar do aparente avanço nas relações, Trump já havia sinalizado que os EUA poderiam reduzir a compra de petróleo venezuelano. Além disso, congressistas republicanos pressionam pelo cancelamento de licenças que permitem a empresas estrangeiras, como a americana Chevron, operar no país.
Fonte: DCM