quinta-feira, 10 de abril de 2025

Temendo cassação, deputado Gilvan da Federal se desculpa por desejar a morte de Lula

 

O deputado Gilvan da Federal (PL-ES) com expressão de conformismo falando em microfone
O deputado Gilvan da Federal (PL-ES) – Reprodução/Câmara dos Deputados

O deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES) pediu desculpas nesta terça-feira (9) por ter declarado que desejava a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A retratação aconteceu no plenário da Câmara dos Deputados, um dia após o parlamentar repetir diversas vezes, durante uma sessão da Comissão de Segurança Pública, que queria a morte do chefe do governo.

“Eu aprendi com o meu pai que um homem deve reconhecer os seus erros. Um cristão não deve desejar a morte de ninguém. Eu não desejo a morte de qualquer pessoa, mas continuo entendendo que Luiz Inácio Lula da Silva deveria estar preso, deveria pagar por tudo que ele fez de mal ao nosso país, mas reconheço que exagerei na minha fala. Peço desculpas”, afirmou o parlamentar.


◉ Agressões verbais de Gilvan da Federal geram reação de autoridades

Na terça-feira (8), durante discussão de um projeto de lei que propõe o desarmamento da segurança presidencial, Gilvan declarou, por três vezes, que queria que Lula morresse. “Nem o diabo quer o Lula, é por isso que ele está vivendo aí, superou o câncer. Tomara que tenha uma taquicardia porque nem o diabo quer essa desgraça desse presidente que está afundando o Brasil. E eu quero mais é que ele morra mesmo”, disse ele.

Diante da gravidade das declarações, a Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou à Polícia Federal e ao Ministério Público a abertura de uma investigação criminal. A AGU considera que as falas do deputado podem configurar, em tese, crimes de incitação ao crime e ameaça, além de possivelmente extrapolarem os limites da imunidade parlamentar.

◉ Projeto cínico sobre segurança presidencial é aprovado em comissão

A fala criminosa aconteceu durante uma sessão que debatia um projeto de lei proposto pelo deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), que visa desarmar a segurança pessoal do presidente da República. Gilvan é relator da proposta na Comissão de Segurança Pública, onde o texto foi aprovado. No entanto, o projeto ainda precisa passar por outras duas comissões antes de seguir para o Senado Federal.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se posicionou contra as declarações de Gilvan. “Não é a postura que se espera de um parlamentar que está ali para discutir as coisas sérias do Brasil”, afirmou o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

◉ Histórico de sandices e condenação por violência política de gênero

Gilvan da Federal já havia se envolvido em outro caso de preconceito. Em março deste ano, foi condenado pela Justiça Eleitoral por violência política de gênero. O caso ocorreu em 2021, quando ele ainda era vereador e chamou a então vereadora Camila Valadão (PSOL-ES) de “satanista”, “assassina de bebês” e “assassina de crianças” durante uma sessão na Câmara Municipal de Vitória.

Fonte: DCM

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