sábado, 26 de abril de 2025

Senado ouve engenheiro golpista como especialista em audiência sobre urnas

 

Carlos Rocha é um dos indiciados pela Polícia Federal pela trama golpista. Foto: reprodução
O presidente do “Instituto Voto Legal”, Carlos Rocha, denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) por integrar a trama golpista após as eleições de 2022, participou como especialista de uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na última quinta-feira (24). O debate tratava da reforma do Código Eleitoral, em tramitação desde 2021.

Convidado pelo senador bolsonarista Esperidião Amin (PP-SC), Rocha foi indicado para a audiência pelo líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN). Em sua apresentação de dez minutos, o engenheiro criticou a concentração de funções no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e defendeu a “ausência de contagem pública” de votos, sugerindo que a administração eleitoral fosse transferida para uma agência subordinada ao Congresso.

Em 2022, o Instituto Voto Legal de Rocha foi contratado pelo presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, para auditar as urnas eletrônicas, parte da estratégia do então presidente Jair Bolsonaro (PL) para questionar o sistema eleitoral. A PGR incluiu Rocha no núcleo de operações estratégicas acusado de disseminar desinformação sobre as eleições.

“Fiz apenas um trabalho técnico”, afirmou Rocha à Folha em dezembro passado, após ser indiciado pela Polícia Federal. Ele negou ter falado em fraudes e disse em buscar “colaborar de forma construtiva” com o TSE.

O relator da matéria, senador Marcelo Castro (MDB-PI), rebateu as críticas de Rocha: “Até hoje não foi comprovada uma única fraude de urnas eletrônicas”. Já o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) defendeu aperfeiçoamentos no sistema, citando o voto impresso.

A denúncia contra Rocha no STF inclui crimes como organização criminosa e tentativa de golpe de Estado.

Documentos da PF mostram que um colaborador do instituto alertou para a falta de evidências de fraude nos dados usados pelo PL para contestar urnas em 2022. Rocha respondeu que, como coordenador, considerou múltiplas opiniões antes de publicar o relatório.

Fonte: DCM

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