sexta-feira, 11 de abril de 2025

Saúde e Educação vão usar rede de escolas públicas para vacinar 30 milhões de estudantes

Ação histórica entre os ministérios busca ampliar a cobertura vacinal de crianças e adolescentes com apoio da Caderneta Digital da Criança

          Alexandre Padilha e Zé Gotinha (Foto: Divulgação/Ministério da Saúde)

Entre os dias 14 e 25 de abril, escolas públicas de todo o Brasil estarão mobilizadas para uma ampla campanha de atualização da caderneta de vacinação de estudantes com até 15 anos. A ação integra o Programa Saúde na Escola (PSE), fruto da articulação entre os ministérios da Saúde e da Educação, e representa a maior adesão já registrada desde a criação do programa em 2007. A iniciativa foi divulgada pela Agência Gov e pelo Ministério da Educação no dia 10 de abril.

Ao todo, 5.544 municípios aderiram à campanha, contemplando 27,8 milhões de alunos matriculados em 109,8 mil escolas — o que representa 80% das instituições da rede pública. A meta é vacinar pelo menos 90% dos estudantes com idade inferior a 15 anos, oferecendo doses contra doenças como febre amarela, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), DTP (tríplice bacteriana), meningite ACWY e HPV.

➢ Presença do SUS e autorização das famílias

As ações serão executadas por equipes do Sistema Único de Saúde (SUS), que realizarão a imunização diretamente nas escolas ou levarão os alunos até Unidades Básicas de Saúde (UBS), sempre com autorização prévia dos responsáveis. As cadernetas de vacinação dos estudantes também serão revisadas para alertar pais e mães sobre eventuais pendências.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a importância estratégica da campanha. “A escola representa uma grande oportunidade para vacinarmos esse público. Estamos falando de crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos — uma faixa etária que, muitas vezes, frequenta menos as unidades básicas de saúde. Não é tão comum que pais ou responsáveis os levem até lá. Por isso, aproveitar o espaço escolar não apenas para divulgar, mas também, quando necessário, para realizar a vacinação e promover a campanha é fundamental”, afirmou.

Para viabilizar a mobilização nacional, o Ministério da Saúde destinou R$ 150 milhões em recursos. Desse montante, R$ 15,9 milhões serão repassados aos estados, enquanto R$ 134 milhões serão alocados diretamente aos municípios, considerando critérios como extensão territorial, infraestrutura logística, número de escolas e necessidades específicas regionais.

➢ Reconhecimento da vacinação escolar e monitoramento digital

A partir de 2025, a vacinação realizada nas escolas passa a ser reconhecida oficialmente como uma estratégia de imunização. As doses aplicadas nesse contexto deverão ser registradas como “Vacinação Escolar”, permitindo um controle mais eficiente e padronizado do impacto da medida.

Além disso, o governo federal lançou a Caderneta Digital de Saúde da Criança, disponível no aplicativo Meu SUS Digital, para facilitar o acompanhamento da saúde infantil pelas famílias. A ferramenta passa a oferecer notificações em tempo real sobre vacinas, incluindo lembretes para novas doses e reforços.

“São duas novidades que vêm com a caderneta digital, duas grandes vantagens para os pais. A primeira é o simples fato de ela existir: aquela situação em que o pai ou a mãe chega à unidade de saúde ou à escola e esquece a caderneta física, agora está resolvida — ela estará disponível no aplicativo. A outra é que a caderneta digital terá mensagens ativas, ou seja, vai enviar alertas para o responsável informando que chegou a hora de vacinar ou de tomar uma dose de reforço”, explicou o ministro Padilha.

➢ Inclusão e fortalecimento do cuidado integral

O Programa Saúde na Escola também tem ampliado significativamente suas ações voltadas à saúde integral de crianças e adolescentes. Entre 2022 e 2024, os destaques de crescimento foram nas áreas de saúde mental (77,68%), atividade física (73,61%), saúde bucal (67,01%) e verificação da situação vacinal (35,30%).

Dentre as 109,8 mil escolas participantes, 53,6 mil atendem majoritariamente alunos do programa Bolsa Família. Há também 2.220 instituições situadas em territórios quilombolas e 1.782 com presença de estudantes indígenas, demonstrando o compromisso da ação com a equidade e a inclusão.

➢ Como acessar a Caderneta Digital da Criança

O acesso à caderneta digital requer que o responsável e a criança possuam contas ativas no Gov.br. Veja como ativar o serviço: 

    1. Instale o app Meu SUS Digital (App Store ou Google Play) ou acesse a versão web.
    2. Faça login com CPF e senha do Gov.br.
    3. Acesse a Caderneta da Criança:
    Vá até a seção Miniapps.
    Selecione “Caderneta da Criança”.
    Adicione a criança informando CPF e senha dela.

Após a validação, o responsável terá acesso completo aos dados de saúde da criança no celular ou navegador, com praticidade e segurança.

Fonte: Brasil 247

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