terça-feira, 22 de abril de 2025

Resultados finais da eleição presidencial do Equador devem ser anunciados hoje

Conselho Nacional Eleitoral vai oficializar vitória de Daniel Noboa sob denúncias de fraudes

      Luisa Gonzalez e Daniel Noboa (Foto: Reuters)

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador deve oficializar nesta terça-feira (22) o resultado das eleições presidenciais realizadas em 13 de abril. De acordo com a Prensa Latina, o anúncio ocorre em meio a fortes questionamentos da oposição e após denúncias de fraudes por parte da candidata da Revolução Cidadã, Luisa González.

Com 55,63% dos votos contra 44,37% de González, Noboa ampliou sua vantagem com a apuração dos votos no exterior — última etapa da contagem, ainda em andamento até o final de semana. A presidente do CNE, Diana Atamaint, explicou que a Audiência Pública Nacional de Contagem de Votos será retomada assim que a Junta Especial de Relações Exteriores concluir o processamento das urnas internacionais. Só então o órgão poderá anunciar formalmente o resultado e abrir o prazo para eventuais contestações.

A candidata da Revolução Cidadã, no entanto, já antecipou que solicitará uma recontagem, com base em um relatório preliminar da Organização dos Estados Americanos (OEA) e em dados próprios. Em entrevista coletiva, González afirmou: “Houve irregularidades em todo o processo eleitoral, e apresentaremos evidências de adulteração na contagem de votos.”

Segundo a candidata, o processo foi comprometido desde o início, com a campanha de Daniel Noboa ocorrendo sem licença formal, em descumprimento da legislação eleitoral. Além disso, ela acusou o presidente de utilizar recursos públicos de forma indevida, distribuir bônus sociais sem respaldo técnico e declarar estado de emergência com fins eleitorais: “Foi um processo cheio de infrações, e isso precisa ser investigado.”

O relatório da missão de observadores da OEA também apontou falhas técnicas graves.

Apesar de os observadores internacionais não terem declarado a existência de fraude eleitoral deliberada, houve concordância em relação à ocorrência de irregularidades no processo. A ausência de licença para o candidato vencedor, o uso de recursos estatais para promoção de sua imagem e a decretação do estado de exceção durante a campanha foram citados como exemplos de violações que devem ser apuradas.

A oposição equatoriana e movimentos sociais ligados à Revolução Cidadã prometem continuar mobilizados para exigir transparência. Luisa González afirmou que respeitará as vias institucionais e que levará as evidências ao Tribunal Contencioso Eleitoral. Ao final de sua declaração, concluiu: “Não se trata de uma questão de perder ou ganhar. Trata-se de respeitar a vontade do povo e garantir a legitimidade democrática.”

Fonte: Brasil 247

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