Segundo o titular da Previdência, 'muitas instituições abusaram e devem pagar por isso. Mas não pode generalizar, senão teremos um tribunal de inquisição'
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou que o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) comentou sobre as fraudes de até R$ 6,3 bilhões em descontos não autorizados pelo instituto e admitiu ter "safadeza de muita gente", mas argumenta que o governo federal não foi omisso.
"Muitas instituições abusaram e devem pagar por isso. Os beneficiários têm que ser restituídos. Mas não pode generalizar, senão a gente instaura um tribunal de inquisição. Pode ter falhas, mas dizer que a gente não tomou iniciativa? Isso já vinha há anos e nunca foi feito”, continuou o titular da pasta em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
Entidades de classe, como associações e sindicatos, faziam Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS e permitiam descontos de mensalidades associativas diretamente na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS, sem a autorização dos beneficiários. Conforme a Controladoria-Geral da União, 97% dos beneficiários entrevistados não autorizaram o desconto.
Questionado sobre quantos beneficiários foram prejudicados, o ministro Carlos Lupi disse que é “muito difícil saber, porque a amostragem que a CGU fez é de 1.300 entrevistas”. “Se você fizer 1.000 entrevistas, muitos vão dizer que não autorizaram desconto, e muitos confundem desconto associativista com desconto previdenciário. São 6 milhões de descontos ativos, não se pode diferenciar todos a partir de 1.300 entrevistas”.
O ministro nasceu em Campinas (SP). Em 1980, Lupi ajudou o ex-governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola a fundar o PDT e assumiu a presidência do partido pela primeira vez em 2004. Em 2007, foi convidado por Lula para comandar o Ministério do Trabalho e Emprego. Ficou no cargo até dezembro de 2011, na gestão de Dilma Rousseff. É Ministro da Previdência Social desde janeiro de 2023.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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