Luiz Fernando Corrêa será ouvido nesta quinta-feira em investigação que apura uso político da Abin durante o governo Bolsonaro
A Polícia Federal intimou o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, para prestar depoimento no inquérito que investiga um suposto esquema de espionagem ilegal operado a partir da própria agência durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação foi publicada inicialmente pelos jornalistas Andréia Sadi e Octavio Guedes, no portal g1.
A oitiva de Corrêa está prevista para a próxima quinta-feira (17) e faz parte de uma etapa considerada decisiva na apuração conduzida pela PF. Segundo fontes ligadas à investigação, há dois pontos centrais que motivaram a convocação: a possível tentativa da atual gestão da Abin de obstruir as investigações em curso, e o eventual envolvimento — com ciência ou autorização — da cúpula atual da agência em práticas de monitoramento clandestino de autoridades paraguaias.
O caso ganhou notoriedade após denúncias de que, durante a gestão Bolsonaro, a Abin teria sido utilizada para fins políticos, monitorando ilegalmente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), jornalistas e outras figuras públicas vistas como adversárias do então presidente. Agora, os investigadores buscam compreender se a atual direção da Abin tem colaborado de forma efetiva ou se houve tentativas de dificultar o avanço das investigações.
Outro ponto que chama a atenção da Polícia Federal é a suspeita de que, mesmo sob nova direção, a Abin teria continuado — ou ao menos autorizado — a espionagem de autoridades de um país vizinho, no caso, o Paraguai. O objetivo é descobrir se houve interferência institucional na condução de ações que extrapolam os limites legais da atividade de inteligência.
Procurada, a Agência Brasileira de Inteligência não se manifestou até a última atualização desta reportagem.
A investigação sobre a chamada “Abin paralela” é considerada uma das mais sensíveis em andamento no país, por envolver diretamente estruturas de Estado e supostos abusos de poder que podem comprometer a credibilidade dos órgãos de inteligência nacional. O depoimento de Corrêa será acompanhado com atenção tanto no meio político quanto no Judiciário, diante da gravidade das suspeitas.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
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