Segundo o deputado, uma resolução do BC teria permitido que o Banco Master maquiasse seus indicadores financeiros
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) protocolou nesta terça-feira (8) uma representação junto ao Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto e os gestores do Banco Master. O documento acusa supostas irregularidades na edição de norma que teria beneficiado a instituição financeira em operações com precatórios.
◎ Os fatos em investigação - De acordo com a denúncia, uma resolução do BC publicada em outubro de 2023 teria criado brechas contábeis que permitiram ao Banco Master maquiar seus indicadores financeiros. A norma alterou as regras para classificação de precatórios nos balanços, reduzindo artificialmente a exposição ao risco desses títulos.
Reportagens citadas no documento indicam que o Banco Master, que já estava sob suspeita por sua alta exposição a precatórios, foi o principal beneficiado pela mudança regulatória. O banco teria conseguido melhorar seus indicadores de solvência após a medida, embora especialistas questionem se houve efetiva melhora na saúde financeira da instituição.
◎ Risco ao sistema financeiro - A denúncia alerta para o perigo de contaminação do sistema financeiro, especialmente diante da possível venda do Banco Master para o BRB - banco de capital majoritariamente público. O documento argumenta que eventuais passivos ocultos poderiam ser transferidos para a nova controladora, com potencial prejuízo aos cofres públicos.
◎ Pedidos ao MPF - Entre as solicitações ao Ministério Público estão:
▸Abertura de investigação criminal e civil
▸Requisição de documentos sobre a norma do BC
▸Oitiva de Roberto Campos Neto e gestores do Banco Master
▸Análise dos balanços antes e depois da mudança regulatória
O MPF ainda não se pronunciou sobre o recebimento ou andamento da representação. Procurados, o Banco Central e o Banco Master não se manifestaram até o fechamento desta edição.
Fonte: Brasil 247
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