segunda-feira, 7 de abril de 2025

Haddad pede “diligência” do Congresso na votação da reforma do IR: ‘a grandeza do Brasil depende de justiça’

Ministro defende reforma tributária e exalta investimento milionário da Novo Nordisk em fábrica em Minas Gerais

       Ministro da Fazenda, Fernando Haddad 18/03/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Durante cerimônia nesta segunda-feira (7), em Montes Claros (MG), para anunciar um investimento de R$ 6,4 bilhões da farmacêutica Novo Nordisk no Brasil até 2028, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), destacou a importância da política econômica do governo Lula e defendeu a segunda etapa da reforma tributária, voltada à renda. A fala foi registrada pela imprensa presente no evento.

Segundo Haddad, o projeto de país liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em plena execução e cria um ambiente favorável a investimentos estrangeiros no país. “A gente fala muito em política daquilo que vai acontecer amanhã e esquece que o presidente Lula tem um projeto de país que está em curso, no qual se insere este investimento que está sendo anunciado aqui hoje”, disse.

O ministro enfatizou que empresas multinacionais, como a Novo Nordisk, têm à disposição mais de 200 países para destinar seus recursos e, por isso, é preciso refletir sobre os fatores que tornam o Brasil competitivo. “A gente precisa se perguntar o que a gente tem de bom, o que estamos fazendo certo, o que a gente pode fazer de certo para continuar gerando empregos de qualidade”, declarou, referindo-se ao entusiasmo dos trabalhadores presentes na fábrica.

Um dos pontos centrais do discurso foi a valorização da mão de obra nacional. Haddad afirmou que a principal justificativa dada pela direção da empresa para investir no Brasil é a qualidade dos profissionais brasileiros: “A primeira coisa que a gente ouve dos dirigentes desta empresa é ‘por que vocês investem aqui?’. A resposta, unânime: ‘por causa do trabalhador brasileiro, da qualidade do trabalhador brasileiro’”.

Além disso, o ministro apontou que muitos brasileiros atuam em cargos de liderança da farmacêutica em outros países, o que comprovaria a excelência da formação nacional e a contribuição do país para o crescimento global da empresa.

⊛ Reforma tributária em dois tempos - Haddad também utilizou o evento para reforçar os avanços da reforma tributária aprovada em 2023, que trata da tributação sobre o consumo, e apresentou a proposta recém-encaminhada ao Congresso Nacional que altera a cobrança do Imposto de Renda. De acordo com o ministro, essa segunda fase da reforma visa promover justiça social sem comprometer o equilíbrio fiscal.

“A reforma vai afetar diretamente o trabalhador brasileiro, porque ela desonera todo investimento e todas as exportações”, explicou, ao defender as medidas já aprovadas. “Vai ajudar também o consumidor brasileiro, porque vai desonerar produtos essenciais, como é o caso da cesta básica, da carne”, acrescentou.

Sobre a nova etapa, chamada por ele de “reforma da renda”, Haddad detalhou: “Se ela passar, todos os trabalhadores brasileiros com carteira assinada que ganharem até R$ 5 mil vão ficar 100% isentos do pagamento de Imposto de Renda. Estamos falando de 15 milhões de brasileiros”. Ele afirmou que, entre esses, 10 milhões deixarão de pagar imposto e outros 5 milhões, com rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, pagarão menos do que hoje.

⊛ Tributação sobre super-ricos - Para compensar a perda de arrecadação com a desoneração dos salários mais baixos, o ministro defendeu a taxação sobre altas rendas que hoje estariam isentas. “O projeto vai cobrar daquele que ganha mais de R$ 1 milhão por ano e hoje não paga nada de Imposto de Renda. O pessoal fala que esse é um projeto populista. Não. Você está fazendo uma coisa equilibrada.”

Haddad fez um apelo ao público presente para que acompanhem as votações no Congresso e pressionem seus representantes. “Muita atenção às votações que vão acontecer no Congresso. É assim que se constrói um país. Não podemos nos orgulhar de sermos grandes e ter vergonha do quão injusto nós somos”, afirmou.

Em tom de encerramento, o ministro reforçou o compromisso do governo com a redução da desigualdade: “A grandeza do Brasil depende de justiça. Vamos buscar justiça social e justiça tributária para ter um país melhor”.

Fonte: Brasil 247

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