domingo, 13 de abril de 2025

Gilmar Mendes defende conduta de Alexandre de Moraes e critica Moro

Ministro do STF afirma que Alexandre de Moraes não é suspeito no inquérito sobre a intentona golpista e ironiza trajetória de Sérgio Moro

      Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

Durante sua participação na 11ª edição da Brazil Conference, realizada em Harvard, nos Estados Unidos, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, rebateu críticas direcionadas ao colega Alexandre de Moraes e rechaçou comparações com o ex-juiz da Lava-Jato e atual senador Sérgio Moro (União-PR).

De acordo com reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, Gilmar foi categórico ao negar que Moraes devesse ser afastado da condução dos inquéritos sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. "Não há justificativa para ele (Moraes) ser afastado, uma vez que ele já foi relator desses inquéritos e depois dos inquéritos que se agregaram. Ele não é suspeito, não está impedido, não está julgando no seu interesse", disse o decano do STF. E completou: "Não se pode nem de longe comparar Alexandre (de Moraes) com (Sérgio) Moro. Moro, de fato, se associa ao Bolsonaro. Ele antes das eleições já tem conversas com Bolsonaro, aceita ser ministro da Justiça de Bolsonaro".

As declarações foram feitas durante painel transmitido ao vivo e causaram repercussão no Brasil. Em resposta à reportagem do Estadão, Sérgio Moro contra-atacou fazendo acusações sobre as relações de Gilmar Mendes com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

Crítico contundente da Lava-Jato nos últimos anos, Gilmar Mendes não poupou críticas à força-tarefa de Curitiba, afirmando que se orgulha de ter "contribuído para o desmanche da operação". Segundo ele, o que se organizou em torno da operação foi uma “organização criminosa”.

Durante sua fala, Gilmar também ironizou a trajetória política de Moro que depois de comandar a Operação Lava Jato, foi nomeado por este ministro da Justiça.

Ao abordar o papel institucional do STF, Gilmar rejeitou as acusações de ativismo judicial. Diante de comentários de que os 11 ministros da Corte são mais lembrados do que os 11 jogadores da Seleção Brasileira, ironizou: “Todos sabem que a seleção brasileira não está indo muito bem”. E explicou que a atuação do STF, em diversos momentos, foi decisiva para o país, citando a pandemia de covid-19 como exemplo. “Se existe algum ativismo, eu chamaria de uma situação de proativismo, isso decorre da Constituição, do nosso modelo constitucional, e tem sido feito, em geral, diria eu, para o bem”, argumentou.

Gilmar também refletiu sobre as mudanças na atuação do STF na última década. Segundo ele, a Corte passou a agir de forma mais colegiada, deixando de lado pautas individualistas. “Protagonizar o tribunal. Esse é um grande aprendizado”, resumiu.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário