Edinho Silva defende frente ampla contra o fascismo, diz que Lula será insubstituível nas urnas e que o PT deve se preparar para governar o pós-Lula
Durante entrevista ao programa Forças do Brasil, da TV 247, o ex-prefeito de Araraquara e candidato à presidência do Partido dos Trabalhadores, Edinho Silva, concentrou sua análise na ameaça representada pelo avanço da extrema direita no Brasil e no mundo, apontando o fascismo como o principal inimigo político a ser enfrentado nas eleições de 2026. Para ele, o PT precisa organizar uma ampla frente democrática para garantir a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva e construir um projeto de continuidade para o país.
Edinho defendeu que o próximo ciclo da direção partidária será o mais importante da história do PT por estar diretamente vinculado à disputa com forças autoritárias. “Essa direção que vai ser eleita vai conduzir o enfrentamento a esse pensamento fascista que cresce de forma organizada”, afirmou. Segundo ele, trata-se de um fenômeno internacional que também se expressa na política brasileira por meio de partidos, manifestações culturais e estruturas ideológicas. “O Brasil nunca flertou com o fascismo. O máximo que tivemos foi o integralismo nos anos 30”, observou.
Edinho destacou que a eleição presidencial de 2026 se dará em um ambiente de profunda polarização, exigindo do PT e de seus aliados capacidade para ampliar o campo democrático. “O PT terá que ser o partido que vá construir uma força, um amplo campo democrático que vá derrotar o fascismo no Brasil no próximo período”, disse. Ao mesmo tempo, afirmou que a legenda precisa assumir a responsabilidade de preparar a sucessão política do presidente Lula. “26 será a última eleição que o presidente Lula estará nas urnas. O Lula não vai nos resgatar mais uma vez”, declarou.
Questionado sobre o perfil da frente a ser construída, Edinho foi enfático ao defender a repetição da estratégia adotada em 2022, que uniu diferentes espectros políticos em torno da candidatura de Lula. “Nós temos que repetir a articulação que elegeu o presidente Lula. E mesmo assim, ganhamos por 2% dos votos”, recordou. Ele ponderou que essa frente poderá incluir setores do centro e até da direita, desde que democráticos e comprometidos com a estabilidade institucional. “Nós teremos que apoiar muitas vezes candidatos que não sejam da esquerda, mas que sejam democratas”, explicou.
O ex-prefeito também manifestou preocupação especial com a eleição para o Senado, onde teme o crescimento de representantes da extrema direita. “O presidente Lula pode ganhar as eleições e viver uma instabilidade institucional como nunca vimos antes no Senado”, alertou. Para ele, será necessário montar uma estratégia eleitoral minuciosa, estado por estado, para impedir que forças autoritárias avancem no Congresso Nacional.
A respeito das críticas de que sua candidatura à presidência do PT buscaria “puxar o partido ao centro”, Edinho rechaçou a ideia. “O PT jamais vai ser um partido de centro. Ele é um partido de esquerda porque tem base social que o orienta”, argumentou. Segundo ele, a ampliação das alianças não significa abandono de princípios, mas leitura realista da conjuntura. “Se não tivermos um risco de avanço do fascismo, o PT pode caminhar com uma política de alianças mais convencional. Agora, se houver risco, nós temos que chamar as forças democráticas para enfrentá-lo.”
Sobre a possibilidade de Jair Bolsonaro ser impedido de disputar o próximo pleito presidencial, Edinho avaliou que, mesmo que isso ocorra, o bolsonarismo continuará como força política. “Se ele não for candidato, esse campo terá outro nome representando o seu pensamento. Isso não há dúvida”, afirmou. E acrescentou: “Ganhar a eleição de 2026 tem uma centralidade imensa para o futuro político do país”.
Por fim, ao tratar das responsabilidades do partido diante desse cenário, Edinho reiterou o papel do PT na sustentação do governo Lula e na construção de um projeto que ultrapasse o atual mandato. “O governo do presidente Lula é o maior patrimônio do partido. O PT tem que dar sustentação para que esse governo seja exitoso, e construir as condições para sua reeleição em 2026”, concluiu. Assista:
Fonte: Brasil 247
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