Reunião no Banco Central em São Paulo ocorre após anúncio de aquisição parcial do Banco Master pelo BRB
Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa de entrevista coletiva na sede da autarquia em Brasília 27/03/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, conduz neste sábado (5), em São Paulo, uma reunião extraordinária com os principais executivos do setor bancário e representantes do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), em meio às incertezas sobre a compra parcial do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), segundo informa o jornal O Globo.
O encontro contará com a presença de líderes das maiores instituições financeiras do país: Marcelo Noronha (Bradesco), Mario Leão (Santander), Milton Maluhy (Itaú), André Esteves (BTG Pactual) e Daniel Lima (FGC). A movimentação ocorre uma semana após o anúncio do BRB de que pretende adquirir 58% do capital total do Banco Master, mas sem assumir o controle da instituição. A operação, avaliada em cerca de US$ 2 bilhões, ainda depende de aprovação do BC.
Segundo comunicado do BRB, o banco não tem interesse na integralidade dos ativos do Master. Ficaram de fora da proposta ativos como precatórios e participações em empresas — justamente os itens que teriam atraído o interesse do BTG Pactual, que já havia avaliado anteriormente a aquisição do banco. Durante a semana, o BTG limitou-se a informar que “analisa oportunidades”.
A proposta do BRB levantou sinais de alerta no mercado. Embora o Banco Central tenha até 360 dias para concluir sua análise, agências de classificação de risco reagiram com cautela. A Fitch colocou em observação as notas de crédito do BRB e do Banco Master. A S&P também adotou postura semelhante em relação ao BRB, enquanto a Moody’s apontou incertezas relevantes sobre os termos do negócio.
De acordo com dados do balanço de 2024, o Banco Master possui patrimônio líquido de R$ 4,7 bilhões e enfrenta uma elevada concentração de vencimentos de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) até junho, totalizando R$ 7,6 bilhões. O crescimento acelerado da instituição nos últimos anos foi impulsionado pela oferta de taxas agressivas, que chegaram a até 140% do CDI — acima da média praticada por concorrentes, o que também tem gerado preocupações sobre a sustentabilidade do modelo.
A reunião deste sábado sinaliza que o Banco Central pretende agir com celeridade e prudência diante de uma operação de grande porte envolvendo um banco público e uma instituição privada de perfil agressivo. O desfecho da negociação poderá ter impactos relevantes sobre a estabilidade do sistema financeiro e a concorrência no setor bancário.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário