A mais recente pesquisa da Genial/Quaest sobre as eleições presidenciais de 2026 revela que o presidente Lula (PT) venceria todos os seus possíveis adversários. O estudo divulgado nesta quinta-feira (3) mostra que, mesmo com a queda na popularidade apontada pela própria consultoria, o petista superaria qualquer oponente no segundo turno, com intenções de voto que variam entre 43% e 45%.
Ao colunista Lauro Jardim, do Globo, Felipe Nunes, CEO da Quaest, tentou explicar esse fenômeno com a tese da “calcificação política”, conceito apresentado em seu livro “Biografia do abismo”, escrito em parceria com o jornalista Thomas Traumann, também comentarista da GloboNews.
Segundo ele, as opiniões políticas no Brasil ultrapassaram o estágio de polarização e atingiram um patamar de “cristalização”, com as posições dos eleitores firmemente estabelecidas em cada lado do espectro político.
“Ou seja, a insatisfação não se traduz em menos voto. Porque voto é comparação dos lados. Bolsonaro continua sendo o melhor adversário pra Lula, porque o medo de ele voltar permanece”, afirmou Nunes.
Na análise do CEO da Quaest, que está mais para uma propaganda de seu livro, ele sugere que a única motivação para votar no atual presidente seria a rejeição ao antecessor, ignorando avanços como a diminuição da média de desemprego, que alcançou em 2024 o menor patamar da história, ou a extensão de programas como o Minha Casa, Minha Vida e a criação do Pé-de-Meia.
Ele também não explica o óbvio: se a questão é Bolsonaro, como é que Lula ganha de todos os demais adversários?
Pesquisas de opinião não são previsões infalíveis, mas precisam preservar alguma coerência. Quando os sinais se contradizem tão rapidamente, a credibilidade se esvazia. E o dano não recai só sobre a Quaest: compromete o debate público, enfraquece a confiança nos dados e desgasta a análise política como um todo.
Fonte: DCM com informações da coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo
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