A Polícia Federal (PF) investiga a igreja Templo da Glória e Renovo de Deus, ligada à pastora Simone Souza e ao bispo Josivaldo Souza, cunhada e cunhado do bolsonarista Rodrigo Manga (Republicanos), prefeito bolsonarista de Sorocaba, SP.
A instituição religiosa é alvo da operação Copia e Cola, que apura desvio de recursos públicos da saúde. Durante as buscas, a PF apreendeu R$ 863 mil em espécie em um endereço ligado aos religiosos. O dinheiro foi encontrado dentro de caixas em um carro.
A operação foi deflagrada na quinta-feira (10) e tem como foco um contrato emergencial, sem licitação, firmado em 2021 com o Instituto de Atenção à Saúde e Educação (Iase) para a gestão da UPA do bairro Éden.
A investigação começou em 2022 e identificou indícios de fraude, pagamentos de propina, transações imobiliárias suspeitas e movimentações em espécie envolvendo operadores financeiros e autoridades municipais.
Entre os alvos estão o prefeito bolsonarista Manga e secretários da administração. A PF também apura se a igreja da família do político foi usada para lavar dinheiro desviado.
Templo da Glória e Renovo de Deus
O canal do Templo da Glória no YouTube tem 2.500 inscritos e promove a “Cruzada de Milagres”, além de oferecer opção de doação online – a pastora Simone tem ainda um canal próprio, com cerca de 5 mil seguidores.
O site da igreja descreve Josivaldo como pernambucano, autor de dezenas de livros e de um CD com mais de 850 mil cópias vendidas.
Ele e Simone afirmam que percorrem o país em missões religiosas. A instituição possui dois endereços em São Paulo e é ativa nas redes sociais.
A defesa do casal ainda não se manifestou.
Rodrigo Manga, por sua vez, declarou em nota que “há plena colaboração com as autoridades”. Ele classificou a operação como ação de “forças ocultas” contra representantes políticos com projeção nacional.
Após a ação, o político também publicou um vídeo nas redes ironizando a operação, dizendo que os agentes encontraram “Nutella” e “bolo de cenoura” em sua casa.
Vale ressaltar que Manga acumula investigações:
– Bloqueio de bens em 2023 por suspeita de superfaturamento em kits de robótica escolar (R$ 26 milhões);
– Operação Sepsis (PF/CGU) por fraudes em licitações e uso de “laranjas”;
– Denúncia por racismo após simulação policial que estereotipou jovens negros.
Fonte: DCM
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