
Após duas manifestações em defesa do projeto de lei que anistia os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, líderes do Centrão avaliam que a proposta ainda não tem apoio popular suficiente para avançar no Congresso Nacional. Segundo a CNN Brasil, fontes ligadas a políticos do Centrão avaliam que a pauta está restrita à direita e não tem mobilizado eleitores moderados, o que diminui suas chances de aprovação.
Os eventos organizados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Rio de Janeiro e em São Paulo tiveram público abaixo do esperado, reforçando a percepção de que o tema não empolga a maioria da população. Segundo a Universidade de São Paulo, cerca de 18 mil bolsonaristas estiveram em Copacabana no ato de março e quase 45 mil na Avenida Paulista no último domingo (6).
Pesquisas de opinião indicam que a maior parte dos brasileiros rejeita a anistia, levando líderes centristas a defender que a proposta seja analisada por uma comissão especial antes de ir a plenário.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já deixou claro que não cederá a pressões e decidirá em conjunto com os partidos. Nos bastidores, argumenta-se que a pauta econômica é prioritária, especialmente diante da inflação e da possível recessão global. Além disso, há preocupação de que o projeto atrapalhe a tramitação de outras matérias com maior apelo eleitoral.

Adversários de Bolsonaro também avaliaram que os ataques a Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, durante o ato na Avenida Paulista prejudicaram ainda mais a proposta. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que as críticas foram “um tiro no pé” e devem aumentar a resistência do presidente da Câmara em pautar o projeto
“Eles vão se isolar completamente no Parlamento. Ou alguém acha que Hugo Motta, depois desses ataques, quase uma política de intimidação grosseira, vai pautar esse projeto? Claro que não”, disse Farias. Parlamentares acreditam que Motta dificilmente assumirá um conflito com o STF, que poderia se prolongar indefinidamente.
O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do ato, acusou Motta de “envergonhar o povo da Paraíba” por não se posicionar claramente sobre o projeto.
Uma pesquisa da Quaest divulgada no domingo mostrou que 56% dos brasileiros são contra a anistia. O Datafolha ainda revelou que 67% dos entrevistados acham que Bolsonaro deveria desistir de 2026 e apoiar outro candidato.
Fonte: DCM com informações da CNN Brasil
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