A deputada estadual Ana Júlia Ribeiro (PT) rebateu nesta segunda-feira (7) os ataques do deputado Ricardo Arruda (PL)
A deputada estadual Ana Júlia Ribeiro (PT) rebateu nesta segunda-feira (7) os ataques do deputado Ricardo Arruda (PL), feitos após ela solicitar a substituição dele na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) devido ao excesso de faltas. Durante a sessão e em entrevista a jornalistas, Arruda tentou desqualificá-la ao afirmar que ela “se comporta como se estivesse no centro acadêmico”, em crítica depreciativa à sua maneira de se expressar e se vestir.
Para Ana Júlia, a postura do parlamentar configura violência política de gênero — crime previsto em lei. “Ele tentou me humilhar dizendo que eu não sei o que estou fazendo aqui, que isso fica evidente pela forma como falo ou me visto. Alegou ainda que desconheço o regimento por ser jovem e estar em meu primeiro mandato. Não vejo nenhum demérito em ter vindo do movimento estudantil — muito pelo contrário, tenho muito orgulho disso", disse a parlamentar.
Segundo a deputada, Arruda parte para o ataque pessoal por falta de argumentos. “Ele não sabe fazer política com diálogo e parece incomodado em lidar com uma mulher jovem e com posicionamento firme. Não tenho medo do senhor. Sei do meu trabalho e conheço o regimento.”
Ela também criticou a postura do deputado em relação às suas obrigações parlamentares. “O regimento é claro: não há justificativa para faltas em comissão. Por isso, o deputado deve ser substituído na CCJ.”
Ana Júlia acrescentou que, além das ausências, Arruda não comunicou previamente sua impossibilidade de comparecer nem indicou suplente, o que prejudicou o andamento da comissão. “Na tribuna, o senhor reclama que a CCJ não avança, mas sequer se faz presente. Se não valoriza esse espaço, não deveria ocupá-lo. Isso é hipocrisia.”
A postura do parlamentar repercutiu no plenário. Ana Júlia recebeu apoio do líder da Oposição, Arilson Chiorato (PT), da deputada Mabel Canto (PSDB) e de outros colegas. Durante a sessão, Chiorato cobrou providências da presidência da Casa com base no regimento interno: “O artigo 29 determina que é dever do presidente zelar pelo prestígio da Assembleia e pela dignidade de seus membros em todo o território. Em nome da Bancada de Oposição e de todas as mulheres, pedimos medidas diante desse episódio.”
Faltas reiteradas
Na semana anterior, Ana Júlia já havia solicitado o afastamento de Ricardo Arruda da CCJ por não comparecer às últimas quatro sessões. O Regimento Interno da Assembleia, no Artigo 78, prevê a perda do lugar na comissão em caso de ausência em três reuniões ordinárias consecutivas.
“A participação ativa dos membros é essencial para o bom andamento dos trabalhos legislativos e para garantir o devido processo de análise das matérias em pauta. Ausências reiteradas comprometem a eficiência e a representatividade da comissão. Precisamos de um Parlamento comprometido e responsável”, concluiu Ana Júlia.
Fonte: Brasil 247
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