
Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (26), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou sua primeira aparição após se tornar réu por tentativa de golpe para tentar ironizar o ato “Sem Anistia” marcado para 30 de março em São Paulo e virou piada pelo aparente desespero. “Dia 30 vai ter um movimento da esquerda. Estou até promovendo o movimento da esquerda na Paulista. Qual é a pauta? Prisão para Bolsonaro e ‘sem anistia'”, disse.
A provocação não ficou sem resposta. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), um dos organizadores do ato, devolveu a ironia nas redes sociais.
“Agradeço ao Bolsonaro pela convocação do Ato Sem Anistia! Vamos todos na Praça Oswaldo Cruz, domingo às 13h”, escreveu o parlamentar no X, antigo Twitter, compartilhando o vídeo do ex-presidente.
O protesto, organizado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, deve reunir lideranças e partidos de esquerda em várias capitais brasileiras. O ato tem como objetivo pressionar contra o projeto de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, que tramita na Câmara dos Deputados.
Boulos também compartilhou trecho de seu discurso no plenário da Câmara sobre a denúncia da PGR contra Bolsonaro: “O canalha [se referindo a Bolsonaro] que bradava, falava em tortura, que era valentão, baixou a voz para pedir anistia e dizer que tem que pacificar o país. Na hora de tramar golpe, era valente. Paguem o preço das ações que fizeram”.
O projeto de anistia em discussão no Congresso pode beneficiar não apenas os presos em flagrante durante os ataques de 8 de janeiro, mas também pessoas que participaram de eventos antes ou depois daquela data, o que incluiria o próprio Bolsonaro, agora réu por tentativa de golpe de Estado.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux, aceitou por unanimidade a denúncia que acusa Bolsonaro e sete aliados de crimes como:
– Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
– Golpe de Estado
– Organização criminosa
– Dano qualificado ao patrimônio da União
– Deterioração de patrimônio tombado
O caso agora segue para fase de instrução processual, quando serão ouvidas testemunhas e analisadas as provas. Caso condenado, Bolsonaro poderá enfrentar penas de prisão.
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