Futura ministra criticou Bolsonaro por "mentir e bajular" Trump, em resposta à defesa do ex-presidente às políticas protecionistas do "ídolo" estadunidense
A futura ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reagiu às declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro, que defendeu as políticas protecionistas do aliado Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. Em resposta a Bolsonaro, que sugeriu que o presidente Lula discutisse diretamente com Trump e Elon Musk a redução de tarifas, Gleisi foi incisiva: “Vamos desenhar pra ver se Bolsonaro entende: quem paga a conta do aumento de taxas dos produtos importados que Trump está anunciando é o consumidor dos Estados Unidos, porque tudo fica mais caro lá”.
A fala de Gleisi ocorre após Bolsonaro rebater o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que, em entrevista ao Flow Podcast, criticou a contradição entre o protecionismo norte-americano e a política brasileira de redução de impostos sobre alimentos. Haddad destacou que, enquanto Trump “taxa o mundo inteiro”, o governo Lula anunciou medidas para baratear a cesta básica no Brasil. Bolsonaro, por sua vez, sugeriu que Lula marque uma audiência com Trump e Musk para discutir tarifas e outros temas, como os acordos com a China e o conflito envolvendo o Hamas.
Gleisi Hoffmann, no entanto, não poupou críticas ao ex-presidente. “Essa guerra tarifária prejudica primeiro quem compra, porque vai ter de pagar mais, e também quem vende, porque vai exportar menos. É ruim pra todo mundo”, afirmou. A futura ministra também questionou a postura de Bolsonaro: “Ele não deve ser tão burro assim, mas pensa que a gente é. E não perde a mania de mentir e bajular seu ídolo estadunidense”.
Além disso, Gleisi reforçou a necessidade de focar nos interesses do Brasil. “Nosso país é o Brasil e é aqui que ele [Bolsonaro] vai responder por seus crimes”, declarou, em referência aos processos judiciais que o ex-presidente enfrenta. A declaração de Hoffmann reflete a tensão política entre o governo Lula e a oposição bolsonarista, que segue defendendo alianças internacionais e políticas econômicas contestadas pelo atual governo.
Enquanto o governo brasileiro busca ampliar a redução de impostos sobre alimentos para aliviar o custo de vida da população, a guerra fiscal promovida por Trump nos EUA continua a gerar debates sobre seus impactos globais. Para Gleisi, a defesa de Bolsonaro às políticas de Trump revela uma “submissão” que não condiz com os interesses nacionais.
Fonte: Brasil 247
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