Defesa do presidente do PL prepara pedido ao STF para revogar restrição imposta por Alexandre de Moraes
Com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, fora da lista dos acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de envolvimento na trama golpista após a eleição do presidente Lula (PT), sua defesa articula uma nova estratégia para restabelecer o diálogo com Jair Bolsonaro (PL). Segundo o O Globo, um pedido para revogar a restrição que impede a comunicação entre os dois desde fevereiro de 2024 deve ser apresentado nos próximos dias ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nos bastidores, Valdemar tem sustentado que a proibição não se justifica mais, já que ele não foi denunciado pela PGR no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado. Há expectativa entre aliados de que a defesa consiga agendar uma reunião com Moraes para expor os argumentos que embasam o novo pedido. Até o momento, as defesas de Valdemar e Bolsonaro não se manifestaram publicamente sobre a iniciativa.
A restrição imposta pelo STF foi estabelecida no âmbito da operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF), que investigou a trama golpista articulada após as eleições de 2022. Bolsonaro e Valdemar foram indiciados pela PF em novembro, mas apenas o ex-presidente e outros 33 nomes foram denunciados pela PGR, sob acusação de crimes como organização criminosa armada, golpe de Estado e tentativa de abolição do estado democrático de direito.
Apesar das tentativas anteriores, Moraes rejeitou todos os pedidos da defesa de Valdemar para suspender a proibição de contato com Bolsonaro. Um dos últimos requerimentos foi feito antes das eleições municipais de 2024, quando Valdemar argumentou que a medida prejudicava a coordenação partidária no PL.
Encontros evitados e manobras para manter distância - Bolsonaro e Valdemar adotaram estratégias para frequentar a sede do PL em Brasília sem infringir a decisão de Moraes. Entre as táticas utilizadas, estavam a alternância de horários e o uso de salas diferentes dentro do prédio da legenda. Valdemar chegou a despachar do térreo por um tempo, mas desistiu posteriormente. Para evitar encontros casuais, ambos passaram a avisar seus seguranças sempre que deixavam suas residências rumo à sede do partido, permitindo que fossem mantidos afastados.
Em julho de 2024, Moraes chegou a cobrar explicações das defesas de Bolsonaro e Valdemar sobre uma suposta reunião entre os dois durante a convenção do MDB que oficializou a candidatura de Ricardo Nunes à reeleição em São Paulo. O ministro baseou seu questionamento em reportagens que apontavam que ambos haviam estado no evento, apesar da restrição imposta pelo STF.
Na ocasião, a defesa de Bolsonaro alegou que ele compareceu ao evento em um horário diferente de Valdemar e que, embora tenham frequentado o mesmo local, não se encontraram.
O último encontro formal entre os dois ocorreu em dezembro, quando Bolsonaro pediu autorização a Moraes para comparecer à missa de sétimo dia da mãe de Valdemar, Leila Caran Costa. O ministro autorizou, mas a decisão não chegou a tempo para que o ex-presidente participasse.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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