quinta-feira, 6 de março de 2025

Valdemar traça estratégia para retomar contato com Bolsonaro após ficar de fora de denúncia da PGR

Defesa do presidente do PL prepara pedido ao STF para revogar restrição imposta por Alexandre de Moraes

        Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/Youtube)

Com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, fora da lista dos acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de envolvimento na trama golpista após a eleição do presidente Lula (PT), sua defesa articula uma nova estratégia para restabelecer o diálogo com Jair Bolsonaro (PL). Segundo o O Globo, um pedido para revogar a restrição que impede a comunicação entre os dois desde fevereiro de 2024 deve ser apresentado nos próximos dias ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Nos bastidores, Valdemar tem sustentado que a proibição não se justifica mais, já que ele não foi denunciado pela PGR no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado. Há expectativa entre aliados de que a defesa consiga agendar uma reunião com Moraes para expor os argumentos que embasam o novo pedido. Até o momento, as defesas de Valdemar e Bolsonaro não se manifestaram publicamente sobre a iniciativa.

A restrição imposta pelo STF foi estabelecida no âmbito da operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF), que investigou a trama golpista articulada após as eleições de 2022. Bolsonaro e Valdemar foram indiciados pela PF em novembro, mas apenas o ex-presidente e outros 33 nomes foram denunciados pela PGR, sob acusação de crimes como organização criminosa armada, golpe de Estado e tentativa de abolição do estado democrático de direito.

Apesar das tentativas anteriores, Moraes rejeitou todos os pedidos da defesa de Valdemar para suspender a proibição de contato com Bolsonaro. Um dos últimos requerimentos foi feito antes das eleições municipais de 2024, quando Valdemar argumentou que a medida prejudicava a coordenação partidária no PL.

Encontros evitados e manobras para manter distância - Bolsonaro e Valdemar adotaram estratégias para frequentar a sede do PL em Brasília sem infringir a decisão de Moraes. Entre as táticas utilizadas, estavam a alternância de horários e o uso de salas diferentes dentro do prédio da legenda. Valdemar chegou a despachar do térreo por um tempo, mas desistiu posteriormente. Para evitar encontros casuais, ambos passaram a avisar seus seguranças sempre que deixavam suas residências rumo à sede do partido, permitindo que fossem mantidos afastados.

Em julho de 2024, Moraes chegou a cobrar explicações das defesas de Bolsonaro e Valdemar sobre uma suposta reunião entre os dois durante a convenção do MDB que oficializou a candidatura de Ricardo Nunes à reeleição em São Paulo. O ministro baseou seu questionamento em reportagens que apontavam que ambos haviam estado no evento, apesar da restrição imposta pelo STF.

Na ocasião, a defesa de Bolsonaro alegou que ele compareceu ao evento em um horário diferente de Valdemar e que, embora tenham frequentado o mesmo local, não se encontraram.

O último encontro formal entre os dois ocorreu em dezembro, quando Bolsonaro pediu autorização a Moraes para comparecer à missa de sétimo dia da mãe de Valdemar, Leila Caran Costa. O ministro autorizou, mas a decisão não chegou a tempo para que o ex-presidente participasse.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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