A contundência com que o relator Alexandre de Moraes rebateu os argumentos das defesas foi um dos principais pontos que alimentaram o desalento
Jair Bolsonaro e advogados de demais acusados por tentativa de golpe de Estado no STF (Foto: Antonio Augusto/STF)
O avanço do julgamento contra Jair Bolsonaro e seus aliados no Supremo Tribunal Federal (STF) mergulhou as defesas em um clima de absoluto pessimismo. Nesta quarta-feira (26), a Primeira Turma da Corte aceitou, por unanimidade, denúncia contra o ex-presidente e outros sete acusados de envolvimento na tentativa de golpe de Estado. De acordo com a jornalista Bela Megale do jornal O Globo, a avaliação entre advogados é de que as chances de absolvição são mínimas.
“Todos estão lascados”, afirmou um dos defensores, resumindo a percepção compartilhada por representantes de pelo menos quatro bancas de advocacia que atuam no caso.
A contundência com que o relator Alexandre de Moraes rebateu os argumentos das defesas foi um dos principais pontos que alimentaram o desalento. Além de apresentar uma argumentação minuciosa, Moraes personalizou as acusações, reforçando a ideia de que a responsabilização será direta e severa.
O tom adotado pelo ministro também gerou desconforto. Segundo os advogados, Moraes teria adotado uma postura “raivosa” e “exagerada” em relação às sessões anteriores, o que foi interpretado como um indicativo da dureza com que o STF pretende conduzir os processos.
Uma das declarações do ministro, em que mencionou “milícias digitais nacionais ou estrangeiras”, foi lida por aliados de Bolsonaro como um recado indireto ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está atualmente nos Estados Unidos, com licença do mandato.
A ausência do ex-presidente no plenário da Primeira Turma durante a sessão desta quarta foi recebida com alívio por integrantes do PL. Havia receio de que, diante do voto incisivo de Moraes, Bolsonaro tivesse algum tipo de reação intempestiva que agravasse ainda mais sua situação processual.
Outro ponto de crítica por parte das defesas foi a exibição de um vídeo com imagens dos ataques golpistas do dia 8 de janeiro de 2023. Os advogados consideraram a exibição “apelativa” e alegaram que o material não constava dos autos.
A transformação dos denunciados em réus marca o início de uma nova e delicada fase para o grupo bolsonarista, agora sob risco real de condenações por crimes gravíssimos contra o Estado Democrático de Direito.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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