domingo, 16 de março de 2025

Temendo prisão, Bolsonaro focará em anistia durante ato golpista em Copacabana

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em manifestação em Copacabana. Foto: Mauro Pimentel/AFP

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu concentrar a mobilização para a manifestação deste domingo (16) em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, no apoio ao projeto de anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro. O objetivo é demonstrar adesão popular à proposta, que avança na Câmara dos Deputados com o apoio de partidos de direita e do centrão, como Republicanos, PSD, União Brasil e PP.

Além disso, o evento serve como resposta às acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro por suposta participação em uma tentativa de golpe após a derrota nas eleições de 2022.

A manifestação, que inicialmente poderia incluir críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi recalibrada para focar na defesa da anistia e no mote “fora Lula 2026”. O inelegível espera reunir um milhão de pessoas na praia carioca, embora aliados considerem o número exagerado e não detalhem expectativas de público.

Segundo a Folha de S.Paulo, a Prefeitura do Rio de Janeiro ainda não divulgou o esquema de bloqueio de ruas para o evento.

A anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro é vista como uma forma de criar um clima político favorável para reverter a inelegibilidade de Bolsonaro, condenado pela Justiça Eleitoral em dois processos e impedido de concorrer até 2030. Apesar da falta de perspectivas jurídicas para mudar sua situação, o ex-presidente insiste em se apresentar como candidato ao Palácio do Planalto em 2026.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), firmou compromisso com o PL de votar o projeto de anistia caso haja intenção da maioria da Casa. O acordo fez parte das negociações que elegeram Motta no início do ano. Bolsonaro tem pressionado deputados e tentado atrair parlamentares com posicionamento equidistante ao governo e à oposição para garantir a votação do projeto.

Bolsonaro e os filhos Eduardo e Carlos. Foto: reprodução

A mobilização para a manifestação começou dias antes de Bolsonaro ser alvo de denúncia da PGR por suposta participação em uma tentativa de golpe após as eleições de 2022. O evento em Copacabana é uma tentativa de demonstrar força política diante das acusações.

Em abril do ano passado, Bolsonaro já havia convocado uma manifestação no mesmo local, com foco na defesa da liberdade de expressão e críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Desta vez, Moraes e os demais ministros do STF não devem ser alvo dos discursos de Bolsonaro. No entanto, aliados como o pastor Silas Malafaia, que financia o evento, podem abordar o tema. Além de Bolsonaro, estão previstos discursos do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, e da vereadora de Fortaleza (CE) Priscila Costa (PL), vice-presidente do PL Mulher. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que se recupera de uma cirurgia, não participará do evento.

Bolsonaro conta com a presença de governadores aliados, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro; e Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina. No entanto, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), deve ficar de fora. Zema mantém uma relação dúbia com o ex-presidente, mas busca seu apoio para uma possível candidatura à Presidência em 2026.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo

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