Governador pretende atuar para dissipar eventuais resistências e levar a legenda a apoiar a proposta que beneficia jair Bolsonaro, seu padrinho político
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), intensificou as articulações dentro de seu partido para garantir apoio ao projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes. O movimento ocorre em meio à expectativa de Jair Bolsonaro (PL), que aguarda um posicionamento do presidente do Republicanos, o deputado federal Marcos Pereira (SP), ainda nesta semana.
Pereira tem evitado assumir um compromisso direto e prometeu consultar a bancada antes de decidir. No entanto, interlocutores do governador relataram à CNN Brasil que Tarcísio pretende atuar ativamente para dissipar eventuais resistências internas e levar a legenda a apoiar a proposta.
Durante um ato realizado no Rio de Janeiro ao lado de Bolsonaro, Tarcísio deixou claro seu posicionamento a afirmar achar que “é correto que a gente garanta anistia para aqueles inocentes que nada fizeram. E nós vamos lutar, nós vamos garantir isso. Vamos garantir que esse projeto seja pautado, seja aprovado, e quero ver quem vai ter coragem de se opor. Pode ter certeza que nós vamos conseguir os voto”, disse Tarcísio durante a manifestação bolsonarista realizada neste domingo (16).
O governador de São Paulo argumentou que a anistia representaria uma forma de corrigir o que classifica como erro. “Se não corrigirmos isso, vamos ficar paralisados nesta agenda, deixando outras pautas importantes de lado. O diálogo está acontecendo, e o convencimento cresce a cada dia. Essa é uma pauta com consenso. Vamos fazer o que for possível. E não, nosso candidato é o Bolsonaro”, afirmou.
Apesar de ser a sigla de Tarcísio, o Republicanos ocupa um espaço no governo Lula com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. O partido, parte do Centrão, avalia o impacto político de se alinhar ao projeto de anistia aos golpistas, uma medida que confronta diretamente o Palácio do Planalto. A sigla também tem entre seus quadros o presidente da Câmara, Hugo Motta (PB), que já declarou que a tramitação do projeto dependerá da decisão dos líderes partidários. À CNN, Motta afirmou que trata o tema com cautela para evitar um aumento na tensão dentro da Casa.
No evento deste domingo, o líder do Partido Liberal na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), confirmou que pretende protocolar ainda nesta semana um pedido de urgência para a votação do projeto. Ele afirmou esperar alcançar 308 votos favoráveis à proposta, um número que equivaleria ao necessário para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), mas que também serviria como recado ao Supremo Tribunal Federal (STF), diante do risco de a Corte declarar a anistia inconstitucional.
Pelos cálculos do PL, a proposta já conta com o apoio de mais de 250 deputados. Para a aprovação de um projeto de lei ordinária, são necessários 257 votos na Câmara.
Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil
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