sexta-feira, 7 de março de 2025

Sob Lula, economia brasileira contraria pessimistas e cresce 3,4% em 2024

Crescimento foi o maior desde 2021, ano da recuperação pós-pandemia. Consumo das famílias, serviços, indústria e comércio puxaram o PIB

Geraldo Alckmin, Lula, Rui Costa e Fernando Haddad (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil fechou 2024 com crescimento de 3,4%, alcançando R$ 11,7 trilhões, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No último trimestre do ano, o PIB registrou alta de 0,2% em relação ao trimestre anterior, sinalizando estabilidade no ritmo da economia. O resultado anual é o melhor desde 2021 e foi impulsionado principalmente pelos setores de serviços e indústria.

De acordo com Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, as atividades que mais contribuíram para a expansão econômica foram as de "outras atividades de serviços" (5,3%), indústria de transformação (3,8%) e comércio (3,8%), responsáveis por aproximadamente metade do crescimento total do PIB em 2024.

◎ Indústria e serviços avançam, mas agropecuária recua - O setor industrial registrou crescimento de 3,3% no ano, com destaque para a construção civil, que avançou 4,3%, impulsionada pela geração de empregos, aumento na produção de insumos e expansão do crédito. A indústria de transformação também se destacou, com alta de 3,8%, enquanto o setor de eletricidade, gás, água, esgoto e gestão de resíduos cresceu 3,6%.

Já o setor de serviços, maior fatia da economia brasileira, teve crescimento de 3,7%, consolidando-se como o principal motor do PIB em 2024. O comércio, o transporte e os serviços financeiros registraram resultados positivos ao longo do ano, refletindo a retomada do consumo e a maior circulação de mercadorias.

Por outro lado, a agropecuária sofreu uma retração de 3,2%, impactada por condições climáticas adversas que afetaram a produtividade de culturas essenciais para a economia nacional. A soja, principal produto do agronegócio brasileiro, registrou queda de 4,6% na produção anual, enquanto o milho teve retração ainda mais acentuada, com recuo de 12,5%.

◎ Consumo das famílias impulsiona crescimento econômico - Pela ótica da demanda, o principal fator de crescimento do PIB em 2024 foi a despesa de consumo das famílias, que avançou 4,8% em relação a 2023. O desempenho positivo foi favorecido por uma série de fatores, incluindo programas de transferência de renda do governo, melhoria do mercado de trabalho e uma taxa média de juros mais baixa em comparação ao ano anterior.

Os investimentos produtivos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), cresceram 7,3%, mas seu peso na composição do PIB ainda é inferior ao do consumo das famílias. Já os gastos do governo tiveram expansão mais modesta, de 1,9% no ano.

No setor externo, as importações de bens e serviços cresceram 14,7%, enquanto as exportações avançaram 2,9%. A taxa de investimento subiu para 17,0% do PIB em 2024, acima dos 16,4% registrados no ano anterior, enquanto a taxa de poupança recuou para 14,5%.

◎ Quarto trimestre mostra estabilidade econômica - No último trimestre de 2024, a economia brasileira manteve um crescimento modesto de 0,2% em relação ao trimestre anterior. A indústria cresceu 0,3%, enquanto os serviços avançaram 0,1%. Já a agropecuária recuou 2,3% no período.

Segundo Rebeca Palis, o desempenho econômico nos últimos meses do ano refletiu um cenário de estabilidade, mas com sinais de alerta, como o impacto da inflação sobre o consumo das famílias. "No quarto trimestre de 2024, o PIB ficou praticamente estável, com crescimento nos investimentos, mas queda no consumo das famílias. Isso ocorreu devido à aceleração da inflação, especialmente dos alimentos, além de uma taxa de juros que começou a subir em setembro do ano passado, impactando a atividade econômica", explicou a coordenadora do IBGE.

No setor industrial, os destaques foram a construção civil (2,5%), a indústria de transformação (0,8%) e as indústrias extrativas (0,7%). Já o segmento de eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos apresentou queda de 1,2% no período.

Entre os serviços, transporte, armazenagem e correio cresceram 0,4%, enquanto o comércio avançou 0,3%. Atividades imobiliárias e serviços públicos permaneceram praticamente estáveis. Já os setores de atividades financeiras, seguros e comunicação registraram desempenho negativo.

No que se refere ao consumo, a despesa das famílias teve queda de 1,0% no trimestre, enquanto os gastos do governo subiram 0,6% e os investimentos produtivos avançaram 0,4%. No setor externo, as exportações recuaram 1,3%, enquanto as importações ficaram praticamente estáveis (-0,1%).

◎ Perspectivas para 2025 - O desempenho da economia brasileira em 2024 superou expectativas, mas analistas alertam para desafios em 2025. O cenário global incerto, a possibilidade de juros mais altos e o impacto da desaceleração do consumo interno podem influenciar o ritmo do crescimento. No entanto, a continuidade dos investimentos em infraestrutura, o mercado de trabalho aquecido e medidas de incentivo ao crédito devem sustentar um avanço moderado da economia.

Com o setor de serviços consolidado como motor do crescimento e uma recuperação gradual da indústria, o Brasil inicia 2025 com um PIB mais robusto, mas com desafios a serem enfrentados para manter o ritmo de expansão econômica nos próximos anos.

Fonte: Brasil 247

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