quarta-feira, 26 de março de 2025

Simone Tebet: 'o Brasil está dando certo, mas vamos precisar de ajustes fiscais robustos'

A ministra também comentou sobre a inflação. Aproveite e confira as metas apresentadas pelo governo federal para a economia

        Simone Tebet (Foto: Washington Costa / MPO)

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta terça-feira (25) que “o Brasil está dando certo”, mas defendeu ajustes fiscais “robustos” no futuro. A titular da pasta aproveitou para comentar sobre a inflação e afirmou que o governo fez “tudo no limite do possível, para que daqui a 60 dias os preços comecem a cair no supermercado”. Uma das medidas é a tarifa zero para importação de alimentos. A decisão alcança itens como leite, mel e ovos.

“O mercado está caro, mas lembrando, no comparativo ao governo passado, 4 anos atrás, tivemos uma inflação de 2 dígitos. Hoje é de 5%, 5,4%, 5,5%. Muito alta. Temos que mirar o centro da meta, 3%, porque essa inflação tem que baixar de forma urgente".

“O problema é que tivemos uma tempestade perfeita, ou no caso, imperfeita, porque os produtos que mais subiram, são aqueles mais caros para o coração ou para o paladar do povo brasileiro, que é o ovo, o café. Tivemos mudanças climáticas no mundo. Um pé de café leva 4, 5 anos para produzir. Vamos esperar a mudança climática para a questão da safra do ano que vem para termos um alívio no café”.

◉ Preços 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 1,31% no mês passado, muito acima da taxa de janeiro, de 0,16%. A maior taxa para o mês de fevereiro dos últimos 22 anos, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os grupos Habitação, Educação, Alimentação e Bebidas, e Transportes registraram aumento. Juntos, eles representam 92% da composição do IPCA. Todos os outros cinco grupos que compõem o Índice seguiram a tendência de alta, com variações positivas. Com o resultado de fevereiro, a inflação acumulada nos últimos 12 meses chegou a 5,06%, acima dos 4,56% registrados nos 12 meses anteriores.

◉ Agronegócio

A ministra também afirmou que o “agronegócio brasileiro esse ano vem muito forte, aliás, ele é que vai dar sustentabilidade para o nosso PIB”. “Eu ouso dizer que nós não vamos chegar a um crescimento de 3%, mas vamos crescer acima das projeções que nós mesmos estamos fazendo, porque vem uma safra muito forte, que vai ajudar no crescimento do país, portanto, na geração de emprego e renda, e vai ajudar no barateamento dos alimentos”, disse.

“O governo tomou as medidas certas, na medida certa. não tinham outras alternativas na mesa que não fossem medidas heterodoxas e muito perigosas, que seguraria o preço agora e depois de seis meses a um ano o preço explodiria”, explicou a ministra.

◉ Metas do governo

Em janeiro, o governo Lula, por meio do ministro Fernando Haddad (Fazenda), apresentou um plano de 25 metas da agenda econômica do governo Lula para 2025 e 2026.

As medidas estão divididas em três pilares: “Estabilidade macroeconômica: política fiscal e justiça tributária”, “Novo Brasil: Plano de Transformação Ecológica” e “Melhoria do ambiente de negócios”.

Metas principais do plano econômico:

1. Estabilidade macroeconômica e justiça tributária:

  • Fortalecer o arcabouço fiscal para garantir crescimento econômico sustentável
  • Isenção de imposto de renda para salários de até R$ 5 mil
  • Tributação de grandes fortunas e combate aos supersalários no setor público
  • Reforma da previdência dos militares e regulamentação da reforma tributária

2. Melhoria do ambiente de negócios:

  • Regulamentar big techs para promover competitividade e equilíbrio no mercado
  • Modernizar a Lei de Falências e marcos regulatórios financeiros.
  • Permitir que estudantes do programa Pé-de-Meia invistam em poupança ou títulos do Tesouro

3. Transformação ecológica:

  • Criar novos leilões do EcoInvest e emitir títulos sustentáveis para o Fundo Clima
  • Implementar o mercado de carbono e estruturar o Fundo Internacional de Florestas
  • Modernizar o Plano Safra e outros programas voltados à sustentabilidade agrícola
Fonte: Brasil 247

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