Com foco nas eleições de 2026, lideranças petistas iniciaram uma articulação para que o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) dispute novamente o Governo de São Paulo, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), concorra ao Senado. O objetivo, segundo apurou O Globo, é fortalecer o palanque do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no maior colégio eleitoral do país e, ao mesmo tempo, conter uma possível reeleição de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“Sem Alckmin, há o risco de uma vitória de Tarcísio no primeiro turno, com votação superior a 70%”, apontam integrantes do PT ouvidos pela reportagem. Essa corrente avalia que o ex-governador de São Paulo pode alcançar números próximos aos obtidos por Haddad em 2022, quando disputou o Palácio dos Bandeirantes. Além disso, “uma derrota acachapante” no estado seria prejudicial a um eventual novo projeto presidencial de Lula.
Para esses líderes, caso Alckmin se lance ao Executivo estadual e Haddad ao Senado, o presidente do PT assegura dois palanques robustos. “Precisamos de nomes competitivos, especialmente no Senado. Já sabemos que a direita lançará candidatos como Eduardo Bolsonaro (PL) ou Guilherme Derrite (atual secretário de Segurança Pública)”, dizem representantes petistas. A vaga de vice na chapa de Lula, ainda segundo esse plano, ficaria aberta para agregar aliados como o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).
No entanto, Alckmin demonstra total resistência à proposta. De acordo com interlocutores, o ex-tucano tem enfatizado que “não houve até agora qualquer conversa sobre isso” e que está satisfeito com o posto de vice e com a condução da pasta de Indústria e Comércio. Ele também não deseja tensionar o relacionamento com Lula, preferindo aguardar para ver se o presidente abordará diretamente o assunto.
Alguns integrantes do PSB, por sua vez, reagem negativamente à ideia de o ex-governador disputar o cargo. “O que o PT quer é isso (Alckmin como candidato a governador). O que o PSB quer é a manutenção dele na chapa no lugar que ele se encontra hoje (como vice). Tem essa pequena diferença”, ironizou o presidente do partido, Carlos Siqueira, ao comentar o movimento petista. Nos bastidores, há críticas de que o PT busca “sacrificar” Alckmin em uma batalha eleitoral incerta contra Tarcísio.
Em relação a Haddad, há petistas que apostam no seu potencial para o Senado e defendem que ele não teria como recusar um pedido pessoal de Lula. O ministro, porém, costuma ressaltar a aliados que “não existe possibilidade de disputar um cargo eletivo em 2026”. Ainda assim, as lideranças do PT acreditam que, se necessário, o chefe do Executivo nacional fará um apelo convincente para contar com Haddad na corrida ao Senado.
Fonte: DCM com informações do jornal O Globo
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