segunda-feira, 17 de março de 2025

Prévia do PIB indica arrancada econômica no 1º trimestre de 2025 impulsionada pelo agronegócio

Setor agropecuário lidera crescimento com expectativa de safra recorde, mas especialistas alertam para desaceleração nos próximos períodos

(Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

A alta de 0,9% no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em janeiro, divulgado nesta segunda-feira (17), considerado a prévia do PIB, reforça a expectativa de um desempenho robusto da economia no primeiro trimestre de 2025. No acumulado de 12 meses, o avanço é de 3,8%. Segundo projeções do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), a economia pode crescer 1,5% no período, enquanto o Bradesco estima uma alta de 1%, destaca a jornalista Míriam Leitão em sua coluna no jornal O Globo.

O principal fator por trás desse resultado é o setor agropecuário, impulsionado pela expectativa de uma safra recorde neste ano. Produtos como soja e milho apresentam ciclos de colheita concentrados no primeiro trimestre, o que deve se refletir positivamente no PIB.

Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB da FGV, explica que o IBC-Br abrange mais do que os dados de serviços, indústria e comércio divulgados pelo IBGE na semana passada, que indicavam desaceleração da economia.

“O índice inclui também atividades como intermediação financeira, setor imobiliário e, naturalmente, a agropecuária”, afirma. Apesar da surpresa positiva com o dado de janeiro, Trece ressalta que a previsão de crescimento econômico mais fraco ao longo do ano permanece inalterada. “Vínhamos de um quarto trimestre muito ruim. Como já estamos em março e nada aponta para uma mudança na expectativa da safra, isso deve confirmar um crescimento forte da economia neste primeiro trimestre, puxado pelo agro. Nos próximos trimestres, no entanto, a tendência é de resultados próximos de zero. Por isso, nada muda no cenário decisório do Copom”, avalia.

José Ronaldo Souza Jr., professor de economia do Ibmec-RJ, também não vê alteração na projeção de um crescimento mais modesto ao longo do ano, apesar do desempenho positivo no início de 2025. Ele ressalta que, além do impacto da política monetária, com a taxa de juros prevista para atingir 14,25% nesta semana, há restrições estruturais na capacidade produtiva do país.

“A perspectiva para 2025 é de um crescimento significativamente menor do que nos anos anteriores, porque a capacidade produtiva já foi bastante ocupada e não há espaço para uma grande expansão. O agronegócio tem um peso relevante, mas o impacto será maior agora no início do ano. No segundo semestre, a economia deve perder fôlego”, analisa Souza Jr.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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