Além do reforço da segurança, a Corte está monitorando o ambiente nas redes sociais para mapear riscos e possíveis mobilizações antidemocráticas
Às vésperas do julgamento da denúncia contra Jair Bolsonaro (PL) e outras sete pessoas acusadas de envolvimento em uma trama golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Supremo Tribunal Federal (STF) registrou um aumento expressivo no número de ameaças e xingamentos contra seus ministros. As ofensas, segundo a coluna da jornalista Malu Gaspar, de O Globo, vêm sendo feitas por cidadãos comuns por meio da central telefônica do tribunal.
O clima de animosidade acendeu um alerta na Ouvidoria do STF e levou a Corte a intensificar os debates sobre a adoção de um plano especial de segurança para os dias do julgamento. Além disso, a equipe de segurança do Supremo está monitorando o ambiente nas redes sociais para mapear riscos e possíveis mobilizações antidemocráticas.
A análise da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-mandatário será realizada entre os dias 25 e 26 de março, ao longo de três sessões extraordinárias convocadas pelo presidente da Primeira Turma do STF, Cristiano Zanin Martins. A Corte trabalha desde o início da semana em um esquema de segurança reforçado para o período. Ainda segundo a reportagem, o STF pretende definir, até esta sexta-feira (22), um plano detalhado com todas as medidas adicionais de proteção que serão implementadas.
Entre as ações previstas pelo tribunal, além do reforço na segurança interna, estão a instalação de grades ao redor de seus edifícios e uma solicitação para que o governo do Distrito Federal aumente o aumento o contingente de policiais militares na Praça dos Três Poderes.
Na segunda-feira (24), uma reunião entre a Secretaria de Segurança Pública e o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), discutirá os detalhes das medidas a serem adotadas. Segundo um integrante da cúpula do GDF, ouvido reservadamente pela equipe da coluna, o fechamento da Esplanada dos Ministérios está entre as possibilidades consideradas, mas o planejamento ainda não foi finalizado.
A relação de Ibaneis com o STF tem histórico de tensão. No início de seu mandato, o governador irritou ministros da Corte ao insistir na nomeação de Anderson Torres para a Secretaria de Segurança Pública do DF. Torres é um dos alvos da denúncia que será analisada neste julgamento e estava de férias nos Estados Unidos quando extremistas depredaram as sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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