sábado, 8 de março de 2025

Presença feminina na Administração Pública Federal cresce e alcança 45,6%

Avanço também se reflete em cargos de liderança, com 76% das novas posições de direção e assessoramento ocupadas por mulheres

       Servidoras da administração pública federal (Foto: André Corrêa/MGI)

A participação feminina na Administração Pública Federal está em crescimento. De acordo com dados do Observatório de Pessoal do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), em janeiro de 2025, as mulheres representavam 45,6% (261,4 mil) dos 572,8 mil servidores federais ativos. O percentual representa um aumento de 3,21% em relação a 2022, quando a presença feminina era de 44,8% (253,2 mil) em um universo de 564,9 mil servidores.

O crescimento também é notável nos cargos de direção e assessoramento, além das gratificações técnicas. Em 2022, as mulheres ocupavam 40% (37 mil) dos 91,2 mil cargos e funções dessa natureza. Em 2025, esse percentual subiu para 42% (39,8 mil) do total de 94,7 mil cargos. A evolução representa um crescimento de 7,44% na ocupação feminina dessas funções.

Nos cargos de direção e assessoramento de nível 13 a 17, que incluem coordenadoras-gerais, diretoras, assessoras especiais, secretárias e equivalentes, o crescimento foi ainda mais expressivo, atingindo 26%. Em 2022, as mulheres ocupavam 34,9% (3.552) das 10,1 mil posições desse tipo. Em 2025, esse percentual subiu para 39,2% (4.487) dos 11,4 mil cargos existentes.

A tendência de maior inclusão feminina é ainda mais evidente entre os cargos criados na atual gestão. Entre as 1.270 novas posições de nível 13 a 17, 76% (965) foram destinadas a mulheres, demonstrando um esforço ativo do governo em ampliar a representatividade feminina na estrutura administrativa federal.

◉ Investimentos e políticas para ampliação da presença feminina - Durante o Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas - governo federal Fortalecendo os Municípios, realizado em Brasília (DF) em fevereiro, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, anunciou o lançamento do Guia para Criação e Implementação de Secretarias de Políticas para as Mulheres (SPMs). O governo já investiu cerca de R$ 4 milhões na estruturação dessas secretarias nos estados. Desde 2023, 17 unidades da Federação foram contempladas com recursos para a aquisição de veículos e equipamentos de informática, além do custeio de capacitação e planejamento de gestão de políticas públicas voltadas às mulheres.

A ministra também destacou o orçamento destinado às agendas transversais no Plano Plurianual 2024-2027. “Temos no orçamento [Plano Plurianual 2024-2027] R$ 14,1 bilhões para as agendas transversais e R$ 423 milhões deste valor são para gastos exclusivos para as mulheres. Outros R$ 13,7 milhões são para gastos não exclusivos, mas que passam pelas mulheres, como é o caso do Bolsa Família e do Minha Casa, Minha Vida. Com a criação das secretarias municipais da mulher, teremos capilaridade similar à do Ministério da Saúde, os recursos vão chegar e as políticas vão acontecer", explicou a ministra.

◉ Transparência salarial e incentivo à equidade de gênero - Em março, o governo federal lançará o terceiro relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, previsto na Lei de Igualdade Salarial, sancionada em 2023. A legislação obriga empresas com mais de 100 empregados a garantir transparência salarial e combater discriminação de gênero na remuneração.

O relatório anterior revelou que 20,7% das mulheres ganham menos do que os homens nas 50.692 empresas analisadas. Em mais de 15 mil empresas, a diferença salarial era de até 5%. A nova edição do documento trará uma análise detalhada sobre a adoção de medidas para garantir equidade e as ações implementadas para maior diversidade e inclusão no ambiente corporativo.

◉ Cotas para vítimas de violência doméstica - Entre as ações para fortalecimento da autonomia feminina, destaca-se a implementação de cotas para mulheres em situação de violência doméstica em contratações públicas. Os editais de licitação e avisos de contratação direta para serviços terceirizados devem reservar, no mínimo, 8% das vagas para essas mulheres, garantindo acesso ao mercado de trabalho e promovendo sua independência econômica.

Até o momento, 13 unidades da Federação assinaram acordos para implementar essa política, incluindo Amazonas, Goiás, Tocantins, Acre, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte.

◉ Combate ao assédio e discriminação no setor público - Outro avanço na promoção de um ambiente mais igualitário e seguro é o Programa Federal de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação na Administração Pública Federal, criado em julho de 2024. O objetivo é combater violências no ambiente de trabalho, incluindo assédio moral, assédio sexual e discriminação. Em setembro do mesmo ano, foi instituído o Plano Federal, a partir do qual cada órgão desenvolverá seus Planos Setoriais para fiscalizar e implementar as diretrizes do governo.

Os avanços são reflexo de um esforço estrutural para garantir maior equidade de gênero na gestão pública e privada, com impactos diretos na vida de milhões de mulheres no Brasil.

Fonte: Brasil 247

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