Porto da Pedra, Acadêmicos de Niterói e Tradição brilham no segundo dia da Série Ouro, na Marquês de Sapucaí

Com desfiles luxuosos e enredos marcantes, escolas se destacam na briga pelo acesso ao Grupo Especial.

A segunda noite de desfiles da Série Ouro no Sambódromo da Marquês de Sapucaí confirmou a força da Unidos do Porto da Pedra (foto), Acadêmicos de Niterói e Tradição, que se sobressaíram entre as oito escolas que cruzaram a Avenida na madrugada de domingo (2). O Tigre de São Gonçalo emocionou com um enredo impactante sobre Fordlândia, enquanto a Niterói transformou a passarela em uma grande festa junina e a Tradição abordou a diversidade da fé. A disputa pelo acesso ao Grupo Especial segue acirrada.

A Unidos do Porto da Pedra trouxe um dos desfiles mais impressionantes da noite com “A história que a borracha do tempo não apagou”. O enredo abordou a tentativa frustrada de Henry Ford em transformar um pedaço da Amazônia em um grande polo industrial de borracha. Com alegorias monumentais e uma plástica impecável, o desfile destacou a luta dos trabalhadores locais e as dificuldades impostas pela natureza. Um dos momentos mais marcantes foi o abre-alas, com dezenas de componentes representando roedores em meio a engrenagens, simbolizando o trabalho incessante. O mestre de bateria Pablo surpreendeu ao se fantasiar de Curupira.

A Acadêmicos de Niterói incendiou o público com “Vixe Maria”, que celebrou a tradição das festas juninas. O enredo desenvolvido por Tiago Martins foi um dos mais vibrantes da noite, e o samba-enredo, animado e envolvente, fez as arquibancadas cantarem do início ao fim. A escola apresentou uma paleta de cores quentes, elementos cenográficos que remetiam a arraiais e uma evolução coesa, sem contratempos. Foi um desfile alegre, que reforça a força da agremiação na disputa pelo título.

Acadêmicos de Niterói na avenida

Já a Tradição voltou à Sapucaí após dez anos desfilando na Intendente Magalhães. Com “Reza”, abordou a pluralidade da fé e da espiritualidade. Inspirado na canção de Pretinho da Serrinha, interpretada por Maria Rita, o carnavalesco Leandro Valente apostou em alegorias e fantasias de grande impacto. No entanto, a escola enfrentou problemas de cronometragem e precisou acelerar o passo no fim para não estourar o tempo.

Desfile da Tradição

Entre as demais agremiações, a União do Parque Acari trouxe “Corda de Prata – O Retrato Musical do Povo”, exaltando a história do violão no Brasil, e a Acadêmicos de Vigário Geral homenageou Francisco Guimarães, o “Vagalume”, jornalista que documentou a evolução do carnaval.

Império Serrano e Unidos de Bangu, afetadas por incêndio, não cairão

O Império Serrano desfilou fora da disputa após ser afetado pelo incêndio que destruiu sua produção de fantasias. Mesmo sem os figurinos completos, seus componentes cruzaram a Avenida com garra e comoção. Unidos de Bangu e Unidos da Ponte (que desfilou um dia antes) também não foram julgadas pelo mesmo motivo. A LigaRJ garantiu que essas três escolas não correrão risco de rebaixamento.

Com a definição dos desfiles, agora resta aguardar a apuração para saber quem será a campeã e conquistará a tão sonhada vaga no Grupo Especial.

Fonte: Agenda do Poder com informações do g1