“Uma ala da direita vai ter de optar entre defender o interesse nacional ou a ideologia cega", diz um auxiliar do presidente Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne nesta quarta-feira (12) com ministros e auxiliares para discutir a resposta do Brasil à taxação do aço e do alumínio imposta por Donald Trump. A medida, que também afeta outros parceiros comerciais, acirra tensões e abre espaço para um posicionamento estratégico do governo brasileiro. No entanto, a discussão vai além da reação econômica, abrangendo o impacto político da decisão do mandatário estadunidense sobre a direita brasileira.
"Está claro que, se adotarmos a reciprocidade, será por conta da intransigência americana. Trump está desgastando o bolsonarismo. Uma ala da direita vai ter de optar entre defender o interesse nacional ou a ideologia cega", afirmou um auxiliar de Lula, sinalizando os desdobramentos internos da questão, de acordo com a coluna da jornalista Daniela Lima, do g1.
Um ministro do governo destacou que a decisão de Washington gerou reações negativas em diversos países e no mercado global, o que fortalece a visão de que o governo Lula atua em defesa dos interesses nacionais, independentemente de alinhamentos ideológicos.
Diante da taxação imposta por Trump, o Brasil já avalia um conjunto de produtos que podem ser sobretaxados como forma de resposta. "Nós vamos agir. O que se debate agora é quando", afirmou uma fonte do Itamaraty, indicando que a retaliação brasileira está em estágio avançado de planejamento.
Além da possível resposta comercial, o governo estuda envolver o Congresso no debate, seja por meio de um projeto de lei ou de uma medida provisória que proteja setores estratégicos, como o agronegócio, caso novas barreiras tarifárias sejam impostas pelos Estados Unidos. A iniciativa também forçaria bancadas influentes a assumirem uma posição pragmática diante da questão.
A decisão de Trump ainda reverbera no cenário político interno, sendo usada como argumento pela base governista para enfraquecer a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) à presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. A indicação do parlamentar, apoiador declarado de Donald Trump, tem enfrentado resistência crescente, inclusive dentro do próprio Congresso Nacional.
Impacto político - A base governista avalia que Eduardo Bolsonaro estaria utilizando suas viagens aos Estados Unidos para incitar políticos americanos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e conspirar contra os interesses nacionais. Nesta linha, parlamentares do PT chegaram a pedir a apreensão do passaporte do filho de Jair Bolsonaro (PL).
Nesta semana, o líder da oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), solicitou um encontro com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, para discutir a queixa-crime apresentada pelo PT ao Supremo Tribunal Federal (STF), que pede a apreensão do passaporte do correligionário.
Fonte>: Brasil 247 com informações da coluna da jornalista Daniela Lima, do G1
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