Gonet afirma que não há elementos suficientes para investigar a primeira-dama e destaca tradição de atuação das esposas de presidentes no Brasil
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, arquivou todos os pedidos de investigação sobre os gastos da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, em viagens internacionais, informa Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. Os questionamentos, feitos por parlamentares da oposição, estavam relacionados a supostos excessos no uso de recursos públicos durante deslocamentos oficiais de Janja, esposa do presidente Lula (PT). Segundo Gonet, as representações não contêm informações suficientes que justifiquem uma investigação por parte do Ministério Público.
Na decisão, Gonet esclareceu que não existem elementos que indiquem a ocorrência de ilícitos cíveis ou penais nas viagens realizadas pela primeira-dama. "As representações oferecidas não expõem elementos de desvio de recursos públicos, mas juízos de inconformismo com custos de atividades, ao que se nota, tornados públicos, como devido. Não se tem aqui tema de legalidade apurável no âmbito da competência do Ministério Público", afirmou o procurador-geral. Para ele, as críticas aos custos das viagens não representam qualquer irregularidade, mas sim uma discordância com o valor gasto, algo que, segundo ele, não configura uma ilegalidade.
Em sua análise, Gonet destacou a importância da atuação das primeiras-damas, não apenas no Brasil, mas em diversos países, como uma tradição que visa o apoio a causas sociais e diplomáticas. Ele citou o exemplo de Darcy Vargas, esposa do ex-presidente Getúlio Vargas, lembrando que ela foi responsável pela criação e direção da Legião Brasileira de Assistência (LBA), uma instituição de assistência social fundamental durante o período em que Vargas governava o país. "É inegável, além disso, a consolidação da tradição no Brasil e em outros tantos países do papel social desempenhado pelas suas assim chamadas primeiras-damas", disse o procurador-geral.
Gonet também refutou as alegações de que a participação de Janja em eventos oficiais poderia representar uma ingerência indevida na administração do Executivo ou prejudicar a soberania nacional. Para ele, a atuação da primeira-dama está dentro da normalidade e do que é esperado para o cargo. "O presidente da República pode confiar ao cônjuge atos protocolares que, a seu juízo, propiciem melhores resultados diplomáticos", afirmou.
Com o arquivamento das denúncias, o procurador-geral concluiu que, na ausência de provas de irregularidades, não há justificativa para a abertura de um procedimento investigatório. "Não se nota matéria delitiva ou ímproba nos atos narrados", finalizou Gonet, encerrando a questão sobre os gastos de Janja em viagens internacionais.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário