
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que uma investigação contra Gilberto Kassab, presidente do PSD e ex-prefeito de São Paulo, seja enviada à Corte. O caso já havia passado pelo tribunal, mas foi movido para a Justiça Eleitoral pelo próprio magistrado em 2020.
A decisão de Moraes segue uma determinação recente do Supremo, que decidiu ampliar o alcance do foro privilegiado para agentes públicos mesmo após a saída da função, como ministros e ex-ministros de Estado. Kassab é investigado por corrupção passiva, caixa 2 e lavagem de dinheiro.
Nas redes, bolsonaristas têm dito que a volta do processo ao Supremo é uma manobra do ministro para pressionar o ex-prefeito paulistano a não apoiar o projeto de lei que anistia os golpistas do ataque de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.
Em publicações no X, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro dizem que Moraes está tentando “ameaçar” Kassab, mantê-lo em uma “coleira” e usar a investigação como “arma”. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) acusa o magistrado de usar o caso por “interesses políticos”.
Bolsonaro tem conversado com Kassab para buscar apoio ao projeto. “Há poucos dias tinha um velho problema e resolvi com o Kassab, em São Paulo. Ele está ao nosso lado com a sua bancada para aprovar a anistia”, disse ele em discurso no ato em Copacabana (RJ), em 16 de março.
Os dois se reuniram em fevereiro no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, comandado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-presidente pediu apoio de seu partido ao projeto.
Segundo a coluna de Igor Gadelha no Metrópoles, lideranças do PSD também têm acusado o ministro de usar o inquérito contra o projeto da anistia. Membros da sigla afirmam que Kassab nunca prometeu apoiar a medida e que só teria sinalizado a Bolsonaro que os parlamentares serão liberados para votarem como quiserem.
Fonte: DCM
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