
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que os atos terroristas de 8 de janeiro foram uma “verdadeira guerra campal”. A declaração foi feita nesta quarta-feira (26), durante a sessão da Primeira Turma da Corte que julga se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete aliados se tornarão réus por tentativa de golpe de Estado.
“Não houve um domingo no parque, não foi um passeio. Absolutamente ninguém lá estava passeando, porque tudo estava bloqueado e houve necessidade de romper as barreiras policiais”, disse Moraes ao apresentar seu voto como relator do caso.
“Havia uma barreira policial, né? E todos invadiram agredindo. Os policiais que jogavam, vejam, jogavam gás de pimenta, as pessoas invadindo. E sempre com a intenção golpista, nós vamos ver várias faixas pedindo intervenção federal. Uma verdadeira guerra campal.”
Durante a sessão, Moraes utilizou vídeos para reforçar os argumentos da denúncia, prática que, embora não inédita, não é comum nos julgamentos do Supremo. A exibição das imagens teve como objetivo relembrar os ataques e fortalecer a narrativa jurídica apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
O uso de vídeos mostrando a violência dos atos golpistas já havia ocorrido nos primeiros julgamentos relacionados ao 8 de janeiro. Ao comentar as imagens dos apoiadores de Bolsonaro reunidos na Praça dos Três Poderes, Moraes observou: “Nenhuma Bíblia é vista”.
Segundo Moraes, “pessoas de boa-fé acabam sendo enganadas pelas pessoas de má-fé que, com pessoas com más intenções e milícias digitais, acabam dizendo que eram velhinhas com a Bíblia na mão, com batom e foram lá só passar um batonzinho na estátua”.
A declaração faz referência à cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que responde em outra ação penal por participação nos atos terroristas em Brasília. A bolsonarista foi acusada de pichar a frase “perdeu, mané” na estátua “A Justiça”, localizada em frente à sede do STF.
Fonte: DCM
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