Presidente ainda repetiu o que vem sendo seu mantra nos últimos meses: “2025 é o ano da colheita”
O presidente Lula celebrou, nesta sexta-feira (7), o crescimento de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em uma postagem nas redes sociais, Lula destacou a importância do resultado para o mercado de trabalho e reforçou uma mensagem que tem repetido desde o início do ano: “2025 é o ano da colheita”.
"PIB crescendo é mais emprego e renda na mão dos brasileiros e das brasileiras. 2025 é o ano da colheita", escreveu o presidente.
☉ PIB cresce 3,4% em 2024 e alcança R$ 11,7 trilhões - O PIB brasileiro atingiu R$ 11,7 trilhões ao longo de 2024, registrando um crescimento de 3,4% em relação ao ano anterior. O resultado foi impulsionado pelos setores de serviços e indústria, consolidando o melhor desempenho econômico do país desde 2021. No último trimestre do ano, o PIB avançou 0,2% em relação ao período anterior, demonstrando estabilidade no ritmo de expansão econômica.
De acordo com Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, as atividades que mais contribuíram para esse avanço foram “outras atividades de serviços” (5,3%), indústria de transformação (3,8%) e comércio (3,8%), setores responsáveis por cerca de metade do crescimento total do PIB em 2024.
☉ Indústria e serviços avançam, mas agropecuária recua - O setor industrial registrou crescimento de 3,3% no ano, com destaque para a construção civil, que teve uma expansão de 4,3%, impulsionada pela geração de empregos e pelo aumento da produção de insumos e do crédito. A indústria de transformação também se destacou, com alta de 3,8%, enquanto o setor de eletricidade, gás, água, esgoto e gestão de resíduos cresceu 3,6%.
O setor de serviços, que representa a maior fatia da economia brasileira, teve um crescimento de 3,7%, consolidando-se como o principal motor do PIB em 2024. Segmentos como comércio, transporte e serviços financeiros apresentaram bons desempenhos, refletindo a retomada do consumo e o aumento na circulação de mercadorias.
Por outro lado, a agropecuária sofreu uma retração de 3,2%, impactada por condições climáticas adversas que afetaram a produtividade de culturas essenciais. A soja, principal produto do agronegócio brasileiro, teve uma queda de 4,6% na produção anual, enquanto o milho recuou ainda mais, com retração de 12,5%.
☉ Consumo das famílias impulsiona crescimento - O principal fator que impulsionou o crescimento do PIB em 2024 foi a despesa de consumo das famílias, que avançou 4,8% em relação a 2023. Esse resultado positivo foi influenciado por programas de transferência de renda do governo, pela melhora no mercado de trabalho e pela redução na taxa de juros ao longo do ano.
Os investimentos produtivos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), cresceram 7,3%, enquanto os gastos do governo tiveram uma expansão mais modesta, de 1,9% no ano. No setor externo, as importações de bens e serviços cresceram 14,7%, enquanto as exportações avançaram 2,9%.
A taxa de investimento subiu para 17,0% do PIB, acima dos 16,4% registrados no ano anterior, enquanto a taxa de poupança caiu para 14,5%.
☉ Quarto trimestre mostra estabilidade econômica - Nos últimos três meses de 2024, o PIB cresceu 0,2% em relação ao trimestre anterior. A indústria avançou 0,3% e os serviços cresceram 0,1%, enquanto a agropecuária recuou 2,3%.
Segundo Rebeca Palis, o desempenho econômico nos últimos meses do ano refletiu um cenário de estabilidade, mas com desafios, como o impacto da inflação sobre o consumo das famílias. “No quarto trimestre de 2024 o que chama atenção é que o PIB ficou praticamente estável, com crescimento nos investimentos, mas com queda no consumo das famílias. Isso porque no quarto trimestre tivemos um pouco de aceleração da inflação, principalmente a de alimentos. Continuamos tendo melhoria no mercado de trabalho, mas com uma taxa já não tão alta. E os juros começaram a subir em setembro do ano passado, o que já impactou no quarto trimestre”, explicou.
No setor industrial, os destaques foram a construção civil (2,5%), a indústria de transformação (0,8%) e as indústrias extrativas (0,7%). Por outro lado, o segmento de eletricidade, gás, água e esgoto apresentou queda de 1,2%.
Entre os serviços, transporte, armazenagem e correios cresceram 0,4%, enquanto o comércio avançou 0,3%. Atividades financeiras, seguros e comunicação tiveram desempenho negativo.
☉ Perspectivas para 2025 - Apesar do desempenho positivo da economia em 2024, analistas alertam para desafios em 2025. O cenário global incerto, a possibilidade de juros mais altos e a desaceleração do consumo interno podem impactar o crescimento.
No entanto, a continuidade dos investimentos em infraestrutura, um mercado de trabalho aquecido e medidas de incentivo ao crédito podem sustentar um avanço moderado da economia. Com o setor de serviços consolidado como motor do crescimento e uma recuperação gradual da indústria, o Brasil inicia 2025 com um PIB mais robusto, mas ainda com desafios a enfrentar para manter a trajetória de crescimento.
Fonte: Brasil 247
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