Líder do governo na Câmara levará Gustavo Gayer ao Conselho de Ética

Deputado bolsonarista publicou ofensas graves à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann

José Guimarães (Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), anunciou que levará ao Conselho de Ética da Casa o nome do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) por proferir ofensas misóginas contra a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. A decisão foi tomada após declarações de Gayer em uma rede social, onde afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem chamou de "cafetão", teria "oferecido" Gleisi como forma de negociação com o Congresso.

O deputado bolsonarista também usou as redes para espalhar outra insinuação misógina e sem qualquer fundamento, afirmando que a deputada petista mantém um "trisal" com o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). As falas geraram uma onda de repúdio de parlamentares e setores da sociedade civil.

Na noite desta quarta-feira (12), as bancadas femininas do PT na Câmara e no Senado, junto à Secretaria de Mulheres do partido, divulgaram uma nota em que classificam as falas de Gayer como "machistas, misóginas e violentas".

"As declarações do deputado Gustavo Gayer (PL-GO) não só desrespeitam as mulheres na política, como também reforçam discursos misóginos que precisamos combater diariamente. O Parlamento não pode compactuar com esse tipo de violência. Aprovamos a Lei 14.192/21 nesta Casa, que foi promulgada para garantir que a violência política de gênero não seja tolerada na mais alta expressão da representatividade política", diz o comunicado.

Diante da pressão, Guimarães confirmou que tomará medidas para que o Conselho de Ética da Câmara analise a conduta de Gayer. Caso o parlamentar seja considerado culpado, pode ser penalizado com advertência, suspensão ou até mesmo a cassação do mandato.

Histórico de ataques

Esta não é a primeira vez que Gustavo Gayer é acusado de propagar desinformação e discurso de ódio. O deputado, que tem forte presença nas redes sociais e base bolsonarista, já foi alvo de inquéritos por disseminar fake news e fazer declarações golpistas sobre o sistema eleitoral brasileiro.

Fonte: Brasil 247