Ministro da Fazenda afirmou que tentativa de reeleição do ex-presidente foi financiada com irresponsabilidade fiscal
Em entrevista ao podcast Inteligência Ltda, realizada nesta sexta-feira (21), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez duras críticas à condução das contas públicas no último ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, os gastos feitos com o objetivo de garantir a reeleição de Bolsonaro caracterizam “100% de improbidade” e precisam ser tratados como tal. A informação foi publicada inicialmente pelo jornal Valor Econômico.
“Do meu ponto de vista, e eu estou falando aqui como alguém que conhece de finanças públicas, o último ano do Bolsonaro é um ano de uma pessoa 100% improba. O que ele fez com as finanças públicas para se eleger é algo que tem que ser caracterizado como improbidade”, afirmou o ministro, em resposta a uma pergunta sobre o julgamento que o Supremo Tribunal Federal (STF) deve iniciar na próxima semana, no qual Bolsonaro pode se tornar réu por tentativa de golpe de Estado.
Haddad também criticou a falta de responsabilização por atitudes como as do ex-presidente. “Não dá para uma pessoa fazer aquilo e passar incólume. Não tem condição. Se a gente não corrigir esse tipo de postura, fica muito difícil daqui pra frente. Como é que vai administrar um país dando liberdade para a pessoa fazer o que fez? Não dá para ser assim, porque dá muito trabalho depois para consertar. Às vezes, você gasta um mandato para consertar o que o outro fez”, pontuou.
Sobre o processo que será julgado pelo STF, Haddad afirmou que não leu os autos, mas ressaltou que, de acordo com as notícias veiculadas, “tudo leva a crer que são robustas as provas”.
O ministro foi além nas acusações ao comentar os desdobramentos da tentativa de golpe. Para ele, havia um plano concreto e grave em curso. “Não tenho dúvidas de que estaríamos sob uma ditadura [se a tentativa de golpe de Estado tivesse dado certo]”, disse, antes de acrescentar: “Não tenho dúvidas de que integrantes do governo Bolsonaro colocariam em prática o suposto plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.
Haddad também abordou temas econômicos durante a entrevista. Segundo ele, a inflação dos alimentos deve se acomodar ao longo do ano, mas há atenção especial a produtos específicos. “Os preços dos alimentos tendem a se acomodar ao longo deste ano, mas há itens que inspiram mais cuidado, como café e o ovo”, disse. De acordo com o ministro, estudos estão sendo conduzidos pelos ministérios para avaliar medidas relacionadas a esses produtos essenciais na cesta básica.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal Valor Econômico
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