Sobretaxa imposta pelos Estados Unidos às exportações de aço e alumínio do Brasil entraram em vigor nesta quarta-feira
A equipe do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou, na terça-feira (11), uma série de discussões sobre os impactos da tarifa de 25% imposta pelos Estados Unidos sobre aço e alumínio, que afeta diretamente as exportações brasileiras para o mercado estadunidense. A medida, anunciada pela Casa Branca, entra em vigor nesta quarta-feira (12), "sem exceções ou isenções", frustrando a tentativa do Brasil de adiar a taxação.
Segundo a Folha de S. Paulo, diante da decisão dos EUA, o Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior realizam reuniões internas para avaliar os efeitos da medida e discutir possíveis respostas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também irá se reunir com empresários do setor siderúrgico nesta manhã para debater o impacto da taxação no mercado nacional.
O governo Lula tem adotado uma abordagem diplomática diante das medidas protecionistas implementadas pelos Estados Unidos desde a gestão de Donald Trump. A estratégia inclui manter as portas abertas para negociações sobre outros produtos brasileiros que podem ser afetados por aumentos de tarifas, como o etanol.
Apesar da nova barreira imposta ao aço, o Brasil ainda não anunciou possíveis retaliações. Enquanto isso, a União Europeia já confirmou que renovará as tarifas sobre produtos americanos em resposta à política tarifária de Washington. Ainda conforme a reportagem, a decisão sobre a posição oficial brasileira caberá ao presidente Lula e ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin.
As reuniões desta quarta-feira devem apresentar ao governo possíveis cenários e alternativas para lidar com a situação. Paralelamente, a equipe econômica planeja manter negociações técnicas com representantes de Trump e aguarda uma resposta formal a consultas feitas anteriormente sobre a política tarifária dos EUA.
O aço semiacabado, principal alvo da taxação, é um dos produtos mais exportados pelo Brasil para os Estados Unidos, ao lado de petróleo bruto, produtos de ferro e aeronaves. A preferência pelos semiacabados ocorre porque os produtos finais da cadeia são moldados conforme a demanda dos clientes, tornando seu transporte mais complexo. O setor de alumínio, embora também afetado, representa um volume menor de exportações.
Segundo dados do governo americano, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço em volume para os EUA em 2023, com 3,88 milhões de toneladas (16% do total), atrás apenas do Canadá (20,9%). O México ficou em terceiro, com 11,1%. Em valores, o Brasil exportou US$ 2,66 bilhões, ficando atrás dos mexicanos (US$ 2,79 bilhões) e canadenses (US$ 5,89 bilhões).
Em janeiro de 2024, o Brasil superou o Canadá e se tornou o maior exportador de aço para os EUA no mês, com 499 mil toneladas, contra 495 mil dos canadenses. A nova tarifa imposta por Washington coloca em risco essa posição e pode prejudicar a competitividade da indústria nacional.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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