
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, manifestou solidariedade às jornalistas Gabriela Biló e Thaísa Oliveira após elas terem sido vítimas de ameaças e perseguições virtuais pela cobertura dos atos golpistas do dia 8 de janeiro, em Brasília. “Minha solidariedade às jornalistas Gabriela Biló e Thaísa Oliveira, insultadas e ameaçadas nas redes da extrema direita pela cobertura dos atentados do 8/1”, escreveu Gleisi em seu perfil no X (antigo Twitter). Ela também defendeu que “pessoas que tentam se passar por vítimas e seguem praticando a violência política devem ser investigadas e punidas”.
As agressões contra as jornalistas começaram na última sexta-feira (21), quando diferentes contas em redes sociais passaram a divulgá-las como supostas responsáveis pela prisão de Débora dos Santos Rodrigues, mulher que pichou a estátua “A Justiça”, na Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Sem apresentar provas, usuários espalharam a alegação de que as profissionais teriam fornecido informações pessoais da acusada ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A perseguição digital incluiu a exposição de nomes, imagens e até dados pessoais das repórteres, levando a centenas de milhares de visualizações. Mensagens com ameaças de morte e incitação ao linchamento público foram enviadas às jornalistas e a seus familiares, o que as levou a registrar boletim de ocorrência. O departamento jurídico do jornal Folha acompanha o caso.

A bolsonarista Débora Rodrigues dos Santos com as mãos sujas após pichar estátua em frente ao Supremo Tribunal Federal durante o ataque de 8 de janeiro de 2023. Foto: Folhapress
O fato de Débora ser julgada na Primeira Turma do STF, onde o relator Alexandre de Moraes votou pela pena de 14 anos de prisão, intensificou o uso político desse episódio por grupos de extrema direita. Esses movimentos passaram a difundir uma narrativa de perseguição, na tentativa de desqualificar o trabalho de cobertura jornalística sobre os efeitos dos ataques golpistas ao Congresso, ao STF e ao Palácio do Planalto.
A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) repudiou a situação, classificando-a como “uma ação coordenada de ofensas pessoais, exposição de dados pessoais e ameaças de violência física e morte, difundidas pelas redes sociais com o claro intuito de atacar as duas profissionais e silenciar o trabalho da imprensa”. Já a Arfoc (Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos no Estado de São Paulo) frisou que as repórteres exerceram seu papel de “documentar a realidade” e condenou qualquer tipo de intimidação.
Até o momento, não há indícios de que as acusações divulgadas contra as jornalistas tenham qualquer base na realidade, visto que não há registro de colaboração das repórteres com o STF no caso. Gleisi Hoffmann, ao prestar apoio público, reforçou que a liberdade de imprensa e a segurança dos profissionais que cobrem fatos de relevância nacional devem ser garantidas, enquanto aqueles que disseminam ódio e desinformação “devem ser investigados e punidos”.
Fonte: DCM
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