Governador de SP dividiu palanque com Bolsonaro em ato pró-anistia em Copacabana, quando aproveitou para atacar o governo Lula
A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, foi às redes sociais neste domingo (16) rejeitar os chamados por anistia aos golpistas envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, e aproveitou para rebater os ataques do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ao governo do presidente Lula, feitos durante um ato de bolsonaristas na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro-RJ.
Tarcísio aproveitou a ocasião para atacar o governo e defender o retorno de Jair Bolsonaro ao poder, apesar de sua inelegibilidade até 2030.
"Ninguém aguenta mais a inflação porque tem um governo irresponsável que gasta a gasolina caro, feijão gasta mais do que deve. Ninguém aguenta mais o arroz caro, o ovo caro. Prometeram picanha e não tem nem ovo. E se tá tudo caro, volta Bolsonaro", disse ele, que também defendeu a anistia aos golpistas.
Sobre a anistia, Gleisi Hoffmann defendeu que os golpistas sejam julgados e punidos dentro do devido processo legal, garantindo que nunca mais tentem impor uma "ditadura" no país. Em relação a Tarcísio, a ministra ressaltou que Lula sempre respeitou a democracia, ao contrário de seu aliado Bolsonaro, "que tem medo da prisão".
A denúncia da PGR contra os comandantes da tentativa de golpe de estado é contundente: um ex-presidente da República tramou contra o processo eleitoral e a soberania das urnas ao longo de quase dois anos, culminando com os atentados de 8 de janeiro. Persistir no ataque às instituições e falar em anistia para quem ainda será julgado significa, na prática, confessar a gravidade dos crimes cometidos contra o estado de direito e a democracia. Quem não vacilou em tramar até assassinatos para usurpar o poder não tem credibilidade para subir em palanques e se fazer de vítima. O julgamento e punição destes criminosos, no devido processo legal, é absolutamente necessário para que nunca mais se tente instalar uma ditadura no Brasil", escreveu Gleisi em uma postagem no X.
"O presidente Lula disputou seis eleições ao Planalto. Quando não venceu, respeitou o resultado, não tramou golpes nem atacou as instituições. Quando foi eleito, mudou o Brasil pra melhor (e segue mudando). Não é @LulaOficial que tem medo de perder, governador Tarcísio. É Bolsonaro que tem medo da prisão", disse a ministra em uma nova postagem.
Prestes a ser preso por liderar a tentativa de golpe de Estado após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro fracassou miseravelmente em sua última tentativa de angariar apoio popular a um projeto que anistiaria os envolvidos nos atos antidemocráticos.
Bolsonaristas se frustraram com a manifestação esvaziada na praia de Copacabana, que ficou muito aquém da promessa de Bolsonaro. Imagens transmitidas pela TV Globo mostram que o ato não conseguiu ocupar quarteirões inteiros nem mobilizar uma multidão, reunindo apenas um grupo diante do palco, com presença espalhada pela avenida e chegando até a faixa de areia.
A Primeira Turma do Supremo marcou para 25 de março a análise pelo colegiado da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
Encaminhada pela PGR ao Supremo em 18 de fevereiro, a denúncia posiciona Bolsonaro como líder de uma organização criminosa que agiu para contrariar o resultado das urnas após a vitória do presidente Lula nas eleições de 2022.
Em caso de condenação por todos os crimes a que foi denunciado, as penas de Bolsonaro poderiam variar de 12 anos a mais de 40 anos de prisão.
A defesa do ex-mandatário afirmou em manifestação ao STF que não há provas contundentes que apontem Bolsonaro como autor de ordens para a execução de um golpe de Estado ou que tenha praticado qualquer ato de violência. Bolsonaro reclamou do que considerou um ritmo acelerado para tratar das acusações de que é alvo.
Bolsonaro está inelegível até 2030 por conta de duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político na campanha eleitoral de 2022.
Fonte: Brasil 247 com informações da Reuters
Nenhum comentário:
Postar um comentário