"Não foi um ataque com batom, foi uma tentativa violenta de golpe de estado", disse a ministra
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), voltou a defender nesta quinta-feira (27) a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos demais envolvidos na tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022. Na última quarta (26), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e outros sete integrantes do “Núcleo 1” da trama golpista.
Segundo Gleisi, os ataques feitos por Bolsonaro e aliados ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, após a decisão da corte, provam que o relator do caso está certo ao torná-los réus. “Dobrar os ataques e as mentiras contra o ministro Alexandre de Moraes, como fazem o réu Jair Bolsonaro e as redes da extrema-direita, só faz ressaltar os acertos do relator e a culpa dos investigados. Ao exibir os vídeos dos atentados de 8 de janeiro no julgamento de ontem, Moraes reavivou a memória da brutalidade que praticaram contra a democracia”, afirmou.
A ministra também criticou a tentativa dos bolsonaristas de minimizar os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 e pediu a responsabilização dos envolvidos. “Como disse o ministro, não se viam bíblias na Praça, mas cenas de violência extrema que os golpistas e seu comandante tentam apagar. Não foi um ataque com batom, foi uma tentativa violenta de golpe de estado. Não cabe anistia antes, durante ou depois do julgamento. Cabe a responsabilização, dentro do devido processo legal, de todos os criminosos, em defesa do estado de direito que tentaram abolir”, pontuou.
Réus por cinco crimes - Os oito denunciados pela PGR responderão formalmente pelos seguintes crimes:
▸Organização criminosa armada
▸Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
▸Tentativa de golpe de Estado
▸Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público
▸Deterioração do patrimônio tombado
Além de Bolsonaro, tornam-se réus:
▸Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal e ex-diretor da Abin
▸Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha
▸Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
▸General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
▸Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e já colaborador da Justiça
▸General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa
▸General Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil
Segundo a denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, os acusados atuaram de forma articulada entre 2021 e 2023 com o objetivo de minar a confiança nas eleições, difundir desinformação e criar um ambiente favorável à ruptura institucional. O plano previa impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e se materializou nos atos violentos de 8 de janeiro.
Fonte: Brasil 247
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