Defesa do general Paulo Sérgio Nogueira diz que ele temia "uma doideira" de Jair Bolsonaro e não fazia parte do gabinete que gerenciaria o pós-golpe
O general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro (PL), adotou uma estratégia distinta dos demais envolvidos na tentativa de golpe de Estado. Sua defesa, entregue nesta quinta-feira (6) ao Supremo Tribunal Federal (STF), contrasta com as apresentadas pelos advogados do ex-presidente e de seus aliados.
Enquanto as demais defesas se concentraram em desqualificar a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, questionar a atuação do ministro do STF Alexandre de Moraes e atacar a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, os advogados de Paulo Sérgio evitaram confrontar diretamente os fatos expostos na acusação.
Segundo a coluna do jornalista Josias de Souza, do UOL, em vez de negar a existência da trama golpista, a defesa do general sustentou que ele "atuou ativamente" para impedi-la. Os advogados alegam que Paulo Sérgio se alinhou ao general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que recusou-se a assinar o decreto do golpe.
Diferentemente dos demais acusados, a defesa de Paulo Sérgio não contestou o depoimento de Mauro Cid, mas destacou um trecho específico em que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro afirmou que o general temia que o ex-mandatário assinasse "uma doideira".
A estratégia jurídica adotada pelo ex-ministro da Defesa o distancia de dois dos principais generais envolvidos na denúncia: Walter Braga Netto e Augusto Heleno. Buscando desvincular seu cliente da organização criminosa golpista, os advogados ressaltaram que Paulo Sérgio não foi citado em documentos como integrante do gabinete de crise que seria instalado para gerenciar o país após o assassinato do presidente Lula (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes.
Um dos arquivos apreendidos pela Polícia Federal, intitulado "Punhal Verde e Amarelo", previa que esse gabinete de crise seria comandado do Palácio do Planalto, com Augusto Heleno na chefia e Braga Netto na coordenação.
Fonte: Brasil 247 com informações do UOL
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