Segundo a manifestação entregue ao STF, o militar sempre esteve acompanhado por seus advogados em depoimentos e nos atos formais da colaboração premiada
A defesa do tenente-coronel Mauro Cid afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele não sofreu coação durante o acordo de delação premiada. De acordo com a manifestação entregue ao STF, o militar sempre esteve acompanhado por seus advogados durante os depoimentos prestados à Polícia Federal e nos atos formais da colaboração premiada.
O tenente é ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Os dois foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República junto com outras 32 pessoas no inquérito do plano golpista e entregaram suas manifestações ao Supremo. Outras nove pessoas denunciadas pela PGR também encaminharam suas defesas ao STF. Entre elas estão coronéis, e ex-ministros de Bolsonaro como Augusto Heleno (ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional), Alexandre Ramagem (deputado do PL-RJ e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência - Abin), e Paulo Sérgio de Oliveira (Defesa).
Conforme o Portal G1, a defesa de Mauro Cid antecipou que sustentará a "absolvição sumária" do militar ao longo do processo. O termo é aplicado quando o Judiciário absolve o réu de todas as acusações apresentadas contra ele antes do julgamento, conforme previsto no Código de Processo Penal brasileiro. "Jamais a defesa admitiria qualquer espécie de coação ou induzimento na prestação de informações por Mauro Cid", escreveram os advogados.
A defesa do militar também pediu, caso o STF receba a denúncia, que o militar seja absolvido de três crimes: organização criminosa, golpe de Estado e participação na tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O relato foi publicado na coluna de Igor Gadelha.
Preso em março de 2024 após o vazamento de áudios em que supostamente fazia ataques verbais contra a Polícia Federal e o STF, Mauro Cid foi solto em maio do mesmo ano por determinação do ministro Alexandre de Moraes. Ele precisa seguir cumprindo restrições, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de se comunicar com outros investigados.
Investigações também apontaram que Mauro Cid poderia revelar detalhes importantes de outras investigações, como fraudes em cartões de vacina e a venda ilegal de joias. Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal nesses dois inquéritos e na investigação da trama golpista. Na PGR, ele foi denunciado no inquérito do golpe e pode ser alvo de novas denúncias.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
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