sexta-feira, 7 de março de 2025

"Em 2025, quero comemorar o Brasil fora do Mapa da Fome", diz Wellington Dias

Ministro afirma que avanço de políticas sociais e redução da miséria podem garantir a segurança alimentar definitiva para milhões de brasileiros

     (Foto: ABR)

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou que o Brasil está próximo de sair novamente do Mapa da Fome. Em entrevista ao programa Boa Noite 247, do site Brasil 247, ele destacou os avanços nas políticas de combate à insegurança alimentar, a expansão de programas sociais e a cooperação internacional por meio da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

⊛ Avanços no combate à fome

Segundo Dias, as ações do governo Lula já apresentaram resultados expressivos na redução da miséria. "Levamos 11 anos para tirar o Brasil do Mapa da Fome em 2014. Em apenas um ano, conseguimos fazer com que 24,4 milhões de pessoas voltassem a se alimentar dignamente", afirmou. O ministro citou a integração de programas como o Bolsa Família, a ampliação da alimentação escolar e o fortalecimento da rede de assistência social como fatores determinantes para essa recuperação.

Dias ressaltou que os indicadores de pobreza também apresentaram queda. "A miséria atingiu 5,2% da população, mas conseguimos reduzi-la para 4,4% em 2023, e a tendência é de uma queda ainda maior em 2024", explicou. Para ele, o crescimento da economia, aliado às políticas de emprego e empreendedorismo, tem permitido que cada vez mais brasileiros saiam da extrema pobreza.

⊛ A Aliança Global e o papel do Brasil

Na entrevista, o ministro também destacou sua atuação como presidente da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa internacional para reduzir a insegurança alimentar no mundo. "O mundo fracassou em relação às metas de desenvolvimento sustentável para 2030. Em 2015, havia 600 milhões de pessoas no Mapa da Fome; em 2022, esse número chegou a 750 milhões. Precisamos de um pacto global para reverter essa situação", afirmou.

O ministro destacou que a Aliança já conta com 170 países e estabeleceu metas como garantir segurança alimentar para 500 milhões de pessoas e destinar US$ 24 bilhões em créditos e assistência técnica para países de baixa e média renda. "Já estamos articulando a substituição de auxílios retirados por alguns países, como os Estados Unidos, para garantir que regiões vulneráveis não sejam ainda mais prejudicadas", disse.

⊛ Impacto das políticas sociais na economia

Para Dias, a política de combate à fome não é apenas uma ação humanitária, mas também uma estratégia econômica. "Colocar o pobre no orçamento não é problema, é solução. O dinheiro que chega às famílias mais pobres movimenta o consumo e faz a economia crescer", afirmou. O ministro citou dados que indicam que 98,8% dos brasileiros que conseguiram um emprego formal em 2023 estavam no Cadastro Único, base de dados do governo para identificação de famílias de baixa renda.

Ele também comentou o impacto positivo das mudanças nas regras do Bolsa Família, que permitiram que beneficiários que conseguissem emprego formal não perdessem imediatamente o auxílio. "Havia um medo de assinar carteira de trabalho e perder o benefício. Agora, o Bolsa Família garante uma transição segura, permitindo que as pessoas saiam da miséria com estabilidade", explicou.

⊛ Cenário internacional e riscos de retrocessos

Questionado sobre os desafios globais, Wellington Dias alertou para os riscos de uma nova onda de protecionismo e retração de investimentos sociais, especialmente se Donald Trump retornar à presidência dos Estados Unidos. "Espero que seja só bravata, mas estamos à beira de um colapso. A indiferença à fome e à miséria global pode ter consequências graves", afirmou.

Dias destacou que, diante desse cenário, o Brasil tem buscado fortalecer o multilateralismo e alianças internacionais. "Os BRICS, o G20 e a União Europeia estão mobilizados para garantir estabilidade global e evitar retrocessos", explicou.

⊛ Perspectivas para 2025

Com os avanços registrados nos últimos anos, o ministro afirmou que o Brasil tem condições concretas de sair novamente do Mapa da Fome em 2025. "Temos um cadastro mais estruturado, uma rede de assistência social fortalecida e políticas integradas em várias áreas, como educação e empreendedorismo. Os dados indicam que podemos atingir essa meta no próximo ano", declarou.

Sobre especulações a respeito de uma eventual saída do ministério para assumir uma liderança no Senado, Dias negou a possibilidade no momento. "Estou animado com o trabalho que estamos fazendo. Temos uma equipe qualificada e comprometida. Nossa missão é garantir dignidade ao povo brasileiro", concluiu.

Com a meta de consolidar a inclusão socioeconômica de milhões de brasileiros, o governo Lula pretende transformar o combate à fome em uma política permanente, reduzindo desigualdades e garantindo um crescimento sustentável. Assista:

 

Fonte: Brasil 247

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