Sinais de desaceleração econômica aumentam confiança no mercado
Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo REUTERS/Adriano Machado/foto de arquivo (Foto: REUTERS/Adriano Machado/foto de arquivo)
Com a atividade econômica apresentando sinais de desaquecimento, economistas avaliam que o ciclo de alta dos juros está se aproximando do fim. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o mercado financeiro já vislumbra um patamar final para a Selic.
Na próxima quarta-feira (19), o Comitê de Política Monetária (Copom) deve elevar a taxa básica de juros em um ponto percentual, chegando a 14,25% ao ano. Para os meses seguintes, analistas preveem um ritmo menor de aumento, refletindo a menor pressão inflacionária e a desaceleração da economia.
O ex-diretor do Banco Central e presidente do conselho da Jive Investments, Luiz Fernando Figueiredo, destaca que, apesar dos avanços, "a guerra" contra a inflação "ainda não está ganha". Segundo ele, o esfriamento da economia e a redução da inflação implícita nos últimos meses são indícios de que a política monetária começa a surtir efeito.
Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados recentemente pelo IBGE apontam que, apesar do crescimento de 3,4% em 2024, houve uma perda de ritmo no último trimestre do ano. Esse desaquecimento é um dos fatores que dão mais segurança para o Banco Central no controle da inflação.
Outro fator relevante para a decisão do Copom é a inflação implícita, que reflete as projeções do mercado sobre os preços futuros. Em dezembro, com o dólar em alta, houve previsão de que a Selic precisaria superar os 16% para conter a inflação. No entanto, o cenário mudou, e a expectativa agora é que a taxa se estabilize entre 14,5% e 15% ao ano.
O estratégista-chefe da Warren Rena, Sergio Goldenstein, avalia que o Banco Central precisará atuar com mais cautela na reta final do ciclo de alta dos juros. Ele destaca que a queda do dólar de R$ 6 para cerca de R$ 5,80 pode ajudar na estabilização das expectativas inflacionárias.
Mirella Hirakawa, coordenadora de pesquisa da Buysidebrazil, projeta que o ciclo de alta da Selic pode encerrar em 15,5%, acima da expectativa da maioria dos analistas. Para ela, o compromisso do Banco Central em trazer a inflação para a meta é um fator que pode levar a um ajuste mais rigoroso.
As previsões para cortes na taxa de juros ainda são incertas. Enquanto alguns analistas acreditam em redução ainda no final de 2025, outros, como Hirakawa, consideram que o Banco Central pode postergar esse movimento até 2026, dependendo do impacto das medidas econômicas adotadas pelo governo.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário